«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

VIOLÊNCIA ENTRE JOVENS: ALERTA!

Socos e facas


JAIRO BOUER
Psiquiatra
Lucas Oliveira Silva de Lima, 18 anos

Para quem acompanha as notícias sobre comportamento jovem e violência no Brasil, a semana foi mais pesada do que o habitual. Várias histórias de agressão, mortes e apreensões ganharam destaque em boa parte dos jornais.
Em Limeira, interior de São Paulo, a Justiça determinou, na última quinta-feira, a apreensão na Fundação Casa de duas menores (de 14 e 15 anos) que espancaram uma colega de classe, também de 15.
A agressão aconteceu no intervalo entre as aulas em uma escola estadual, aparentemente porque a garota era bonita, chamava a atenção, era mais calada e despertava raiva e inveja em outras meninas. Segundo o pai da vítima, que foi levada a um hospital com ferimentos no corpo e traumatismo craniano, ela era alvo frequente de bullying por parte de colegas.
Em outra situação extrema, Lucas Lima [ver foto acima], de 18 anos, um dos líderes dos "rolezinhos" realizados em shoppings de São Paulo, foi morto no último fim de semana, durante um baile funk. O garoto foi, provavelmente, atingido por uma pancada ao se envolver em uma briga por causa de uma garota.
Lucas era "popular" e tinha mais de 56 mil seguidores no Facebook. Segundo amigos, ele recebeu um golpe do outro rapaz e, depois, teria sido agredido por um grupo de jovens.
Em Bauru, também interior de São Paulo, um adolescente de 17 anos confessou ter matado dois homens gays (um deles de apenas 15 anos) e planejado a morte de um terceiro, também de 15, que ele vinha assediando pela internet. Os crimes aconteceram na região de Agudos. Segundo a polícia, o jovem tinha envolvimentos amorosos e sexuais com suas vítimas antes de matá-las. Outros jovens, comparsas do garoto, ajudavam nos crimes, em que facas eram usadas.
A cada semana, têm aparecido histórias de violência praticadas por jovens contra outros jovens. Os motivos, em geral, são fúteis. Brigas por supostas cantadas, inveja das roupas ou da aparência, desentendimentos por questões banais, características físicas ou de comportamento que não se encaixam no grupo. Em muitos casos, ficam evidentes, também, atitudes sexistas e homofóbicas dos agressores.
Parece que, de alguma forma, há uma intolerância generalizada, uma impulsividade sem precedentes e a percepção de que bater ou agredir é uma possibilidade concreta, ao alcance de qualquer um. Não é à toa que a violência é hoje a primeira causa de mortes de jovens no País. Vem seguida dos acidentes de carro e dos suicídios.
Egoístas, autocentrados, intolerantes, imediatistas e impulsivos, jovens têm tido atitudes cada vez mais extremas. A sensação de impunidade parece dar mais combustível para muitas dessas atitudes.
Muito se discute sobre os motivos dessa onda aparentemente crescente de violência dos jovens.
Autonomia precoce sem a devida maturidade? Falta de limites por parte dos pais cada vez mais distantes do dia a dia de seus filhos? Excesso de álcool? Cultura machista ainda prevalente em parte desses jovens (tanto em garotos quanto nas próprias garotas)? Um individualismo único de uma geração que acredita que tem todos os direitos, mas poucos deveres?
De qualquer forma, sem um trabalho agudo da Educação, da Saúde, da Justiça e dos pais, vai ser difícil reverter esse movimento.
Fonte: O Estado de S. Paulo - Metrópole - Domingo, 13 de abril de 2014 - Pg. A27 - Internet: clique aqui.

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