Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo – Ano A
Evangelho: João 6,51-58
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UM POUCO DE HISTÓRIA
A Solenidade de Corpus
Christi (expressão latina que significa Corpo de Cristo ou Corpus
Domini e generalizada em Portugal como Corpo de Deus, é uma
comemoração litúrgica católica que ocorre na quinta-feira seguinte o domingo da
Santíssima Trindade, que, por sua vez, acontece no domingo seguinte ao de
Pentecostes.
A origem da Solenidade do Corpo e
Sangue de Cristo remonta ao século XIII. O papa Urbano IV, na época o
cônego Tiago Pantaleão de Troyes, arcediago do Cabido Diocesano de Liège,
na Bélgica, recebeu o segredo da freira agostiniana Juliana de Mont
Cornillon, que teve visões de Cristo demonstrando desejo de que o mistério
da Eucaristia fosse celebrado com destaque. Por volta de 1264, em uma cidade
próxima a Orvieto (onde o já então papa Urbano IV tinha sua corte), chamada
Bolsena [Itália], ocorreu o Milagre de Bolsena, em que um sacerdote
celebrante da Santa Missa, no momento de partir a Sagrada Hóstia, teria visto
sair dela sangue, que empapou o corporal (pano onde se apoiam o cálice e a
patena durante a Missa).
O papa determinou que os objetos
milagrosos fossem trazidos para Orvieto em grande procissão em 19 de junho
de 1264, sendo recebidos solenemente por Sua Santidade e levados para a
Catedral de Santa Prisca. Esta foi a primeira procissão do Corporal Eucarístico
de que se tem notícia. A festa de Corpus Christi foi oficialmente instituída
por Urbano IV com a publicação da bula Transiturus em 8 de
setembro de 1264, para ser celebrada na quinta-feira depois da oitava de
Pentecostes.
Fonte: Corpus Christi – Wikipédia – Acesso às
10h45 (11/06/2020) – Internet: clique aqui.
O PÃO DA VIDA
a) «O pão
que eu darei é a minha carne oferecida para a vida do mundo». Isso significa
que a eucaristia, para ser e antes de ser alimento, é sacrifício: perpetua
e renova o sacrifício da cruz.
b) «Quem
come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele». Troca
maravilhosa! Cristo em nós e nós n’Ele! O Senhor desejou assim: o alimento
que Ele dá, diviniza quem o recebe.
c) Alguma vez
já meditamos sobre este mistério, mistério de fé e de amor? Recordamos
frequentemente as palavras de São Paulo, ardente de amor por Cristo: «Não
sou mais eu quem vivo, mas é Cristo quem vive em mim».
_ A eucaristia nutre a nossa alma. Cristo o
proclama claramente: «a minha carne é verdadeira comida e o meu sangue,
verdadeira bebida». Cada vida deve sustentar-se com alimentos apropriados,
se não quiser declinar e morrer. Para a vida divina, que nós recebemos no
batismo, vale a mesma lei. A eucaristia é este indispensável alimento: «se
não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis
a vida em vós», são palavras do Senhor. E acrescenta: «Quem come a minha
carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna».
_ Unindo-nos intimamente a Cristo. Comungar
com o corpo de Cristo na eucaristia, é comungar com o próprio Cristo; quer
dizer, assimilá-lo e ser a Ele assimilado; isto é, ser uma só coisa com Ele. «Quem
come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele». Nenhum
sacramento, mais que a eucaristia, ajuda-nos a atingir o ideal da vida cristã.
Viver para Ele, com Ele e n’Ele.
_ Une os cristãos entre si. Se estamos
unidos a Cristo, necessariamente o estamos também entre nós: ao ponto de São
Paulo nos dizer que formamos um só corpo em Cristo. É aquilo que o apóstolo
chamará «o corpo místico de Cristo». A comunhão no mesmo pão eucarístico
instaura, entre os cristãos, um movimento, um dinamismo de unidade que os fazem
superar toda diferença e toda divergência, para tornarem-se verdadeiramente um
só corpo e uma só alma, segundo a expressão dos Atos dos Apóstolos, quando
falam das primeiras comunidades cristãs.
Traduzido do italiano por Pe. Telmo José Amaral de Figueiredo.
Fonte: BRÈTHES,
Charles. Liturgia della Festa – Anno A. SS.mo Corpo e Sangue di Cristo –
32 A – Il Pane del Cielo. Padova: Edizioni Messaggero, 1986, 3 ristampa (1995).
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José Antonio
Pagola
Biblista
e Teólogo espanhol
ESTAGNADOS
Papa Francisco tem repetido que os medos, as dúvidas, a falta de
audácia... podem impedir, desde a raiz, a promoção da renovação que necessita,
hoje, a Igreja. Em sua Exortação A Alegria do Evangelho (Evangelii
gaudium) o papa chega a dizer que, se ficamos paralisados pelo medo,
mais uma vez podemos nos tornar meros «expectadores de uma estagnação infecunda
da Igreja».
Suas palavras fazem pensar. O que podemos perceber entre
nós? Estamos nos mobilizando para reavivar a fé de nossas comunidades cristãs
ou seguimos instalados nessa «estagnação infecunda», da qual nos fala Papa Francisco?
Onde podemos encontrar forças para reagir?
Uma das grandes contribuições do Concílio Vaticano
II foi impulsionar a passagem da «missa», entendida como uma obrigação individual pra cumprir um preceito sagrado, para a «eucaristia»
vivida como celebração
alegre de toda a comunidade para alimentar
sua fé, crescer em fraternidade e reavivar sua esperança em Jesus Cristo
ressuscitado.
Sem dúvida, ao longo desses anos, temos dado passos
muito importantes. Ficaram para trás aquelas missas celebradas em latim, em que
o sacerdote «dizia» a missa e o povo cristão vinha para «ouvir» a missa ou para
«assistir» a celebração. Porém, não estaríamos celebrando a eucaristia de
maneira rotineira e chata?
Há um fato inegável. As pessoas estão se distanciando
de modo incessante da prática dominical, porque não encontram em nossas
celebrações o clima, a palavra clara, o rito expressivo, a acolhida estimulante
que necessita para alimentar sua fé débil e vacilante.
Sem dúvida, todos, presbíteros e leigos, temos de
nos perguntar o que estamos fazendo para que a eucaristia seja, como quer o
Concílio, «centro e cume de toda vida cristã». Como permanece tão calada e
imóvel a hierarquia? Por que os fiéis não manifestam sua preocupação e sua dor
com mais força?
O problema é grave. Temos de seguir «estagnados»
em um modo de celebração eucarística tão pouco atrativo para os homens e mulheres
de hoje? Esta liturgia que vimos repetindo há séculos é a que melhor pode
ajudar-nos a atualizar aquela ceia memorável de Jesus, onde se concentra
de modo admirável o núcleo de nossa fé?
Traduzido do espanhol por Pe.
Telmo José Amaral de Figueiredo.
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