«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 20 de abril de 2021

Por que os preços sobem?

 O dólar e o risco Bolsonaro

 Editorial

Jornal «O Estado de S. Paulo» 

Incertezas sobre Orçamento, pandemia quase descontrolada e os tropeços e impasses do governo na política econômica explicam o dólar caro

 

Com mais de US$ 350 bilhões de reservas internacionais, superávit comercial, preços favoráveis no mercado global e dívida externa muito bem comportada, o dólar poderia estar abaixo de R$ 5,00, segundo especialistas, mas tem oscilado em torno de R$ 5,40 e batido em R$ 5,60 com alguma frequência.

Dólar caro pressiona os custos, alimenta a inflação e inferniza a vida de milhões de famílias, forçadas a pagar mais por muitos produtos.

Algo muito anormal parece estar ocorrendo no mercado de câmbio. Com as contas externas em ordem, a fraqueza do real causa estranheza. Mas o aparente mistério desaparece quando se levam em conta:

* as incertezas sobre o Orçamento,

* a pandemia quase descontrolada e

* os tropeços e impasses de um governo incapaz de dar um rumo à política econômica. 

A crise sanitária afetou o comércio internacional no ano passado, mas quase sem reflexos no Brasil. As exportações de commodities – soja, carnes, minérios e outros produtos básicos – continuaram vigorosas, garantindo um robusto superávit comercial. O País acumulou saldo positivo de US$ 51 bilhões no comércio de mercadorias.

Apesar disso, o real foi uma das moedas mais desvalorizadas em 2020.

Em dezembro, a cotação média do dólar (R$ 5,142) foi 28,8% maior que em janeiro, mas em vários momentos, nos dois semestres, a moeda americana superou a cotação de R$ 5,50. 

A instabilidade cambial continuou em 2021 e o dólar superou R$ 5,70 em algumas ocasiões. No meio da manhã de ontem, a moeda americana, em queda no mercado brasileiro, foi negociada a R$ 5,54. No meio da tarde, no entanto, estava cotada a R$ 5,56. As explicações eram previsíveis: novamente as várias incertezas dificultavam o recuo para o território abaixo de R$ 5,50. 

Respeitados economistas, veteranos conhecedores do comércio internacional e do mercado de câmbio, repetiram ao Estado a lista dos fatores de insegurança. Aparecem com destaque, nessa relação:

1) as incertezas sobre a evolução das contas de governo, incluída a enorme dívida interna,

2) os erros do governo federal diante da pandemia,

3) a vacinação lenta,

4) os problemas de suprimento de vacinas,

5) as tensões políticas e

6) a economia sem rumo. 

SIM! O ARROZ CHEGOU A ESTE PREÇO EM SETEMBRO DE 2020, EM PLENA PANDEMIA

A insegurança fiscal aumentou com novas trapalhadas fiscais. Passado o meio de abril, o País continua sem um orçamento executável. O projeto de lei orçamentária de 2021 foi aprovado em março, com enorme atraso e com distorções perigosas, como a subestimação dos gastos obrigatórios. Embora sem dispor de uma programação financeira exequível para 2021, a equipe econômica já enviou ao Congresso o projeto da nova Lei de Diretrizes Orçamentárias, com metas para 2022. Ninguém pode dizer com alguma segurança como e quando esse projeto será aprovado. 

A pandemia ainda muito grave, com mortandade elevada e escassez de insumos para intubação de pacientes, complica as projeções econômicas.

O dado mais claro, hoje, é o crescente pessimismo dos economistas consultados pelo Banco Central, semanalmente, em sua pesquisa Focus.

Em quatro semanas o crescimento econômico estimado para este ano caiu de 3,22% para 3,04%, enquanto a inflação esperada subiu de 4,71% para 4,92%, bem acima da meta deste ano (3,75%). Nesse intervalo, o câmbio previsto para o fim do ano aumentou de R$ 5,30 para R$ 5,40 por dólar. A piora das expectativas também afeta as projeções de inflação e câmbio de 2022. 

As incertezas sobre a inflação, as contas públicas, o crescimento e o próprio câmbio misturam-se com o mau humor dos investidores, assustados com a política antiambiental do governo e com o intervencionismo nas estatais de capital aberto, como Banco do Brasil e Petrobrás. 

Segundo técnico citado pelo Estado, a cotação adequada seria de R$ 4,60, muito próxima daquela apontada, recentemente, pelo ministro da Economia, Paulo Guedes (R$ 4,50). Não faltam recursos. Estima-se em cerca de US$ 40 bilhões o dinheiro mantido no exterior, como medida de cautela, por exportadores.

A fonte principal de insegurança chama-se Jair Bolsonaro e mora no Palácio da Alvorada.

 Fonte: O Estado de S. Paulo – Notas & Informações – Terça-feira, 20 de abril de 2021 – Pág. A3 – Internet: clique aqui (acesso em: 20/04/2021).

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