«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Fala sério!

O Brasil está em crise ou
o Brasil é uma crise permanente?

Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil
(CONIC)

Uma carta para o Brasil dos dias atuais,
 divulgada por uma organização religiosa
ecumênica do Brasil
 Resultado de imagem para o brasil em crise permanente
«Por que razão me mostras a iniquidade, e me fazes ver a opressão?
Pois que a destruição e a violência estão diante de mim,
havendo também quem suscite a contenda e o litígio.
Por esta causa a lei se afrouxa, e a justiça nunca se manifesta;
porque o ímpio cerca o justo, e a justiça se manifesta distorcida.»
(Habacuque 1,3-4)

O Brasil está em crise ou o Brasil é uma crise permanente?

O Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) está preocupado com:
* o aprofundamento da violência;
* o racismo religioso que se materializa na intolerância religiosa;
* as ameaças à soberania nacional;
* a expansão da mineração em reservas indígenas e áreas de proteção;
* a desconfiguração das políticas de proteção ambiental;
* a liberação exacerbada de agrotóxicos;
* a violação de direitos;
* as prisões políticas;
* as privatizações de setores estratégicos;
* o aumento do desemprego;
* a precarização das relações de trabalho aprofundadas a partir da Reforma Trabalhista;
* o desmonte de políticas educacionais, em especial, no ensino superior;
* as intimidações e perseguições de profissionais da saúde e da educação;
* mudanças no sistema previdenciário que afetam as populações mais vulneráveis;
* as invasões a territórios indígenas;
* as agressões contra camponeses e camponesas sem-terra;
* os sinais evidentes de violação da Constituição, do Código da Magistratura e da Lei Penal;
* a mudança na Comissão Nacional da Verdade e o total desrespeito à memória das pessoas mortas e desaparecidas...

Somam-se a isso declarações públicas dos mandatários do país que destoam de todo bom senso, deixando perplexos políticos das mais diferentes linhas ideológicas. No âmbito internacional, o cenário também não é diferente: temos um Brasil que perde credibilidade dia após dia, em especial por causa do ataque ao saber histórico-científico que colocam em xeque, por exemplo, a questão do aquecimento global.

História

É possível que o Brasil nunca tenha sido confrontado tanto com as mazelas que persistem ao longo de sua história: escravização dos povos indígenas e africanos, autoritarismo, colonialismo, violência social e religiosa. Historicamente, iniciativas de avanço civilizatório são sistematicamente bloqueadas, entre elas:
* a inclusão e bem-estar social,
* a participação democrática,
* as relações entre capital e trabalho,
* o acesso universal aos bens públicos de habitação, transporte, educação e saúde.
Soma-se a isso a sistemática destruição da memória nacional, impedindo reparações às vítimas da escravidão e das ditaduras.

Religião

Tal crise afeta também a religião, em especial, o cristianismo, que tem sido instrumentalizado para justificar e legitimar a violência, o racismo, a misoginia, a intolerância... o mesmo cristianismo que tem sido utilizado para legitimar o capitalismo em seu viés mais cruel e nada humanizado.

Por anos, a teologia ecumênica latino-americana proclamou o compromisso e o testemunho públicos de fé em favor de transformações estruturais de nosso continente, caracterizado por diversos tipos de desigualdades. Esta teologia provocou as Igrejas a viverem a sua responsabilidade social e, por isso, sofreu perseguições e foi sistematicamente silenciada.

No entanto, não se fazem perguntas e nem questionamentos às teologias subordinadas à lógica do mercado que proclamam e vociferam moralismos e exclusivismos religiosos, que aceitam estabelecer relações pouco evangélicas com a política representativa e, ao mesmo tempo, aprisionar a fé em Jesus Cristo em jaulas de ouro, abstendo-se em denunciar os rostos atuais do Cristo crucificado, revelados na terra ferida, na violência da especulação financeira, na ausência de direitos.

Esperançar

Enquanto cristãos e cristãs, temos o compromisso de não perder a esperança!

Não podemos tolerar que nossos cultos sejam articulados para sustentar políticas contrárias aos direitos humanos. Deus não suporta “maldade com festa religiosa” (Is 1,13).

Rogamos a Deus por sabedoria, bom senso e capacidade de compaixão e diálogo, afinal, no Brasil que queremos, todos e todas poderão, com liberdade e respeito às diferenças, trabalhar por uma sociedade mais justa.

#VamosEsperançar

Fonte: Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC) – Notícias – Terça-feira, 13 de agosto de 2019 – Internet: clique aqui.

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