«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

UM FRAGELO: 28 milhões convivem com usuários de drogas

Lígia Formenti

Segundo levantamento, divulgado nesta terça-feira, 
28 milhões de pessoas vivem com um viciado em drogas no Brasil
Pesquisa inédita feita pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostra que o tratamento de dependentes químicos é, na maioria das vezes, financiado pelos próprios familiares. O trabalho entrevistou 3.142 famílias de todo o País que tinham entre seus integrantes usuários em tratamento. Desse grupo, 58% pagavam do próprio bolso a internação dos pacientes.

O trabalho revelou ainda que o impacto da terapia afetou de forma drástica ou fortemente quase metade dos entrevistados (45% deles). "Com o estudo, quisemos dar voz a essas famílias, que também sofrem com essa doença crônica, mas estão esquecidas, sobretudo pelos serviços públicos", afirmou o coordenador do trabalho, o psiquiatra da Unidade de Pesquisas em Álcool e Drogas, Ronaldo Laranjeira.

Atualmente, 28 milhões de pessoas vivem no Brasil com um dependente químico. "É um problema muito próximo de todos nós. Mas, ao mesmo tempo, poucos dão a importância devida", completa.

O fato de a maior parte das famílias arcar com o pagamento é uma prova do abandono, avalia Laranjeira. "A informação é deficiente, os serviços, escassos", observou.

A lacuna, completa, está estampada na pesquisa. Dos familiares entrevistados, 50% não sabem o que são os Centros de Atendimento Psicossocial de Álcool e Drogas, unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) para atendimento de dependentes químicos. E dos que conhecem, 46% nunca haviam procurado um CAPS.

"Os relatos impressionam: `as vezes familiares recorrem aos serviços, dizendo que o dependente está em casa descontrolado, ameaçando todos. A resposta que ouvem é que não há nada a ser feito, enquanto o usuário não comparecer, por conta própria, ao serviço de atendimento", relata Laranjeira. Ele avalia que o mínimo que poderia ser feito é um serviço de aconselhamento para familiares, mesmo que por telefone. "Atualmente, o serviço se limita a dar endereços sobre postos de atendimento. Isso não resolve", assegura.

A tensão se reflete na própria qualidade de vida dos familiares. De acordo com a pesquisa, esse grupo tem um risco maior para desenvolver problemas de saúde. "Eles apresentam significativamente mais sintomas físicos e psicológicos que a média da população", conta Laranjeira.

Dos entrevistados, 58% disseram que os problemas enfrentados com familiares usuários de drogas afetaram o trabalho ou estudos. Dos ouvidos, 47% relataram ainda que a vida social havia sido prejudicada em decorrência dos problemas enfrentados com o familiar usuário de drogas.

A maioria (80%) dos entrevistados era do sexo feminino. A maior parte das pessoas ouvidas (46,5%) eram mães dos usuários de drogas. "Geralmente são elas as grandes envolvidas. Elas que ficam à frente no tratamento", disse Laranjeira.

Fonte: ESTADÃO.COM.BR - Saúde - 03 de dezembro de 2013 - 11h15 - Internet: clique aqui.
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"A família vive 24 horas em função do dependente"

Ligia Formenti e Fabiana Cambricoli
"O dependente vive 24 horas em função da droga. O familiar, 24 horas em função do dependente", resume a professora aposentada Sylvia Rocchi Rodrigues Marcolino. Ela soube que seu filho caçula era usuário de drogas em 2002, quando ele mesmo confessou, aos 17 anos.

Sylvia procurou psicólogos e psiquiatras para o filho. Ele foi medicado e, um dia, tomou todos os remédios de uma só vez. "Nada estava dando certo. Procurei então o Amor Exigente, um grupo de ajuda mútua voltado para familiares de dependentes [para saber mais, clique aqui]." Sylvia conta que, a partir de então, ela e o marido mudaram de comportamento. Pararam de viver em função do menino. "Colocamos limites. Meu filho passou a sofrer a consequência de seus atos."

O menino também procurou ajuda. Deixou de usar drogas, retomou os estudos, se formou, e hoje trabalha em outra cidade. "Se você me perguntar se ele teve recaídas, não sei. Mas posso dizer é que o comportamento dele mudou. E o meu também."

Superação

Mãe de um ex-dependente de cocaína e crack, a professora Sonia Eli, de 71 anos, conta que teve de bancar o tratamento do filho e chegou a gastar, em uma internação, o valor de um carro. "Ele sempre sonhou em ter uma picape. Quando saiu da segunda internação, a funcionária da clínica mostrou o valor que gastamos e disse: 'sua picape ficou aqui'."

Aos 22 anos, o jovem, viciado há 5, se livrou das drogas e decidiu cursar Psicologia. "Meu marido, já aposentado, prestou o vestibular para dar apoio moral. Os dois passaram e se formaram juntos. Hoje, 20 anos depois, têm um consultório especializado em atender usuários de drogas", diz. 


Fonte: ESTADÃO.COM.BR - Notícias/São Paulo - 04 de dezembro de 2013- 02h06 - Internet: clique aqui.

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