«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Destruindo o nosso futuro!

 O mal que Bolsonaro faz

 Editorial

Jornal «O Estado de S. Paulo» 

Preservação do meio ambiente não é tarefa que o governo pode simplesmente ignorar, é lei, é vida

JAIR BOLSONARO E RICARDO SALLES, respectivamente, Presidente da República e Ministro do Meio Ambiente, ou melhor, ministro da destruição do meio ambiente!

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou os resultados do monitoramento do projeto Prodes Cerrado relativo ao período de agosto de 2019 a julho de 2020. Em um ano, foram suprimidos 7.340 km² de vegetação nativa do bioma Cerrado, o que representa aumento de 13% em relação às perdas observadas nos 12 meses anteriores (6.483 km²). 

Trata-se da primeira avaliação do desmatamento do bioma Cerrado referente a um período sob gestão do governo Bolsonaro. Foi o pior resultado desde 2015, quando a devastação avançou mais de 11 mil km². O Inpe realiza o monitoramento desde 2001. No início, era feito a cada dois anos. Em 2013, passou a ser anual. 

Nos últimos 12 meses, o Estado que apresentou a maior área de desmatamento de Cerrado foi o Maranhão (1.836,14 km²), representando 1/4 das perdas do bioma. Em seguida vêm Tocantins (1.565,88 km²) e Bahia (919,17 km²). Esse ranking dos Estados mostra que uma das ameaças à preservação do Cerrado é a expansão da fronteira agrícola, especialmente na região conhecida como Matopiba – palavra que reúne as siglas de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. 

O aumento do desmatamento do Cerrado não é, contudo, simples resultado da ampliação da área utilizada pela agricultura e pecuária. Ele é decorrência direta da política ambiental do presidente Bolsonaro. Tanto é assim que o desmatamento não cresceu só no Cerrado.

No fim de novembro, o Inpe divulgou alta de 9,5% de desmatamento na Amazônia entre agosto de 2019 e julho de 2020. No período, a devastação da floresta atingiu 11.088 km², ante 10.129 km² registrados nos 12 meses anteriores. Foi a maior taxa desde 2008. 

Recente desmatamento no município de Apuí, no sul do Estado do Amazonas

Vale lembrar que preservar o meio ambiente não é uma tarefa que o governo federal pode simplesmente ignorar, se assim o desejar. Além de acordos e compromissos internacionais, há vasta legislação sobre o tema. Ou seja, não é só o “globalismo” que obriga o governo a proteger o meio ambiente nacional. O povo brasileiro, por meio do Congresso Nacional, estabeleceu metas de preservação ambiental. Ou seja, a manutenção dos biomas é um dos interesses nacionais vitais – o que o “capitão” jamais entendeu. 

Em 2009, por exemplo, o Poder Legislativo aprovou a Lei 12.187/2009, que instituiu a Política Nacional sobre Mudança do Clima. Entre os instrumentos de preservação ambiental, a lei incluiu os “Planos de Ação para a Prevenção e Controle do Desmatamento nos biomas”. Pelo próprio nome, fica evidente o dever de agir do poder público contra o desmatamento. 

Além disso, a Lei 12.187/2009 estabelece expressamente que “os princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos das políticas públicas e programas governamentais deverão compatibilizar-se com os princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos desta Política Nacional sobre Mudança do Clima”. Não cabe ao governo de Jair Bolsonaro ignorar tais obrigações legais. E, quando o faz, viola a lei descaradamente. 

Em vez de cumprir a lei, Bolsonaro tem realizado um processo de desmonte e esvaziamento dos órgãos responsáveis por cuidar do meio ambiente, como mostrou reportagem do jornal Folha de S. Paulo [para ler, clique aqui]. Houve, por exemplo:

* redução das verbas do Ibama.

* Também foi notório o desvirtuamento do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), com a mudança de sua composição. Criado em 1981, o órgão colegiado é responsável pela adoção de medidas de natureza consultiva e deliberativa relativa ao Sistema Nacional do Meio Ambiente. 

Os efeitos do desmonte são evidentes. No primeiro semestre de 2020, justamente no período em que o desmatamento aumentou, houve queda de 60% em relação ao mesmo período do ano anterior do uso do “termo de embargo”, documento que formaliza o embargo de obra ou atividade para paralisar a infração ambiental. 

Diante da política ambiental do governo Bolsonaro, seria equivocado dizer que o poder público perdeu o controle sobre o desmatamento. Poucas vezes se viu tão fiel correspondência entre a vontade do presidente da República e a situação ambiental do País. É preciso que a lei seja cumprida. A preservação do meio ambiente não é capricho – é um dever. 

Fonte: O Estado de S. Paulo – Notas e Informações – Sábado, 2 de janeiro de 2021 – Pág. A3 – Internet: clique aqui (acesso em: 04/01/2021).

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