SOLENIDADE DA ASSUNÇÃO DE NOSSA SENHORA
Evangelho: Lucas
1,39-56
Somos uma Igreja Servidora e Peregrina
O cântico de Maria (Magnificat) descreve
o programa que Deus tinha começado a realizar desde o começo, que
ele prosseguiu em Maria e que se cumpre agora na Igreja, para
todos os tempos.
Pela Visitação que
teve lugar na Judeia, Maria levava Jesus pelos caminhos da terra. Pela Dormição
e pela Assunção, é Jesus que leva a
sua mãe pelos caminhos celestes, para o templo eterno, para uma Visitação
definitiva. Nesta festa, com Maria, proclamamos a obra grandiosa de Deus, que
chama a humanidade a se juntar a ele pelo caminho da ressurreição.
Em Maria, Ele já realizou a sua obra na totalidade; com ela,
nós proclamamos: «dispersou os soberbos, exaltou os humildes». Os humildes são aqueles que creem no
cumprimento das palavras de Deus e se põem a caminho, aqueles que
acolhem até ao mais íntimo do seu ser a Vida nova, Cristo, para o levar ao
nosso mundo. Deus debruça-se sobre eles e cumpre neles maravilhas.
José María
Castillo
Teólogo
católico espanhol
Maria:
Deus atua na história destronando os fortes e
poderosos,
exaltando os humildes
Nem no Novo Testamento, nem nos primeiros séculos da vida da Igreja,
há testemunhos sobre a assunção de Maria aos céus. Os primeiros dados que se
conhecem sobre a festa litúrgica da Assunção datam do século VI.
A crença na Assunção se foi impondo na Idade Média. O Papa
Pio XII definiu esta crença, como dogma de fé, em 1 de novembro de 1950,
após uma consulta aos bispos do mundo inteiro, que afirmou a fé da Igreja na
Assunção de Maria.
O conteúdo desta festividade é a crença em que Maria, a mãe
de Jesus, «terminado o curso de sua vida mortal, foi assunta em corpo e alma
à glória celestial» (Pio XII). O mais lógico é que Maria morreu, o que
alguns teólogos já chegaram a negar. O conteúdo do dogma católico se centra na
crença de que Maria vive glorificada, também em sua corporalidade, com o
Senhor.
Uma vez que, a crença na vida depois da morte transcende a
história, esta festividade é uma ocasião privilegiada para que a memória do
que foi a vida de Maria neste mundo sirva para fortalecer nossas convicções
cristãs.
Maria foi uma mulher de fé, como diz Isabel no Evangelho de
hoje. E essa fé a levou ao convencimento de que Deus atua na história:
* destronando os soberbos e
poderosos, enquanto que
* enaltece aos humildes;
* aos famintos os enche de bens e
* aos ricos despede-os de mãos
vazias.
Assim vivia a mãe de Jesus, Maria, a fé que a levou a educar
seu filho segundo os critérios que, em seu ministério público, transmitiu às
pessoas. Se Jesus mostrou, em sua vida, a preferência e sensibilidade
que sempre teve para com as pessoas mais humildes, mais pobres e desamparadas
deste mundo, isso ele aprendeu de sua mãe, que o educou nesses critérios e
lhe inculcou essas convicções.
Concluindo...
Nossa fé em Jesus Cristo não combina com o sofá, com a
poltrona, com o comodismo, o sedentarismo, a vida medíocre, vazia e sem
significado que grande parte das pessoas vive hoje!
Ser cristão(ã), ser seguidor(a) de Jesus Cristo é ser alguém
sempre em saída, sempre na estrada, sempre a caminho, ao encontro de todos
aqueles e aquelas que precisam de nós!
Nesse sentido, fazem muito bem ao povo de Deus romarias,
peregrinações, caminhadas e eventos semelhantes a esses! Eles
ajudam o povo a se recordar que a fé de Jesus e a fé em Jesus
nasceram e se nutriram da fé peregrina do povo judeu:
* no deserto,
libertando-se do Egito;
* no exílio, sobrevivendo à opressão
babilônica;
* na afronta e perseguição à sua fé
provocada pelos gregos em sua dominação;
* na resistência pacífica e ativa de
Jesus e dos cristãos aos romanos e sua falsa «paz».
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