«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Filme sobre fundador da Opus Dei promete provocar muito debate


Há seis anos, publiquei um livro sobre o Opus Dei [no Brasil: Opus Dei - Os Mitos e a Realidade, Ed. Campus, RJ, 2006, 416 p.]  , na tentativa de separar o mito da realidade sobre o controverso grupo católico. Uma questão que eu esperava responder era esta: quem foi São Josemaría Escrivá, fundador do Opus Dei, que inspirou centenas de milhares de pessoas ao redor do mundo, muito além dos membros relativamente escassos do grupo, de cerca de 90 mil?

A reportagem é de John L. Allen Jr., publicada no sítio National Catholic Reporter, 08-03-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eu supunha que todas essas pessoas não foram atraídas pela reputação de o Opus Dei ser um conciliábulo fanático de direita, que busca sequestrar mercados financeiros, derrubar governos e restaurar a Igreja militante. Assim, para além dessa lenda obscura, o que as pessoas acham atrativo em Escrivá?

Este ano, um novo filme, que certamente provocará muito debate entre os católicos, tenta oferecer uma resposta dramática para essa questão: There Be Dragons, [tradução livre: Há dragões] escrito e dirigido pelo aclamado diretor Roland Joffé, cujos trabalhos anteriores incluem clássicos como A Missão e Os Gritos do Silêncio.

Dependendo de como as coisas andarem, There Be Dragons poderia provocar o mesmo tipo de frisson de A Paixão, de Mel Gibson – devoção intensa em alguns setores, e forte reação em outros.

O filme conta com alguns grandes talentos de Hollywood, como Derek Jacobi e Wes Bentley (de Beleza Americana), assim como a estrela das novelas brasileiras Rodrigo Santoro. O papel de Escrivá é encenado pelo ator inglês Charlie Cox.

There Be Dragons estreia na Espanha no dia 25 de março e, nos Estados Unidos, no dia 6 de maio. Na sexta-feira passada, fiz parte de um pequeno grupo convidado para ver uma sessão prévia do filme em Roma.

Do ponto de vista jornalístico, é tentador definir There Be Dragons como uma espécie de anti-Código da Vinci – um retrato da cultura pop do Opus Dei, na pessoa do fundador do grupo, que faz com que o grupo pareça tão heroico e simpático como a produção barata de Dan Brown e o filme seguinte fizeram com que o grupo parecesse estranho e ameaçador.

Em resumo, se você não sabia nada sobre o Opus Dei e Escrivá, você provavelmente vai experimentar There Be Dragons como uma poderosa história de perdão e reconciliação. Sem revelar muito sobre a trama, ele começa com um jornalista em desacordo com seu pai, que é designado para cobrir a canonização de Escrivá, em 2002, e ele logo descobre que seu pai tinha um laço escondido e devastador com o santo. A história muda entre o presente e flashbacks da Guerra Civil Espanhola, quando Escrivá reuniu seu primeiro grupo de seguidores.

Naturalmente, porém, muitas pessoas sabem alguma coisa sobre o Opus Dei, e será fascinante ver como isso dá um novo colorido à sua abordagem ao filme.

Alguns podem descartar There Be Dragons como um agit-prop da Opus Dei, um esforço cheio de dinheiro para limpar a controvérsia em torno de Escrivá. Não há dúvida de que as impressões digitais do Opus Dei estão sobre todo o projeto: embora o próprio Joffé seja um esquerdista que se descreve como um "agnóstico vacilante", dois coprodutores são membros da Opus Dei da Espanha, e um padre norte-americano do Opus Dei, Pe. John Wauck, atuou como conselheiro. O filme custou 36 milhões de dólares, e uma boa parte desse dinheiro veio de investidores do Opus Dei.

Sob essa luz, será fascinante acompanhar se a inevitável controvérsia em torno do filme servirá para levar as pessoas ao cinema, aumentando assim o seu sucesso comercial, ou para afastar as pessoas que, de outra forma, poderiam considerá-lo inspirador.

Como nota de rodapé, aqui está algo que merece ser pensado. Joffé já fez filmes apresentando membros de dois grupos historicamente considerados como uma espécie de matéria e antimatéria do universo católico: os jesuítas e o Opus Dei. É irônico – e, talvez, um pouco revelador – que tenha sido necessário que um "agnóstico vacilante", ao invés de um católico, fizesse filmes com algo positivo para dizer sobre ambos.

O site oficial do filme é: http://www.therebedragonsfilm.com/.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos - On-Line - 10/03/2011 - Internet: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=41238

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