«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 10 de março de 2011

PLANETA TERRA: PREOCUPAÇÕES


D. Demétrio Valentini*

Neste ano a Campanha da Fraternidade coloca o planeta terra no centro de nossas atenções. Mesmo que a formulação do tema coloque a vida como primeira referência, na verdade o foco se dirige para o planeta, visto como fator indispensável para a vida, e olhado com apreensão, em decorrência da profunda dependência da vida em relação ao planeta terra.

Todos nos damos logo conta de quanto foi oportuna a decisão da Igreja em colocar este assunto como tema da Campanha da Fraternidade deste ano de 2011“A Vida no Planeta” - acompanhado de um lema tirado da Bíblia: “A criação geme em dores de parto!”

Está posto o assunto, e lançado o alerta: o momento exige atenção e cuidado, para que se superem as apreensões, e se confirmem as esperanças de que o planeta terra continue cumprindo sua crucial função de garantir que a vida tenha condições de prosseguir, com sua dinâmica positiva.

O tema VIDA já tinha sido colocado em outras Campanhas. Pouco tempo atrás, as reflexões se centraram em torno da vida humana, ressaltando sua sacralidade, sua preciosidade, sua transcendência, e sua referência ética indispensável.

A Campanha deste ano, sem desmerecer estas referências próprias da vida humana, faz a singela, mas decisiva constatação, de que não só a vida humana, mas todo o sistema vital que conhecemos, depende das condições que o planeta terra proporciona.

É bom viver, mas é importante descobrir e ressaltar os fatores que nos permitem viver!  Podemos, então, nos dar conta da importância do planeta, como matriz dos sistemas vitais, profundamente interdependentes na sua complexidade, e fundamentais para tornar possível a vida humana, que será sempre nosso indispensável ponto de referência ao considerarmos a função vital do planeta.
Nossa vida participa das condições do planeta. Ela depende deste planeta. A terra é a nave espacial, onde todos os seres vivos embarcaram, com uma complexidade bem maior do que a imaginada pela arca de Noé.

Nossa vida depende da vida no planeta. Dito de maneira mais contundente, como alguns preferem, nossa vida depende da vida do planeta. Pois dada a íntima correlação entre os seres vivos e o planeta terra, o próprio planeta pode ser visto como um grande organismo vivo, que abriga e suscita todas as formas de vida nele existentes.

É salutar a consciência desta dependência em relação ao planeta.  Assim somos levados a nos preocupar com suas funções vitais, e verificar em que condições elas se encontram.

Neste sentido, a Campanha deste ano apresenta dois sintomas preocupantes, através dos quais nos interrogamos sobre a situação vital do planeta.  Trata-se do aquecimento global, e das mudanças climáticas.

É compreensível que o assunto seja abordado a partir de sintomas. Pois a vida é tão complexa, que não é fácil abordá-la diretamente.  Como fazem os médicos com nosso organismo humano, ficam atentos aos possíveis sintomas apresentados, para discernir o estado de saúde em que o paciente se encontra.  Assim somos chamados a fazer com este paciente todo especial, o planeta terra.

O primeiro sintoma é mais mensurável, e fácil de comprovar. A temperatura média do planeta está aumentando. Impressiona constatar a estabilidade das condições vitais oferecidas pelo planeta. Os cientistas se admiram, por exemplo, da dose adequada de oxigênio na atmosfera, na medida justa para possibilitar a vida. Assim a temperatura média vinha se mantendo estável ao longo de milênios. Mas a partir da revolução industrial, é inegável que começou a aumentar. Esta constatação, junto com o outro sintoma das mudanças climáticas, menos mensuráveis, mas intuídas espontaneamente, levantam diversas interrogações, sobre suas causas e suas consequências.

A Campanha nos estimula a clarear estas interrogações, para situar melhor nossas responsabilidades.

* Bispo diocesano de Jales (SP)

Fonte: Informações da Diocese de Jales - 13/03/11.

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