«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 16 de março de 2021

Descoberta arqueológica

 Israel descobre novos manuscritos do Mar Morto

 Agências AFP/Reuters

País revelou fragmentos de um pergaminho bíblico de 2.000 anos de antiguidade, descoberto no deserto da Judeia, no sul do país

Tatyana Bitler, curadora da Autoridade de Antiguidades de Israel, mostra fragmentos de pergaminhos do Mar Morto em um laboratório em Jerusalém, em 2 de junho de 2020.  Foto: MENAHEM KAHANA / AFP

Israel revelou nesta terça-feira, 16 de março, fragmentos de um pergaminho bíblico de 2.000 anos de antiguidade, descoberto no deserto da Judeia, no sul do país, e considerou se tratar de uma descoberta “histórica” e uma das mais importantes desde os Manuscritos do Mar Morto. 

“Pela primeira vez em quase 60 anos, as escavações arqueológicas revelaram fragmentos de um pergaminho bíblico”, afirma a Autoridade de Antiguidades de Israel (AAI) em um comunicado. 

Escritos em grego, os fragmentos tornaram possível, segundo pesquisadores israelenses, reconstruir passagens dos livros de Zacarias e Naum, que fazem parte do livro dos 12 profetas menores da Bíblia. 

A Autoridade também disse que, embora o novo pergaminho seja escrito principalmente em grego, o nome de Deus, Yahweh, aparece em antigas letras hebraicas típicas do período do chamado primeiro templo, ou Templo de Salomão, construído no século XI antes de Cristo.

É provável que a nova descoberta seja uma parte ausente de um pergaminho dos Profetas Menores descoberto em 1952, que inclui a profecia de Miquéias sobre o Fim dos Dias e a ascensão de um governante de Belém.

A principal teoria é de que os pergaminhos não foram escritos por um único povo, alguns são em hebraico, alguns em aramaico e alguns em grego. O mais novo pergaminho a ser encontrado, ou melhor, seus fragmentos, está em grego, disse o IAA.

O material foi encontrado durante escavações em uma caverna em um penhasco na reserva natural Nahal Hever, no âmbito de uma campanha para combater o saque de patrimônio.

Um dos pedaços do pergaminho do Mar Morto encontrado por Israel nesta semana. Foto: REUTERS/Ammar Awad
Para realizar a operação, que se estendeu pela parte do deserto da Judeia localizada na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967, a AAI forneceu aos arqueólogos drones e equipamentos de montanha, incluindo cordas para descida de rapel.

Outras descobertas 

Feita de junco trançado, a cesta - completa, com tampa - tem mais de 10.500 anos, baseado na datação por radiocarbono da professora Elisabetta Boaretto, do Instituto Weizmann de Ciência de Rehovot, disse o IAA. Esse é o período Neolítico, anterior à chegada da cerâmica na região (a cerâmica surgiu no leste da Ásia bem antes). 

Como os pergaminhos muito posteriores, a cesta sobreviveu todos esses anos por causa do notável calor e aridez em sua localização: as cavernas Muraba’at na Reserva Nahal Darga. 

Além disso, era grande, com uma capacidade de cerca de 90 a 100 litros, o que sugeria aos arqueólogos que talvez fosse usado para armazenamento - especialmente por ter sido colocado em uma cova escavada no chão de uma caverna do período Neolítico. 

A cesta que pode ser a mais antiga do mundo, do período Neolítico, encontrada em Israel

Isso por si só sugere que era usado para armazenamento pelos povos nômades que habitavam a área há mais de 10.000 anos, na época em que visitavam a caverna, dizem os arqueólogos. No entanto, nenhum resto foi encontrado dentro da cesta, até o momento, que pudesse indicar o que ela poderia ter sido usada para armazenar. 

A cesta foi encontrada por adolescentes da academia pré-militar de Nofei Prat, disse o IAA. Os pesquisadores também encontraram os restos mortais naturalmente mumificados de uma criança, provavelmente uma menina, enrolada em um pano - como se um cobertor tivesse sido colocado sobre ela, disseram. 

Esqueleto de 6.000 anos de uma criança encontrado pelos arqueólogos no deserto da Judeia - Divulgação/Autoridade de Antiguidades de Israel

Completo com cabelo, o corpo foi datado de cerca de 6.000 anos atrás, antes dos pergaminhos em cerca de quatro milênios. A criança, enrolada em posição fetal, tinha aparentemente de 6 a 12 anos, com base em uma varredura preliminar feita pela Dra. Hila May, da Universidade de Tel Aviv. 

Os arqueólogos encontraram um esconderijo de moedas dos dias da revolta de Bar Kochba contra os romanos em 133-135 d.C. As moedas trazem os símbolos judaicos típicos da época, como uma harpa e uma tamareira. 

Algumas das moedas encontradas no Deserto da Judeia

Trabalhando em três equipes sob as ordens dos oficiais do IAA Oriah Amichai, Hagay Hamer e Haim Cohen, os pesquisadores também descobriram pontas de flechas e lanças, tecidos, sandálias e até pentes contra piolhos da época da revolta. 

As descobertas extraordinárias foram feitas em uma missão em massa para encontrar relíquias dos tempos pré-históricos e bíblicos antes dos saqueadores, explicou o Diretor Geral da IAA, Israel Hasson. O saque de antiguidades é um grande problema em todo o mundo: em janeiro, as autoridades capturaram milhares de objetos preciosos em Tel Aviv. 

Pente para pegar piolhos de mais de dois mil anos, encontrado por arqueólogos de Israel.  Foto: EFE/EPA/ATEF SAFADI

O projeto nacional de vasculhar todas as cavernas e ravinas do Deserto da Judeia começou em 2017 como um projeto IAA em cooperação com o Departamento de Arqueologia da Administração Civil na Cisjordânia e foi financiado pelo Ministério de Assuntos e Patrimônio de Jerusalém. Até agora, cerca de 80 quilômetros de cavernas desérticas foram pesquisados, incluindo o uso de drones para acessar lugares especialmente inacessíveis, disse o IAA. 

De todas as centenas de pergaminhos encontrados até o momento, apenas três são relativamente completos. O restante tem cerca de 25.000 fragmentos, estimam os estudiosos. Enormes esforços estão sendo investidos na tentativa de reconstruir os textos a partir dos fragmentos usando tecnologias de ponta. 

Desde que um pastor beduíno descobriu os primeiros pergaminhos em 1947, esses textos antigos revolucionaram o conhecimento sobre o Judaísmo e os muitos grupos e seitas dos quais derivaram o Judaísmo rabínico e o Cristianismo. Segundo especialistas, os Manuscritos do Mar Morto mostram que, quando foram escritos, o texto considerado como o Antigo Testamento ainda não havia sido finalizado, e os rituais de adoração judaica ainda não estavam consolidados.

Os manuscritos de Qumran 

Desde a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto, há mais de 70 anos, nas cavernas de Qumran, as cavernas rochosas do Deserto da Judeia se tornaram alvo de saqueadores de antiguidades. 

Esses 900 manuscritos [de Qumran] são considerados uma das descobertas arqueológicas mais importantes de todos os tempos, porque incluem textos religiosos em hebraico, aramaico e grego, assim como a versão mais antiga conhecida do Antigo Testamento. Foram escritos por volta do terceiro ou segundo século antes de Cristo até primeiro século depois de Cristo, de autoria desconhecida.

Apenas alguns dos cerca de 900 encontrados estão mais ou menos completos. O resto está danificado e fragmentado. No entanto, o estudo dos pergaminhos foi possível, inclusive graças à restauração meticulosa. Sabe-se que eles contêm as primeiras versões conhecidas de muitos textos bíblicos, apócrifos religiosos, comentários e manuscritos místicos.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Internacional – Terça-feira, 16 de março de 2021 – 08h01  – Atualizado em 16 de março de 2021 às 11h26 (Horário de Brasília – DF) – Internet: clique aqui (acesso em: 16/03/2021).

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