«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sábado, 17 de setembro de 2011

O festival da "cultura canábica"


A decisão da reitoria da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo de suspender as atividades didáticas e administrativas na sexta-feira [16/09/2011], para impedir a realização de um "festival da cultura canábica", foi sensata e prudente. O evento, que seria animado por sete conjuntos musicais e contaria com a livre comercialização de bebidas alcoólicas, tinha 6,4 mil pessoas com presença já confirmada quando a decisão do reitor Dirceu de Mello [foto acima] foi anunciada.


Mesmo assim, os estudantes se mobilizaram pela internet para tentar realizar a festa de promoção do consumo de maconha, afrontando a decisão do reitor, que é professor de direito penal e desembargador do Tribunal de Justiça. O diretor de um dos centros acadêmicos da PUC acusou Mello de querer "uma universidade sem festas". Evidenciando que não sabia do que estava falando, outro estudante afirmou que o fechamento do câmpus configuraria uma violação do princípio da "liberdade universitária".


"Vamos do mesmo jeito e, se não abrirem, a gente invade", ameaçou uma aluna, num arroubo de irresponsabilidade. A apologia do uso de entorpecentes e o consumo de drogas são crimes previstos pelo Código Penal, com penas de 3 a 6 meses de detenção e de 3 a 10 anos de prisão, respectivamente. A invasão de dependências universitárias, com quebra de cancelas e derrubada de portas, pode levar os estudantes a serem acionados civil e criminalmente - além de correrem o risco de serem expulsos e ficarem impedidos de obter registro profissional.


No ato em que determinou o fechamento do câmpus da PUC, o reitor Dirceu de Mello afirmou que "as festas de sexta-feira ganharam proporções inadmissíveis por conta do barulho, duração e uso não dissimulado de bebidas e entorpecentes, afora outras condutas reprováveis".


Infelizmente, esse problema não está surgindo pela primeira vez na PUC. Muitos estudantes de várias outras instituições de ensino superior frequentam mais os bares do que as salas de aula. Nas sextas-feiras, em bairros como Higienópolis, Pacaembu, Perdizes, Vila Mariana e Bela Vista, magotes de alunos ocupam as calçadas e ruas das imediações de suas universidades, perturbando a vizinhança e dificultando o trânsito. Em junho de 2010, a polícia realizou uma blitz nas Ruas Cesário Mota, Itambé, Maria Antonia e Piauí e prendeu em flagrante, por consumo de drogas, cerca de 20 alunos da Universidade Presbiteriana Mackenzie.


Dois fatores têm contribuído para agravar esse problema. O primeiro é a expansão da internet, que levou à formação de redes sociais, permitindo a comunicação em tempo real de milhares de pessoas. A informação sobre a confirmação de 6 mil participantes do "festival da cultura canábica" da PUC, por exemplo, foi feita pela rede social Facebook. Com 30,9 milhões de visitantes na internet, o Facebook é a rede social com maior audiência no País, seguida pelo Orkut, com 29 milhões de visitantes.


O segundo fator é a leniência com que as autoridades têm tratado a apologia do uso de drogas. Nos últimos tempos, ela passou a ser feita de maneira provocativa, sob a forma de "marchas da maconha". Para os participantes, elas são "atos em defesa da liberdade de expressão". Na prática, isso não passa de jogo de palavras para esconder o que as marchas realmente são - pretextos para a promoção do consumo de drogas e para afrontar as leis e a autoridade constituída. Em maio deste ano, a Polícia Militar reprimiu a Marcha da Maconha em São Paulo, que fora proibida pela Justiça criminal, e acabou sendo criticada até pelo governador Geraldo Alckmin.


Quanto maior é a tolerância com marchas e festivais canábicos, maior será o número de viciados e maior será o problema da criminalidade. Crime e entorpecentes estão interligados e fazem parte de uma rede que une traficantes e usuários. Por isso, enquanto líderes estudantis ingênuos e pretensamente libertários insistem em iniciativas que alegram os chefes do narcotráfico, o reitor da PUC fez o que se podia esperar de um dirigente universitário consciente de suas responsabilidades


Fonte: O Estado de S. Paulo - Notas e Informações - Sábado, 17 de setembro de 2011 - Pg. A3 - Internet: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-festival-da-cultura-canabica,773775,0.htm

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