«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O paradoxo do ensino médio [Dados preocupantes!]


FERNANDO VELOSO *

Dado que o retorno salarial após concluir esse nível de ensino é tão elevado, como explicar tamanha evasão?


EMBORA O ACESSO ao ensino fundamental tenha sido praticamente universalizado no Brasil, isso ainda está longe de ser atingido no ensino médio. Cerca de 15% dos jovens entre 15 e 17 anos estão fora da escola, e pouco mais de 50% estão matriculados no ensino médio. Os demais ainda cursam o nível fundamental.

Além disso, a taxa de conclusão do ensino médio é baixa. Na faixa etária entre 25 e 34 anos, apenas 38% completaram esse nível.

Pesquisa realizada por Marcelo Neri investigou as razões para a evasão escolar no ensino médio, por meio de perguntas feitas diretamente a jovens que estão fora da escola e a seus pais.

Dentre as razões apresentadas para a evasão escolar, a mais importante foi falta de interesse.
Esse resultado é surpreendente, já que embora a qualidade do ensino médio seja muito baixa, a elevação salarial obtida com sua conclusão é expressiva, correspondendo a um aumento de mais de 30% em relação ao salário de alguém que fez apenas o ensino fundamental.

Além disso, a conclusão do ensino médio é condição necessária para o acesso ao ensino superior, o que propicia um incremento de renda bem mais elevado.

Esse resultado nos coloca o seguinte paradoxo: dado que o retorno monetário em concluir o ensino médio é tão elevado, como explicar as baixas taxas de matrícula e conclusão nesse nível de ensino?

Uma possibilidade é que, para o grupo desses jovens que estão fora da escola, o ganho salarial gerado pela conclusão do ensino médio seja menor que essa média (30%) devido às suas condições socioeconômicas desfavoráveis.

Outra possibilidade é que os jovens não tenham informações sobre o retorno monetário associado a uma maior escolaridade.

Estudos recentes feitos em países em desenvolvimento ajudam a entender essa questão. Os resultados mostram que as percepções dos jovens sobre os ganhos salariais decorrentes de uma maior escolaridade afetam de forma significativa sua decisão de frequentar o ensino médio. No entanto, os jovens e seus pais subestimam, em geral, o retorno monetário associado a uma maior escolaridade de nível médio.

Experimentos realizados por economistas, dentre eles Robert Jensen, da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, mostram que jovens que tiveram acesso a informações sobre o retorno monetário associado à conclusão do ensino médio elevaram suas expectativas de aumento salarial. Em função disso, alargaram sua permanência na escola.

Esses resultados indicam que fornecer informações aos jovens e a seus pais sobre os aumentos salariais proporcionados pela educação pode ser uma forma eficaz de elevar a matrícula e as taxas de conclusão desse nível de ensino.

* FERNANDO VELOSO, 44, é pesquisador do IBRE/FGV.

Fonte: Folha de S. Paulo - Saber - Segunda-feira, 8 de agosto de 2011 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/saber/sb0808201103.htm

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