«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2021

Preste atenção: há lições para o Brasil

 O que houve nos Estados Unidos foi uma chanchada de terror

 Lúcia Guimarães

É jornalista e vive em Nova York desde 1985. Foi correspondente da TV Globo, da TV Cultura e do canal GNT, além de colunista dos jornais O Estado de S. Paulo e O Globo 

Insurreição teria sido reprimida a tiros caso invasores do Congresso fossem negros

Apoiadores do presidente derrotado dos Estados Unidos, Donald Trump, invadem a sede do Congresso do país, o Capitólio, em Washington - quarta-feira, 6 de janeiro de 2021

Os escombros no Capitólio são o legado de Donald Trump. A traição da República é o legado de Donald Trump. Os tiros disparados no plenário, os feridos, os deputados agachados com máscaras de gás lacrimogêneo são a imagem do governo de Donald Trump. 

Aposentem o termo colonialista “República de Banana”. O oxigênio das repúblicas de banana eram os interesses da superpotência do pós-guerra. Agora, o que sobrou do superpoder americano produziu uma variação, uma chanchada de terror nesta quarta-feira (6 de janeiro). 

O país que tanto se armou, espionou e começou duas guerras depois do 11 de Setembro é governado pelo líder de um culto terrorista. O presidente passou semanas incitando sedição e crime, convocando 30 mil para marchar na capital e derrubar a eleição legítima de Joe Biden. 

Como pode o presidente continuar circulando livremente na Casa Branca, com a cumplicidade de seu vice, arrastado às pressas quando presidia uma sessão conjunta do Senado para confirmar a eleição de Biden? 

Policiais não conseguem deter manifestantes que tentavam invadir o Congresso

Omissão das forças de segurança 

Qualquer pessoa que mora nos Estados Unidos desde o 11 de Setembro sabe que é impossível iniciar uma revolta em uma grande cidade americana sem a imediata interferência maciça de forças policiais. Como acreditar em imprevisto ou acidente na violência que o mundo testemunhou na capital? 

A prefeita de Washington, Muriel Bowser, assustada com a escalada da retórica violenta de Trump, pediu reforços à Guarda Nacional na segunda-feira (4) e solicitou aos residentes para não se engajarem com a turba de extremistas que se dirigia à cidade, atendendo ao chamado do presidente. 

No mesmo dia, veio o anúncio de que o Secretário Interino de Defesa, Christopher Miller, membro do rebotalho trumpista que sobrou no esqueleto de governo, teria aprovado o pedido. 

Na quarta-feira, a Câmara de Vereadores do Distrito de Columbia, onde fica a capital, divulgou um comunicado revelando que o Pentágono havia negado o reforço da Guarda pedido pela prefeita. 

Durante as primeiras horas de caos, imagens revelavam policiais passivos, observando o distúrbio fora de controle, revoltosos escalando os muros do Capitólio, quebrando vidraças, invadindo o plenário do Congresso. Guardas do Capitólio pediam socorro pelo rádio e vários policiais foram feridos. 

É impossível não notar a ironia: horas depois de eleitores negros da Geórgia devolverem o controle do Senado ao Partido Democrata, abrindo caminho para a recuperação democrática da República e para o governo Biden implementar sua agenda; meses depois de eleitores negros abrirem caminho para a candidatura e a eleição de Biden, o país nem teve tempo de celebrar, porque uma minoria, predominantemente branca, começou uma insurreição que teria sido reprimida a tiros, caso os invasores do Congresso fossem negros ou marrons. 

Durante três horas, Donald Trump assistiu pela TV ao que Biden chamou de assalto sem precedente à democracia americana. Covarde notório que é, começou a tuitar pedidos de calma, escrevendo que os policiais estavam “do nosso lado”, mas sem ordenar que seus milhares de jagunços se dispersassem. 

No final, quem sabe se instado por um assecla assustado, o próprio presidente convocou a Guarda Nacional e gravou um vídeo mentindo a seus apoiadores. “Vão para casa,” pediu, enquanto repetia que a eleição foi roubada.

Donald Trump é um criminoso, uma ameaça à segurança do país e, como detentor dos códigos do arsenal nuclear, uma ameaça ao planeta. 

Fonte: Folha de S. Paulo – Mundo / Colunas e Blogs – Quinta-feira, 7 de janeiro de 2021 – Pág. A10 – Internet: clique aqui (acesso em: 07/01/2021). 

Seis de janeiro entrará para história dos Estados Unidos como primeira tentativa de golpe no país

 Carlos Eduardo Lins da Silva

É professor do Insper e global fellow do Woodrow Wilson Center 

Trump é principal responsável pelos acontecimentos desta data, mas não o único

Ataque de supremacistas brancos em Charlotesville - agosto de 2017 - Estados Unidos

Seis de janeiro de 2021 entrará para a história dos Estados Unidos como a data da primeira tentativa de golpe de estado da nação. Durante os quatro anos em que esteve no poder, Donald Trump estimulou seus seguidores a agirem com violência contra supostos inimigos. 

Em agosto de 2017, oito meses após a posse, justificou as agressões de supremacistas brancos que atacaram manifestantes negros que protestavam pacificamente na cidade de Charlotesville. 

Em diversos dos incontáveis comícios que promoveu durante o mandato, numa permanente campanha para se manter no poder, incentivou o uso de força de seus aliados contra jornalistas que nunca tolerou. 

Na sua gestão, solapou as instituições que o país construiu ao longo de 241 anos de independência com atitudes de deboche, desrespeito e intimidação que foram toleradas e até aplaudidas por aliados. 

Trump é o principal responsável pelos acontecimentos de 6 de janeiro, mas não o único.

Os congressistas que o apoiaram desde 2016 e o absolveram no processo de impeachment são seus cúmplices.

E Trump não é uma aberração na vida americana. Os 74 milhões de votos que recebeu em novembro demonstram isso. Quase metade dos eleitores acha que ele é seu líder e os representa. 

A violência é um valor enraizado na sociedade americana. Reflete-se não só nas inúmeras guerras em que o país se engajou (inclusive a Guerra Civil, que lhe custou 620 mil mortes na década de 1860). Mas também nas cerca de cem vidas que se perdem diariamente no país pelo uso de armas de fogo por civis. 

Um dos invasores do Congresso norte-americano estava fantasiado de Viking!

O racismo estrutural que admite a continuidade de assassinatos de pessoas negras por policiais brancos que quase invariavelmente escapam de qualquer tipo de punição legal é outro exemplo de que o 6 de janeiro não foi uma anomalia. 

A falta de “accountability” (palavra de difícil tradução que significa a obrigação universal de prestar contas e pagar pelos seus erros) não existe apenas em relação aos policiais brancos que matam negros. 

As instituições ainda não tornaram Trump “accountable” por nenhum dos escandalosos atos que praticou nestes quatro anos. E provavelmente sairá ileso também de seu incitamento à invasão do Capitólio. 

O 6 de janeiro também poderá ser lembrado como o marco do fim da experiência da democracia representativa nos Estados Unidos. Uma espécie de Bastilha às avessas. Mas, também neste item, os fatos desse dia não parecem ter sido tão aleatórios. Qualquer pessoa que estude com um pouco de profundidade o sistema eleitoral americano entenderá que ele está muito longe de ser democrático. 

A supressão do exercício do direito de voto em diversos Estados, em especial os do Sul do país, é histórica e rotineira. Desde os primórdios da nação foram estabelecidas normas para afastar das urnas os pobres, os negros, por muito tempo as mulheres. Muitos desses limites se mantêm até agora. 

Trump é a corporificação de todo esse lado trágico dos Estados Unidos, que por séculos foi encoberto pelas suas facetas positivas, que são muitas, mas não únicas. 

Ele se tornou tão perigoso porque conseguiu ativar e colocar em marcha essa parcela nefasta dos Estados Unidos. Da mesma forma como seu discípulo Jair Bolsonaro tem feito e continuará a fazer. Se Trump for punido por seus crimes, talvez ainda haja esperança de que a democracia sobreviva naquele país. 

O mesmo se aplica aqui. 

Fonte: Folha de S. Paulo – Mundo / Opinião – Quinta-feira, 7 de janeiro de 2021 – Pág. A11 – Internet: clique aqui (acesso em: 07/01/2021). 

Nunca se esqueçam dos republicanos que tentaram um golpe de Estado

 Thomas L. Friedman

Jornalista e articulista do jornal «The New York Times» 

Para que os Estados Unidos voltem a ser um país saudável, os republicanos decentes precisam romper com este Partido Republicano atrelado ao culto de Trump

Da esquerda para a direita, temos: Senadores Ron Johnson, Josh Hawley e Ted Cruz

O Novo Testamento nos pede no Evangelho de São Marcos 8,36: “Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?”. 

Os senadores Josh Hawley, Ted Cruz, Ron Johnson e todos os seus colegas do Partido Republicano que tramaram o golpe claramente esqueceram deste versículo – se é que o conheciam – pois estão dispostos a sacrificar as próprias almas, a alma do seu partido e a alma dos Estados Unidos – nossa tradição de eleições livres e justas como o meio para a transferência do poder – a fim de que Donald Trump continue presidente e um destes sacanas possa eventualmente substituí-lo. 

A “filosofia” em que se baseiam estes republicanos sem princípios que cultuam Trump é incontestavelmente clara:

“A democracia é boa para nós enquanto mecanismo que nos permita estar no controle. Se não detivermos o poder, para o inferno com as normas e para o inferno com o sistema. O poder não emana da vontade do povo – ele emana da nossa vontade e da vontade do nosso líder’. 

Para que os Estados Unidos voltem a ser um país saudável, os republicanos decentes – no governo e nos negócios – precisam romper com este Partido Republicano atrelado ao culto de Trump e fundar o seu próprio partido. É uma tarefa urgente. 

Mesmo que apenas um pequeno grupo de legisladores de centro-direita que se pautam por princípios – e os grandes empresários que os financiam – rompessem e formassem sua própria coalizão conservadora, eles se tornariam tremendamente influentes no Senado, hoje tão dividido. Eles seriam uma facção crucial na mudança que ajudaria a decidir se uma legislação aprovada por Biden seria moderada ou fracassaria. 

Ao mesmo tempo, o Partido Republicano do culto a Trump se tornaria o que é imprescindível para o país voltar a crescer – uma minoria desacreditada de malucos sem nenhum poder, esperando o último tuíte de Trump para dizer-lhes o que fazer, dizer e em que acreditar. 

Eu sei que desmantelar um partido estabelecido não é fácil (presumivelmente). Mas os republicanos dotados de princípios, os que defenderam corajosamente e honestamente a vitória eleitoral de Biden, precisam perguntar a si mesmos: “Dentro de alguns dias, quando tudo isto estiver acabado, voltaremos simplesmente para os nossos negócios usuais, com pessoas que, na realidade, estão tentando o primeiro golpe de Estado legislativo na história do país? 

Porque quando este episódio estiver encerrado, Trump fará ou dirá alguma outra coisa ultrajante para prejudicar Biden e tornar a colaboração impossível, e os cachorrinhos de Trump, como Cruz, Hawley, e o líder da Minoria da Câmara Kevin McCarthy, exigirão que o partido continue servindo aos seus interesses políticos, colocando diariamente em dificuldade os republicanos dotados de princípios. Todas as semanas haverá um novo teste de lealdade. 

Simplesmente não há nenhuma equivalência agora entre os nossos dois principais partidos Nas primárias, uma maioria esmagadora de democratas, liderados por afro-americanos moderados, optou por seguir Biden, de centro-esquerda, e não a ala socialista-democrática de extrema esquerda que defende uma polícia sem recursos. 

Trump discursa à multidão que veio a Washington para manifestar-se contra a confirmação da vitória de John Biden nas eleições presidenciais norte-americanas

Do outro lado, o partido de Trump tornou-se um culto a ponto de decidir na sua convenção que não ofereceria uma plataforma de partido. Sua plataforma seria tudo o que o seu amado líder quisesse a qualquer momento. Quando um partido deixa de pensar – e de traçar uma linha vermelha ao redor de um líder antiético como Trump – ele continuará a arrastá-lo cada vez mais para o abismo, para as portas do Inferno. Onde acaba de chegar. 

Vimos neste fim de semana o esforço mafioso de Trump de obrigar o secretário de estado da Geórgia a “encontrar” somente 11.780 votos para ele e declará-lo o vencedor do estado por um voto a mais do que Biden. 

E o veremos em uma versão ainda mais feia na sessão de quarta-feira no Congresso. Os que cultuam Trump tentarão transformar uma cerimônia destinada explicitamente a confirmar os votos do Colégio Eleitoral apresentados por cada estado – Biden 306 e Trump 232 - em uma tentativa de levar o Congresso a anular os votos do colégio eleitoral dos estados decisivos que Trump perdeu. 

Se eu fosse o diretor de The New York Times, estamparia todas as suas fotos em página inteira sob a manchete “Nunca esqueçam destes rostos: Estes legisladores podiam escolher entre a lealdade à nossa Constituição e a Trump e eles escolheram Trump”. 

Se vocês tinham alguma dúvida de que estas pessoas estão envolvidas em um comportamento sedicioso, seus colegas republicanos mais baseados em princípios não estão. Falando do plano de Hawley de contestar a contagem dos votos, Lisa Murkowski, a senadora republicana do Alaska, declarou: “Eu vou sustentar o meu juramento à Constituição. Este é o teste de lealdade”. O senador Ben Sasse, de Nebraska, acrescentou: “Adultos não apontam uma arma carregada para o coração do auto-governo legítimo”. E o senador Rob Portman de Ohio: “Não posso concordar que se permita que o Congresso modifique a vontade dos eleitores”. 

Então, o caucus [para saber o significado, clique aqui] dos que montaram o complô fracassará. Mas perguntem a vocês mesmos:  E se os aliados de Trump controlassem a Câmara, o Senado e a Suprema Corte e conseguissem o que pretendem – eles usariam algumas das manobras legislativas de última horas e anulariam a vitória de Biden? 

Eu sei exatamente o que teria acontecido. Muitos dos 81.283.485 americanos que votaram em Biden teriam ido para as ruas – e eu seria um deles – e provavelmente invadido a Casa Branca, o Capitólio e a Suprema Corte. Trump teria chamado o Exército; a Guarda Nacional, chefiada pelos governadores, teria se dividido e nós mergulharíamos na guerra civil. 

Este é o fogo com que estas pessoas estão brincando. 

Evidentemente, elas sabem disto – o que torna os esforços de Hawley, Cruz, Johnson e os da mesma laia ainda mais desprezíveis. Eles têm tão pouco respeito próprio que estão dispostos a lamber as botas de Donald Trump até o seu último segundo no cargo, na esperança de herdar os seus seguidores – se ele não voltar a concorrer em 2024. E eles estão contando com uma maioria dos seus colegas mais dotados de princípios que votam para confirmar a eleição de Biden – a fim de garantir que os seus esforços fracassem. 

Dessa maneira, eles terão o melhor de todos os mundos – crédito junto aos eleitores de Trump por perseguirem a sua Grande Mentira – a sua alegação fraudulenta de que as eleições foram fraudadas – sem nos mergulhar em uma guerra civil. Mas o preço a longo prazo será ainda maior – a redução da confiança de muitos americanos na integridade das nossas eleições livres e honestas, a base de uma transferência pacífica do poder. 

Um apoiador Donald Trump senta-se no escritório da presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, enquanto ele protesta dentro do Capitólio dos Estados Unidos em Washington, DC, 6 de janeiro de 2021. (Foto por SAUL LOEB / AFP)

Podem imaginar algo mais cínico? 

Como os americanos decentes revidarão, além de pedir aos republicanos de princípios para formarem o seu próprio partido? Tenhamos a certeza de que cobraremos um preço tangível de cada legislador que vota com Trump e contra a Constituição. 

Os acionistas de todas as principais corporações americanas deveriam assegurar-se de que os comitês de ação política destas companhias fossem impedidos de fazer contribuições de campanha para quem quer que seja que participou da tentativa de golpe da quarta-feira. 

Ao mesmo tempo, “nós o povo” precisamos lutar contra a Grande Mentira do culto de Trump com a Grande Verdade. Espero que cada grande emissora e jornal e todos os cidadãos se refiram a Hawley, Cruz, Johnson e seus amigos agora e cada vez mais como os “conspiradores do golpe”. 

Façamos com que todos os que propagaram esta Grande Mentira a respeito das eleições fraudadas para justificar o seu voto em Trump e contra a nossa Constituição carregue o título – “conspirador” – para sempre. Se vocês os virem na rua, em um restaurante, no campus universitário, perguntem educadamente: “Você era um dos conspiradores do golpe, não? Vergonha”. 

Adotemos o método de Trump: Repitamos seguidamente a Grande Verdade até que estas pessoas nunca possam se livrar dela. 

Não bastará para sanar tudo o que nos aflige – para isto ainda precisaremos de um novo partido conservador – mas seguramente é necessário dar aos outros uma pausa para tentar isto outra vez. 

Traduzido do inglês por Anna Capovilla. 

Fonte: O Estado de S. Paulo – Internacional – Quinta-feira, 7 de janeiro de 2021 – Pág. A16 – Internet:  clique aqui (acesso em: 07/01/2021).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.