«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Agronegócio e investimentos despencam e PIB encolhe 0,5% no 3º trimestre

Agência Estado


Queda é o pior resultado desde o 1º trimestre de 2009, auge da crise financeira internacional; 
na comparação com o mesmo período do ano anterior, economia teve alta de 2,2%

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil encolheu 0,5% no 3º trimestre deste ano ante os três meses imediatamente anteriores. Pelo lado da oferta, o pior desempenho foi o da agropecuária, que despencou 3,5% na mesma base de comparação. Já indústria e serviços ficaram praticamente estáveis, com leve alta de 0,1%. Já pela ótica da demanda, os investimentos (denominados formação bruta de capital fixo) tiveram forte queda: 2,2%, a maior desde o primeiro trimestre de 2012, quando houve recuou 2,7%. Enquanto o consumo das famílias teve alta de 1% e o do governo cresceu 1,2%.

A queda de 0,5% é o pior resultado, nessa base de comparação, desde o primeiro trimestre de 2009, auge da crise financeira internacional. Naquela ocasião, houve recuo de 1,6% no PIB, na margem. O resultado também representa a primeira retração desde o primeiro trimestre de 2009, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O dado também representa uma forte desaceleração ante o resultado do segundo trimestre deste ano, que teve a alta revisada para cima: de 1,5% para 1,8%.

A queda no terceiro trimestre ficou no piso das estimativas dos analistas. Levantamento do serviço AE Projeções, da Agência Estado, com 47 instituições, previa recuo de 0,50% a uma expansão de 0,20% para o PIB - com mediana de -0,20%.

Já na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, a economia teve alta de 2,2%, sendo puxada pelo setor de serviços, que também teve expansão de 2,2%. Já a indústria teve alta de 1,9% e a agropecuária recuou 1%. Nesta base de comparação, os investimentos tiveram forte alta: 7,3%. Trata-se da terceira alta seguida, sinalizando para uma recuperação dos investimentos em relação ao ano anterior. Já os consumos das famílias e do governo cresceram, ambos, 2,3%. Em valores correntes, o PIB do terceiro trimestre somou R$ 1,213 trilhão.

O PIB de 2012 ante 2011 foi revisado pelo IBGE de 0,9% para 1%. O resultado ficou abaixo do anunciado pela presidente Dilma Rousseff na semana passada, durante uma entrevista. A presidente disse que o crescimento do ano passado tinha sido revisado de 0,9% para 1,5%.

Este ano, foram incorporadas as revisões de pesquisas usadas no cálculo do indicador, mas também a nova Pesquisa Mensal de Serviços, que começou a ser divulgada pelo instituto recentemente e motivou especulações sobre uma revisão do crescimento do País para cima. No entanto, as revisões definitivas, feitas a partir da incorporação das Contas Nacionais Anuais, só serão realizadas quando o trabalho de mudança na metodologia de cálculo do PIB estiver concluído, o que está previsto para o fim de 2014 ou início de 2015.

Comércio exterior
As exportações, segundo o IBGE, caíram 1,4% no terceiro trimestre em relação aos três meses imediatamente anteriores. Ante o mesmo período do ano anterior, as vendas externas subiram 3,1%. Já as importações diminuíram 0,1% na comparação com o segundo trimestre do ano. Em relação ao mesmo período de 2012, houve alta de 13,7%.

A contabilidade das exportações e importações no PIB é diferente da realizada para a elaboração da balança comercial. No PIB, entram bens e serviços, e as variações porcentuais divulgadas dizem respeito ao volume. Já na balança comercial, entram somente bens, e o registro é feito em valores, com grande influência dos preços.

Como o PIB é calculado? 
O PIB é o indicador mais usado para medir o tamanho da economia de um país. É o total de riquezas produzidas ao longo de um dado período. Ou, na definição do IBGE, que cuida do cálculo: são os "bens e serviços produzidos no país descontadas as despesas com os insumos utilizados no processo de produção durante o ano. É a medida do total do valor adicionado bruto gerado por todas as atividades econômicas".

Para chegar ao valor do PIB, o IBGE, computa o desempenho dos três setores da economia - agropecuária, indústria e serviços. Ao mesmo tempo, acompanha os componentes da demanda: o consumo das famílias e o do governo; exportações; importações (cujo impacto tem sinal negativo); e, finalmente, a formação bruta de capital fixo, que é justamente a conta de investimentos do PIB.

A conta do IBGE, órgão vinculado ao Ministério do Planejamento, é feita a partir das pesquisas setoriais que ele próprio realiza ao longo do ano e também de dados complementares fornecidos pelo Banco Central, Ministério da Fazenda e Agência Nacional de Telecomunicações, entre outras fontes.

Fonte: ESTADÃO.COM.BR - Economia e Negócios - 03 de dezembro de 2013 - 09h00 - Internet: clique aqui.
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ANÁLISE
MAIS DECEPÇÃO


Celso Ming

O comportamento do Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre foi decepcionante: caiu 0,5% em relação ao anterior. Tão decepcionante, ou ainda mais, é a reação de nossas autoridades.

Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, não há nada de errado nesses resultados. Eles são até melhores do que os do ano passado...

"O consumo cresceu apenas 1,0% sobre o trimestre anterior porque o crédito desacelerou", disse ele. Ora, o crédito vai crescendo a 14,7% ao ano, o que não é pouca coisa, e só não está crescendo mais porque a inadimplência (calote) aumentou. Isso significa que, há alguns meses, o crédito já tinha avançado demais. Os bancos não haviam levado em conta o excessivo endividamento das famílias. Como essa situação não será revertida tão cedo, também não dá para aceitar a projeção do ministro Mantega, que, outra vez, não passa de torcida, de um quarto trimestre muito melhor.

Outra afirmação esquisita do ministro é a de que o resultado ruim do terceiro trimestre favorece um bom resultado no último trimestre do ano. Por essa lógica, se, em vez de ter caído apenas 0,5%, o PIB do terceiro trimestre tivesse despencado, digamos, para menos 4,0% ou menos 5,0%, o crescimento do trimestre seguinte seria ainda mais favorecido.

Há pouco mais de uma semana, em entrevista ao diário espanhol El País, a presidente Dilma declarou que a revisão das Contas Nacionais pelo IBGE corrigiria para 1,5% o crescimento do PIB em 2012, avaliado em apenas 0,9%. Pois veio a correção anunciada, não para 1,5%, mas para apenas 1,0%. Ou seja, a presidente Dilma errou o chute em 50%. Mas, aparentemente, isso não tem importância, fica o dito pelo não dito...

É leviano atribuir o mau desempenho da economia a fatores fortuitos. A baixa capacidade de voo da galinha não acontece porque suas penas estão encharcadas de graxa. A galinha tem asas atrofiadas; não tem estrutura física para voar como os gansos selvagens. O PIB está se arrastando porque a política econômica está desequilibrada e vai produzindo distorções: 
  • Não é apenas o setor produtivo que segue queimando óleo. 
  • A inflação está à altura dos 6% ao ano; 
  • o rombo das contas externas (déficit em conta corrente) vai subindo para 4,0% do PIB; 
  • a poupança nacional é insuficiente (de apenas 15%) e, por isso, o investimento não pode ser muito maior do que isso. 
  • E não havendo investimento de pelo menos 23% ou 24% do PIB, também não dá para garantir um avanço de mais de 3,0% ao ano, como quer o governo.
Ainda que haja alguma reação no quarto trimestre, o crescimento da economia neste ano não deverá ser superior a 2,2% (veja o gráfico).

A presidente Dilma vem deixando claro que não quer correções de rumo, porque teme seu impacto sobre as eleições de 2014. E isso também aponta para novo desempenho medíocre no ano que vem.

Mas, afinal, para que mudar? Nem uma economia atrapalhada nem um governo atrapalhado conseguem tirar a presidente Dilma da ponta das intenções de voto.


Fonte: O Estado de S. Paulo - Economia - Quarta-feira, 4 de dezembro de 2013 - Pg. B2 - Internet: clique aqui.

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