«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

EDUCAÇÃO NO BRASIL: As razões de um fracasso

Editorial

Depois da última edição do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa), que mais uma vez colocou o Brasil nas dez últimas posições de um ranking comparativo de 65 países, organizações não governamentais e entidades financiadas pela iniciativa privada passaram a pesquisar os fatores responsáveis pelo mau desempenho dos estudantes brasileiros em matemática, leitura, ciências e ao lidar com informações e problemas práticos da vida cotidiana. Promovido pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) desde 2002, o Pisa mede e compara o quanto e como esses países preparam seus jovens para uma vida adulta produtiva. Aplicado a cada três anos, o Pisa avalia 500 mil estudantes em 34 países desenvolvidos e em outros 31 convidados - como é o caso do Brasil.


Financiada pela Fundação Lemann, uma pesquisa ouviu cerca de 800 diretores de escolas que participaram da edição de 2012 do Pisa e identificou 19 fatores que explicam o mau desempenho do Brasil. Entre esses fatores, destacam-se problemas já conhecidos, como: 
  • altas taxas de evasão nos cursos noturnos, 
  • absenteísmo dos professores e dos alunos, 
  • atrasos na chegada à escola, 
  • consumo de álcool e drogas por estudantes, 
  • bullying, 
  • falta de respeito pelos docentes, 
  • interrupções de aula e 
  • ambiente escolar.
Divulgado pelo jornal O Globo, o estudo da Fundação Lemann constatou que esses problemas prejudicam o aprendizado nas escolas brasileiras mais do que na média dos países da OCDE.
Para 24,57% dos diretores de escolas brasileiras entrevistados, as interrupções de aulas pelos estudantes prejudicam significativamente seu desempenho. Na OCDE, só 2,54% dos diretores de escolas reclamam desse problema. Em países como a Tailândia, Polônia, Canadá e Reino Unido, menos de 1% dos diretores de colégios apontam as interrupções como obstáculo para o aprendizado. Outro problema é o atraso dos alunos na entrada das salas de aula. Pelas pesquisas da OCDE, quando o índice de atraso é alto, a proficiência dos alunos tende a cair - e, inversamente, quando o índice de atrasos é baixo, o nível de aprendizado tende a ser mais alto. A pesquisa da Fundação Lemann mostrou que 9,18% dos diretores de escolas brasileiras consideram esse problema como grave e recorrente - na média da OCDE, somente 4,30% dos diretores de colégio se queixam dele.
Um dos problemas que mais têm prejudicado o aumento do nível de aprendizagem nas escolas brasileiras de ensino fundamental e de ensino médio, principalmente as situadas em bairros mais pobres e na periferia das regiões metropolitanas, é a agressividade dos alunos e a falta de respeito com os professores. Segundo o estudo da Fundação Lemann, 14,08% dos dirigentes escolares brasileiros entrevistados consideram esse problema preocupante. Eles alegam que a falta de respeito, além de colocar em risco a autoridade dos docentes em sala de aula, atrapalha o aprendizado dos alunos bons. Na média dos países da OCDE, apenas 1,88% dos diretores de escolas reclama da alta frequência de xingamentos e ameaças aos professores.
A pesquisa da Fundação Lemann mostra ainda que as dificuldades de aprendizagem dos estudantes brasileiros estão associadas à falta de empenho do professorado, à falta de planejamento escolar e à leniência nas avaliações - fatores que não estimulariam os alunos a atingir seu pleno potencial. A pesquisa mostrou que 8,32% dos diretores entrevistados apontaram o problema como muito grave e 28,15% responderam que ele dificulta "até certo ponto" o processo de aprendizagem. Na média da OCDE, os porcentuais são de 2,2% e 18,40%, respectivamente.
A pesquisa da Fundação Lemann é uma fonte de informações para a definição de prioridades e para a formulação de políticas pedagógicas. Iniciativas como essas são fundamentais para que o País consiga dar um salto de qualidade no ensino básico e melhorar sua posição nos rankings comparativos internacionais.
Fonte: O Estado de S. Paulo - Notas e Informações - Quarta-feira, 23 de abril de 2014 - Pg. A3 - Internet: clique aqui.

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