«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

ANCHIETA DECLARADO SANTO HOJE

José Maria Mayrink

Igrejas de SP tocarão sinos às 14h para celebrar a data; veja programação

São José de Anchieta: 1534 a 1597

Os sinos de todas as igrejas de São Paulo vão tocar, por determinação do cardeal-arcebispo d. Odilo Scherer, às 14 horas de hoje, no instante em que o papa Francisco assinar, no Vaticano, o decreto de canonização do jesuíta beato José de Anchieta, o Apóstolo do Brasil. O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), d. Leonardo Steiner, recomendou a todas as dioceses que participem da comemoração, acompanhando a iniciativa do cardeal de São Paulo.

A principal celebração será feita no centro da capital paulista, no Pátio do Colégio, antigo Colégio de Piratininga, criado por Anchieta e pelo padre Manoel da Nóbrega em 25 de janeiro de 1554, data que coincide com a fundação da cidade de São Paulo. À noite, haverá celebrações nas paróquias, com o canto ou recitação do Te Deum laudamos (Deus, vos louvamos), em ação de graças pela canonização.
D. Odilo presidirá uma cerimônia na Catedral da Sé, às 18 horas, e no Pátio do Colégio será cantado Te Deum às 19h30. Nos dois locais será descerrado um painel de sete metros com estampa de Anchieta.
No domingo, às 11h, o cardeal celebrará missa em homenagem a São José de Anchieta, na Catedral da Sé. Antes da cerimônia, haverá, às 10h, uma concentração no Pátio do Colégio, de onde os devotos sairão em procissão, acompanhando uma relíquia - um pedaço do fêmur do novo santo.
Missa. Às 18h do dia 24, o papa celebrará missa em homenagem a São José de Anchieta na Igreja de Santo Inácio, em Roma. O organizador da cerimônia, o jesuíta padre César Augusto dos Santos, um dos vice-postuladores da causa de canonização, informou que estão sendo convidadas mil pessoas, entre as quais membros da CNBB. Um convite será encaminhado também ao governo brasileiro, por meio da Embaixada do Brasil na Santa Sé.
Padre Geraldo Lacerdine, porta-voz da Companhia de Jesus em São Paulo, informou que os jesuítas estão programando uma grande celebração de ação de graças para 9 de junho, festa litúrgica de São José de Anchieta. Ele foi beatificado em 1980 e é lembrado nessa data, por ser o dia de sua morte. No dia 2 de junho, às 19h, os jesuítas cantarão o Te Deum na Igreja de São Luís, na esquina da Avenida Paulista com a Rua Bela Cintra.
Decreto. Francisco vai canonizar também os beatos franceses François de Montmorency-Laval e Maria da Encarnação Guyart, missionários que evangelizaram o Canadá.
A canonização de Anchieta será por decreto, dispensando a exigência de comprovação de um milagre. A iniciativa de fazer desse modo partiu do próprio papa Francisco. A assinatura dos decretos ocorrerá em audiência do papa ao cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos. 

Religioso deixou marcas ainda presentes na capital


Edison Veiga

Do Pátio do Colégio a São Miguel Paulista, Anchieta pode ser "revisitado"

Pátio do Colégio no centro da cidade de São Paulo

Em uma cidade que passou a maior parte dos 460 anos deixando a própria história em segundo plano, é impressionante notar como muitas marcas de José de Anchieta ainda estão preservadas. E não só no Pátio do Colégio, cuja igreja atual é apenas a quarta versão daquela simples capela erguida pelos jesuítas, mas em locais bem distantes naquele século 16, em que as caminhadas eram mata adentro, como São Miguel Paulista.
Era um percurso de 20 quilômetros, parte por terra, parte pelo Rio Tietê, feito por Anchieta e outros jesuítas da Vila de São Paulo de Piratininga até o povoado de Ururaí, rebatizado por eles de São Miguel. Ali ergueram uma capela de bambu e sapé, que, em 1622, daria lugar à igreja que existe até hoje.
Na toponímia paulistana, o religioso também é lembrado. A ruazinha que já foi Rua do Beco e Rua do Palácio, no centro, chama-se Anchieta desde 1897, quando foram completados 300 anos da morte do padre. Em Santo Amaro também há a Rua Padre José de Anchieta. E, é claro, a Via Anchieta liga São Paulo ao litoral desde 1947.
Capela de São Miguel - zona leste de São Paulo (SP)
Fundação. Anchieta não tinha nem 20 anos quando, na companhia de outros jesuítas, subiu a Serra do Mar e veio dar no Planalto de Piratininga. Participou da primeira missa, onde hoje fica o Pátio do Colégio, ajudou a construir a capela original - uma cabana muito rudimentar, que media 4,48m por 8,20m. A segunda versão da capela, de taipa, datada de 1557, também contou com a participação do religioso. "Mandamos fazer outra algum tanto maior, cujos arquitetos seremos nós, com o suor dos nossos rostos e o auxílio dos índios", escreveu, à época, o sacerdote.
Esta igrejinha ainda daria lugar a mais duas versões. E é dentro da atual que estão, para quem quiser conferir, duas relíquias atribuídas ao novo santo: um pedaço de fêmur que teria sido seu e um velho manto que ele teria usado. 

Uma forma diferente de canonização

 Edson Luiz Sampel*
Manto que pertenceu a São José de Anchieta
(Pátio do Colégio - SP)

O padre José de Anchieta, cofundador da cidade de São Paulo, será canonizado sem os dois milagres geralmente necessários: um para a beatificação e outro para a canonização propriamente dita. Os canonistas chamam este procedimento de "canonização equipolente" (equivalente), pois equivale ao processo normal para declarar que determinada pessoa morta se encontra junto de Deus, no céu, intercedendo pelos que ainda vivem na Terra.
O papa Francisco vai assinar um decreto canonizando o jesuíta. O processo de Anchieta teve início em 1597, ano de sua morte, e se arrasta há 417 anos. Houve muitos percalços, incluindo dificuldades financeiras e até a supressão da Companhia de Jesus, em 1773. No entanto, recentemente, o prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, cardeal Angelo Amato, vislumbrou a possibilidade de mudar de estratégia, com a canonização equipolente.
Na canonização equipolente são três os requisitos básicos: 1) a prova do culto antigo ao candidato a santo; 2) o atestado histórico incontestável da fé católica e das virtudes do candidato; 3) a fama ininterrupta de milagres intermediados pelo candidato. Anchieta preenche as três condições. São inúmeros os milagres e graças atribuídos à intercessão dele. Veneram-no como bem-aventurado não só gente de São Paulo, mas fiéis do Brasil e das Ilhas Canárias, local onde Anchieta nasceu.
Esta forma de canonização já foi empregada pelo papa Francisco, quando, por decreto, elevou aos altares Angela Foligno (outubro de 2013) e Pedro Favre (dezembro de 2013). Os católicos podem ficar seguros de que a praxe a ser adotada no caso de Anchieta goza do mesmo atributo das canonizações usuais, em que são exigidos os dois milagres. Da mesma forma que a Companhia de Jesus se expandiu avassaladoramente em pouquíssimo tempo, São Paulo progrediu miraculosamente, talvez graças ao toque inicial de São José de Anchieta e Padre Manoel da Nóbrega. 
* É doutor em Direito Canônico.
Fonte: O Estado de S. Paulo - Metrópole - Quarta-feira, 2 de abril de 2014 - Pg. A18 - Internet: clique aqui, também aqui aqui.

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