«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Exorcismos: “Mas a Igreja jamais deve ser obsessionada pelo Mal”

Entrevista com Bruno Forte
(arcebispo de Chieti-Vasto e teólogo italiano)

Paolo Rodari
La Repubblica
02-12-2013

"A quase absoluta maioria de quem se dirige aos exorcistas
não tem necessidade de exorcismos, mas de terapia médica"
Dom Bruno Forte - arcebispo e teólogo italiano

Qual é a posição da Igreja com respeito aos exorcismos?

Bruno Forte: A fé da Igreja é fundada sobre o primado de Deus e de seu amor e sobre a centralidade da pessoa humana, chamada a corresponder a este amor. A visão de fé não ignora as resistências ao bem e o cansaço de amar. É uma posição realista. Há uma resistência a fazer o bem que não é somente fruto de escolhas pessoais, mas tende a condicionar estas escolhas, e na qual frequentemente se faz presente a obra do maligno. Deus tem o poder de vencer o adversário, mas Satanás não cessa de agir. Não se pode excluir que haja pessoas que experimentam uma sujeição ao demônio, até um estado de possessão diabólica, para o que pode ser necessária a ajuda de um exorcista, encarregado pela Igreja, que, no entanto, escapa de toda espécie de obsessão do demoníaco.

Por que aumentam os exorcistas?

Bruno Forte: Esta é uma grande questão. Também na minha diocese um presbítero é por mim indicado para desenvolver este ministério. Todos os cristãos, quando recitam o Pai nosso, pedem a libertação do maligno, e cooperam em certa medida no ministério dos exorcistas. É, depois, exigido que em toda diocese o bispo escolha um ou mais sacerdotes como exorcistas: padres prudentes, de profunda fé e equilíbrio. Sua presença é benéfica porque ajuda muitas pessoas, que não são possuídas, a compreender que é de uma intervenção psicológica ou psiquiátrica que necessitam. Se não houvesse os exorcistas, muitos, na realidade, com frequência não saberiam a quem se dirigir.

Entre os que pedem ajuda quantos são possuídos?

Bruno Forte: A quase absoluta maioria de quem se dirige aos exorcistas não tem necessidade de exorcismos, mas de terapia médica. Com quem é possuído inicia, ao invés, um percurso de conversão, ajudando a voltar à oração, aos sacramentos, de modo que uma vida de fé dê força à própria pessoa para sair da possessão. Depois, certamente, se desenvolve também o rito do exorcismo, mas não é a única ação. Sem conversão não há libertação.

O Papa fala com frequência do demônio. Por quê?

Bruno Forte: Porque a realidade de Satanás é parte da tradição bíblica e do patrimônio de fé da Igreja. Falar disso não é ceder ao sensacionalismo ou a qualquer fobia, mas ser realista. Significa chamar a atenção do homem e impeli-lo para Deus. Também Kant, que não pode ser considerado suspeito de fáceis crenças, fala do mal radical e da redenção pela graça. Falar disso faz parte da visão cristã da antropologia, amiga do homem e confiante nele, precisamente porque fundada sobre Deus que é amor.

Tradução do italiano por Benno Dischinger.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos - Notícias - Quinta-feira, 05 de dezembro de 2013 - Internet: clique aqui.

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