«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Cai percentual de Católicos e Evangélicos estacionam - IBGE

Queda em números de católicos atinge todas as classes

ANTÔNIO GOIS
DO RIO

De 2003 a 2009, a queda na proporção de brasileiros que se dizem católicos, de 74% para 68%, ocorreu em todas as classes sociais. Ao mesmo tempo, aumentou o percentual dos sem religião em todos os grupos de renda.

Esses são dados de um estudo divulgado ontem pelo economista Marcelo Neri [foto ao lado], da Fundação Getúlio Vargas, feito a partir da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Pelas contas de Neri, houve também uma diminuição no ritmo de crescimento dos evangélicos pentecostais de igrejas como Assembleia de Deus, Universal do Reino de Deus ou Congregação Cristã do Brasil. No período analisado, a proporção de pentecostais variou de 12,5% para 12,8% no total da população.

A tendência da década passada só será mais bem conhecida quando o IBGE divulgar os dados do Censo de 2010 sobre religião. Para Neri, porém, a POF indica que os pentecostais, que na década de 90 praticamente dobraram de proporção, podem estar perdendo fôlego.

Segundo o economista, uma possível explicação para esse crescimento menor é o fato de o período entre 2003 e 2009 ter sido marcado por forte crescimento na renda, sobretudo dos mais pobres.

"Em pesquisas anteriores, nós verificamos que os pentecostais cresciam principalmente em setores onde havia maior desemprego e menor renda. Como este período de 2003 a 2009 foi de crescimento a favor dos pobres, isto pode ter influenciado este crescimento menor", afirma.

Ao fazer a divisão por classes, o estudo da FGV mostra que os pentecostais estão mais concentrados nas classes C, D e E, com proporções que variam de 13% a 15%.

Nas classes A e B, de renda domiciliar maior que R$ 6.745, a proporção deste grupo religioso cai para 6%. O inverso ocorre com os espíritas kardecistas. Nas classes D e E, com renda domiciliar inferior a R$ 1.200, eles são menos de 1%. No topo da distribuição de renda (classes A e B), representam 6% do total.

Confira a distribuição das religiões no Brasil por classes sociais, acessando interessante infográfico:

Fonte: Folha de S. Paulo - Poder - Quarta-feira, 24 de agosto de 2011 - Pg. A10 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po2408201112.htm
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ANÁLISE
Os sem religião avançam nos extremos da pirâmide social

HÉLIO SCHWARTSMAN
ARTICULISTA DA FOLHA

Um dos grupos que mais têm crescido nas séries do IBGE é o dos sem religião. Nos anos 60 era uma categoria residual, com apenas 0,5% da população. Mas, de lá para cá, experimentou um crescimento bastante significativo.

Pelos dados da POF (é metodologicamente temerário misturá-los aos do Censo), os sem religião somavam 5,1% em 2003 e 6,7% em 2009. São quase 13 milhões de pessoas.

Embora o grupo seja em geral identificado com ateus e agnósticos, trata-se de uma rubrica bem mais ampla, que inclui quem migra de uma fé para outra ou criou seu próprio "blend" de crenças. Em comum, têm apenas o fato de não pertencer a nenhuma instituição e não ter medo de dizê-lo em alto e bom som.

O trabalho de Marcelo Neri reforça a tese da heterogeneidade dos sem religião ao mostrar que eles crescem nos extremos do espectro social.

Entre os brasileiros com menos de três anos de instrução, os irreligiosos são 7,3% 
(contra 6,7% na população). 
Já entre as pessoas com 12 ou mais anos de estudo, o número vai a 7,5%. O detalhe instigante é que, quando se consideram apenas mestres e doutores, a cifra salta para surpreendentes 17,4%.

Essa distribuição é compatível com um perfil de sem religião no qual ateus e agnósticos preponderariam nas camadas mais instruídas e pessoas com uma religiosidade indefinida e desinstitucionalizada reforçariam os estratos de menor escolaridade.

A correlação entre hiperinstrução e ateísmo está bem documentada em diversos trabalhos de diferentes países. Já o maior trânsito religioso é mais comum entre os menos escolarizados.

Até onde os sem religião podem crescer é uma incógnita. Se o Brasil seguir um padrão próximo ao dos EUA, é razoável esperar que, nos próximos anos, o número se aproxime dos 15%. Se o modelo for mais próximo ao da Europa ocidental, aí as cifras podem exceder os 40%.

Fonte: Folha de S. Paulo - Poder - Quarta-feira, 24 de agosto de 2011 - Pg. A10 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/po2408201114.htm

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