Brasil é o 3º país que mais pede dados ao Google [Fique atento!!!]

JAMIL CHADE
A Justiça e o governo brasileiro pedem ao Google que conceda em média, diariamente, informações sigilosas sobre 14 pessoas ou contas privadas diferentes. Os dados são da empresa. Em 2012, o Brasil fez 5,2 mil demandas de informação - foram 65 mil casos no mundo. No segundo semestre do ano, o País pediu dados sobre 2,5 mil contas, o que o colocou em terceiro lugar no mundo, atrás de EUA, com 14 mil contas, e Índia, com 4,1 mil.

Nos últimos meses, governos, sociedade e empresas têm ampliado o debate sobre até que ponto governos têm direito a acessar os dados pessoais e sigilosos de indivíduos que usam a internet. Para autoridades, o acesso é fundamental para garantir a proteção do país e dos cidadãos. O escândalo nos EUA envolvendo um programa do governo para monitorar contas na internet reabriu o debate sobre a legitimidade a respeito da ingerência em contas privadas na rede.

A União Internacional de Telecomunicações, em um recente informe, criticou a falta de leis no Brasil para lidar com a proteção de dados na rede, alertando que isso poderia afastar investidores do setor. Segundo a organização, o Brasil também está entre os três países que mais solicitam informações confidenciais às gigantes da internet. Em 66% dos casos de pedidos do Brasil, o Google atendeu às ordens judiciais ou do governo brasileiro e entregou os dados privados. Em 2011, a taxa chegou a 90%.

Exclusão
O Brasil ainda lidera a lista dos países que mais pediram ao Google a supressão de um site ou de uma informação na rede. Em 2012, esse número foi de 888. A quantidade corresponde a 20% de todos os pedidos de supressão de dados que o Google recebeu no mundo.

No segundo semestre do ano passado, ordens judiciais exigiram que o Google retirasse do ar 756 conteúdos a pedido da Justiça brasileira, principalmente sobre difamação e relacionados com o Código Eleitoral. Apenas 35 dos casos foram atendidos.

No mesmo período, países como EUA fizeram pouco mais de 300 solicitações. Na Rússia, foram 111. Em ditaduras como China e Irã, o Google registrou apenas um pedido de cada país.

Fonte: O Estado de S. Paulo - Internacional - Sábado, 8 de junho de 2013 - Pg. A15 - Internet: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,brasil-e-o-3-pais-que-mais-pede-dados-ao-google-,1040131,0.htm
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Gigantes da web facilitaram vigilância 
de inteligência americana a usuários

DENISE CHRISPIM MARIN

Google e Facebook construíram ambientes seguros para monitorar rede; Twitter evitou colaborar
Das principais empresas de tecnologia do Vale do Silício, o Twitter foi a única que não facilitou o acesso do governo americano a seus servidores no programa secreto de monitoramento de e-mails, chats, downloads e buscas executado pela Agência de Segurança Nacional (NSA) em busca de suspeitos de terrorismo, segundo o The New York Times. Gigantes do ramo como o Google, Facebook, Yahoo, Microsoft, Apple, AOL e Paltalk ajudaram e até desenvolveram sistemas que agilizaram o processo de vigilância.

As companhias são obrigadas por uma lei – o Ato de Vigilância de Inteligência Estrangeira – a entregar dados para o governo. Mas não têm de, necessariamente, ajudar as agências de espionagem a encontrar o que procuram. Algumas delas, como o Google e o Facebook, construíram ambientes digitais seguros em seus servidores onde o governo pedia e recolhia os dados.

No começo do ano, o chefe do Estado-Maior dos EUA, Martin Dempsey, viajou ao Vale do Silício para se reunir com executivos dessas empresas. As nove companhias negam que tenham colaborado com o governo e, por meio de comunicado, informaram que apenas cumpriram ordens judiciais. O Twitter, por meio de um porta-voz, limitou-se a dizer que a filosofia da empresa consiste em apoiar o direito dos usuários.

Ciberataques
Em meio às revelações sobre os grampos telefônicos e vigilância na internet, os jornais Washington Post e Guardian publicaram que o presidente americano, Barack Obama, instruiu sua equipe de inteligência a desenvolver um esquema de guerra cibernética silencioso contra adversários dos interesses americanos pelo mundo. O decreto presidencial secreto também ordena que os ciberataques sejam executados dentro da lei.

Segundo o documento, o governo americano acredita que os ciberataques estão cada vez mais iminentes e uma guerra cibernética pode estar "atrás da porta". "A Operação Ofensiva de Ciberefeitos (OCEO) pode oferecer uma capacidade única para avançar em objetivos americanos sem alertar o adversário", diz o decreto.

O documento foi vazado durante a visita do presidente chinês, Xi Jiping, aos EUA, no qual especula-se que Obama tenha reclamado de ciberespionagem chinesa contra interesses comerciais americanos. Ontem, ambos falaram sobre o tema. "Eu notei o interesse da imprensa sobre a segurança cibernética. Isso pode dar às pessoas a percepção de que isso é uma ameaça que vem da China ou que seja o maior problema da nossa relação", alertou Xi.

Obama relativizou uma suposta tensão com Pequim sobre o tema. "Essas questões não são apenas da relação EUA-China. Essas são questões de preocupação internacional. Frequentemente, não são os Estados que estão envolvidos nisso", disse.

Fonte: O Estado de S. Paulo - Internacional - Domingo, 9 de junho de 2013 - Pg. A16 - Internet: http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,gigantes-da-web-facilitaram-vigilancia-de-inteligencia-americana-a-usuarios,1040261,0.htm

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