«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 21 de agosto de 2019

“Não Matarás!” A lei e a defesa da vida

Nota Pública do
Centro de Estudos Bíblicos – CEBI

Direção Nacional do CEBI

Os atuais governantes deveriam sentir vergonha de se
afirmarem cristãos e estarem ao lado de agentes religiosos
escarnecedores e usurpadores do Evangelho de Jesus de Nazaré
 
“Não matarás!” (Ex 20,13) é a lei fundamental em defesa da vida. Ouvimos e aprendemos de nossas mães e de nossos pais. Antigamente, lá no antigo Israel dos clãs e famílias que se organizavam em tribos, estas palavras em sua dimensão social, política, econômica, representavam a ordem máxima do direito humano de viver. Matar é crime e não há prerrogativas e condições que permitam tal desatino. A lei é curta e clara: “não matarás!”.

Não é de se estranhar que este mandamento não faça parte da agenda e propostas políticas de desgovernos que atentam contra a vida do povo e dos empobrecidos. Uma sociedade que arma os indivíduos é incapaz de amar o próximo e de descobrir Deus presente no/a outro/a.

Na defesa da vida, a ordem é: Não às armas. O projeto desde o começo do governo eleito em 2018 foi de armar a sociedade e, consequentemente, o aumento da violência contra trabalhadores e trabalhadoras, contra os povos originários (reservas indígenas), os povos quilombolas e a gente organizada nos movimentos de luta por melhorias de vida. Certamente representa o projeto de aliança dos grupos defensores do boi, do agronegócio e da bala e os comparsas nas mais diferentes instituições políticas que em outra via, anunciam eliminação de vidas e ódio.

Não faz muito tempo que Evaldo Rosa dos Santos teve o seu carro alvejado com 80 tiros e Luciano Macedo (catador de reciclados) foi alvejado por simplesmente tentar ajudar a família que estava sendo violentada e na linha da eliminação. Os militares atiraram e assassinaram dois trabalhadores e pais de família. As autoridades públicas e políticas simplesmente afirmaram que foi fatalidade.  Nos últimos dias, vidas de jovens inocentes foram ceifadas de seus lares e do convívio comunitário-social e o governo do Rio de Janeiro com discurso de ódio a afirmar que a culpa daquelas mortes eliminadas por seus agentes de segurança e forças militares está no “colo dos pseudodefensores dos direitos humanos” e “os defensores dos direitos humanos são os coveiros desses jovens e dessas famílias que hoje estão chorando”. 

Ah! Quem defende a vida não tem as mãos sujas de sangue. Justamente quem violenta a vida é que tira sangue e se mancha com sangue. As balas que tiraram as vidas daqueles jovens vêm de ações e projetos que seguem a ordem contrária à vida: matem!

É estarrecedor ouvir tais afirmações de autoridades que deveriam prezar pela vida e garantir direitos para todas e todos.  No entanto, no cenário político e governamental não é de se estranhar. Armas, devastação, eliminação, liberalismos, mortes… entre outros somam-se ao sangue derramado. Se ao menos as autoridades políticas e governamentais lessem fielmente a Bíblia e resgatassem os valores e princípios fundamentais do Projeto do Deus do Israel tribal em defesa dos mais empobrecidos, sentiriam vergonha de afirmarem que são cristãos ou de estarem em púlpitos, rodeados por agentes religiosos escarnecedores e usurpadores do Evangelho de Jesus de Nazaré.

O Centro Ecumênico de Estudos Bíblicos (CEBI) não aprova tais desmandos e afirmações em nome de Deus, da fé do povo e das tradições evangélicas. Simplesmente ouçam o que diz o Evangelho e a lei de Deus: amai-vos uns aos outros e não matarás! Construam uma cidade digna e um país melhor seguindo as leis que defendem a vida e produzindo políticas em favor da vida. Assim, prevalecerá a ordem fundamental: Não Matarás! (Ex 20,13)

Fonte: Centro de Estudos Bíblicos – Palavra da Direção – Terça-feira, 20 de agosto de 2019 –Internet: clique aqui.

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