«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sábado, 4 de julho de 2020

14º Domingo do Tempo Comum – Ano A – Homilia

Evangelho: Mateus 11,25-30

Clique sobre a imagem, abaixo,
para assistir à narração do Evangelho deste Domingo:


José María Castillo
Teólogo espanhol

O Evangelho é humanidade e felicidade

Este texto impressionante é uma revelação. Não somente da intimidade de Jesus com Deus, mas sobretudo, de quem é Jesus e de quem é Deus. Com efeito, o «conhecimento» mútuo e recíproco entre Jesus e o Pai se expressa mediante o verbo grego «epiginósko», que exprime, não somente, uma «informação», mas um «conteúdo teológico»: a relação do Filho com o Pai e a relação do Pai com o Filho é a razão e o conteúdo da revelação. É «conhecimento do igual pelo igual».

Isso quer dizer que, em Jesus, em sua VIDA e sua FORMA DE PROCEDER, lá e aqui, é onde conhecemos Deus. O que, em outras palavras, significa que a vida e o comportamento de Jesus é a revelação de Deus. Em Jesus, portanto, conhecemos e encontramos Deus.

Porém, a importância deste texto não está somente na profunda relação de Jesus com o Pai. O que mais impressiona, neste texto, é que essa revelação que Jesus nos faz de Deus, não somente nos diz que na vida de Jesus se nos revela o Transcendente, ou seja, Deus. Além disso, explica-nos porque Jesus viveu de modo que centralizou suas preferências nas «pessoas simples», nos «nêpioi» (grego: Mt 11,25; Lc 10,21). Nas pessoas mais humildes, que carecem de títulos e honrarias, de dignidades e estima da parte dos notáveis.

Por quê? Porque são esses «pequenos», simples e últimos, aqueles que não têm mais que sua própria humanidade. Decididamente, quem se relaciona seriamente e profundamente com Deus não pode estar com todo mundo.

Quer dizer, quem leva a sério Deus, é aquele que leva a sério
os mais humildes e desamparados da sociedade.

Porém, o mais decisivo aqui está em compreender que Deus nós o encontramos no HUMANO, no mais puramente humano, no que é simplesmente manifestação de nossa condição humana. Isso foi Jesus em sua vida. E é isso aquilo de mais original e eloquente que Jesus nos revela, justamente ao explicar quem é Deus e como é Deus.

Por isso, o chamamento de Jesus se dirige aos que vão pela vida «sobrecarregados» e «cansados». Sobrecarregados pelo jugo que os oprime. Esse jugo é, claro, tudo aquilo que nos faz sofrer, seja o que for e venha de onde vier. Na Bíblia se faz referência ao jugo dos poderes políticos opressores: Egito, Síria, Babilônia e Roma (Lv 26,13; Is 9,4; 10,27; 14,5; Jr 37,8; Ez 34,17).

Porém, na época de Jesus, quando se mencionava o «jugo», tratava-se, sobretudo, do jugo que era a Lei religiosa, que se havia convertido em uma carga insuportável, como consta nos Salmos de Salomão, um livro apócrifo do Antigo Testamento, que se rezava nas sinagogas. O salmo 17 se refere, expressamente, à Lei como «jugo». Portanto, Jesus não quer, não tolera, uma lei religiosa que se torna uma carga dura para os pobres.

A religião de Jesus é suave, leve, agradável de levar. Porque é HUMANIDADE e FELICIDADE para todos. O Evangelho é o que mais e melhor se adapta à nossa condição humana.

Traduzido do espanhol por Pe. Telmo José Amaral de Figueiredo.

Fonte: CASTILLO, José María. La religión de Jesús: comentario al Evangelio diário 2020. Bilbao: Desclée De Brouwer, 2019, páginas 238-239.

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