«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 6 de agosto de 2019

Tipos de “amigos”

António Filipe

Se um amigo deixa de o ser pelo fato de não se concordar com ele,
será que alguma vez foi amigo verdadeiro?
MARTIN LUTHER KING (1929-1968)
Foi pastor batista, ativista pelos direitos civis dos negros, grande orador nos Estados Unidos e defensor
da não-violência e do amor ao próximo

Isto de defender um determinado ponto de vista torna-se, por vezes, uma grande chatice. É que há muito boa gente que encara como ataque pessoal o fato de se defender uma ideia que lhe é contrária. Há pessoas que acham que todo o mundo devia pensar como elas. Que grande seca seria esse mundo! Uma das coisas que mais prezo na vida é uma boa discussão ideológica. Não é necessário que a razão fique dum lado ou doutro. Os fatos, mais tarde ou mais cedo, encarregar-se-ão de dar razão a uma das partes. E se isso não acontecer não vem mal ao mundo.

Até há uns anos atrás, engoli alguns sapos. Ouvia coisas com as quais não concordava e ficava calado ou porque era o Sr. Fulano de Tal que as dizia ou porque não queria pôr em risco uma amizade. Mas, como se diz na minha terra, “quem cala consente”. Portanto, ao ficar calado, dava a entender que concordava. E, depois, ficava irritado comigo próprio. A partir de certa altura comecei a exprimir a minha discórdia quando achava que o devia fazer. E até a minha irritação quando ouvia coisas que, para mim, eram verdadeiras barbaridades. Esta atitude trouxe-me alguns dissabores e até desilusões em relação a alguns amigos. Mas, mais importante, vivo em paz comigo próprio.

Se um amigo deixa de o ser pelo fato de não se concordar com ele,
será que alguma vez foi amigo verdadeiro?

Por outro lado, há aqueles amigos que parece que estão de acordo contigo, mas que não mexem uma palha para mudar as coisas. Mas não te agradecem, quando, pelo fato de tu e outros irem à luta, as coisas mudam para melhor e eles beneficiam disso. Acham que foi tudo natural.

Mas pior ainda são aqueles que acham que o que tu andas a dizer e a fazer é uma perda de tempo. Mas são os primeiros a aproveitar quando os seus benefícios aumentam, por causa dos esforços que tu fizeste. Desses não podes esperar nada. Nem te agradecem nem te dão crédito.

Há ainda aqueles que estão sempre prontos para pôr defeitos naquilo que tu ajudas a organizar, mas nem sequer te dão ideias para que as coisas corram melhor da próxima vez. E quando se lhes pede para, no próximo evento, fazerem parte da organização, a resposta é imediata: “Eh, pá! Não tenho tempo para essas coisas”. Parece que fazem muito e, bem vistas as coisas, fazem muito pouco. Raramente dão a cara por uma causa. Preferem jogar pelo seguro. Estão sempre do lado de quem ganha. Em suma, são covardes. Vivem numa enorme insegurança, que demonstram quando, exageradamente, publicitam tudo o que fazem, por mais banal e insignificante que seja. Tentam sempre fazer passar a ideia de que fizeram uma grande coisa.

Quando se fala em ir a uma manifestação, buzinação ou qualquer outra forma de contestação, à mesa do café, apoiam sempre, mas só com palavras. Arranjam sempre uma desculpa para não comparecer. Têm medo de si próprios. Dizem que têm uma maneira própria de tentar mudar o estado de coisas. Mas ninguém sabe qual é. Nem nunca dizem! São hipócritas. São do contra porque está na moda ou porque é chique.
E, depois, não querem que eu me irrite!

Fonte: blog «Pegada» – Portugal – 10 de setembro de 2012 – Internet: clique aqui.

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