«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sábado, 20 de julho de 2013

FATO MUITO ESTRANHO... O QUE PENSAR?

SOCIÓLOGO QUE ESTUDA PROTESTOS É VÍTIMA DE SEQUESTRO


Clarissa Thomé


Paulo Baía foi posto num carro e obrigado a circular pelas ruas do centro, 
com quatro homens armados e encapuzados
Paulo Baía - sociólogo da UFRJ

O sociólogo Paulo Baía, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ex-secretário de Estado de Direitos Humanos, foi vítima de um sequestro-relâmpago, na manhã desta sexta-feira [19/julho]. Baía foi posto num carro e obrigado a circular pelas ruas do centro, com quatro homens armados e encapuzados. Ele, que estuda os protestos que eclodiram no País, afirma que foi ameaçado por dar entrevistas a respeito da atuação da Polícia Militar (PM).

Nesta sexta-feira, o jornal O Globo publicou entrevista [veja mais abaixo] em que Baía comentava o quebra-quebra no Leblon, na capital fluminense. "A polícia viu o crime acontecendo e não agiu. O recado da polícia foi o seguinte: agora, eu vou dar porrada em todo mundo", afirmou ao jornal carioca. O caso foi denunciado à Ouvidoria do Ministério Público (MP) e à chefia de Polícia Civil.

De acordo com o procurador-geral de Justiça, Marfan Vieira, o episódio é "extremamente preocupante". "Houve uma tentativa de calar uma voz importante no cenário político nacional. Isso fere o Estado Democrático de Direito e causa enorme preocupação." Baía caminhava por volta das 7h30 no Aterro do Flamengo, na zona sul, quando foi abordado por dois homens armados, com os rostos escondidos por toucas ninjas e óculos escuros, e as cabeças cobertas por capuzes de moletom. Logo em seguida, um Nissan preto, sem placa, estacionou ao lado deles. O sociólogo foi obrigado a entrar.

"Não dê mais nenhuma entrevista, não cite a Polícia Militar de forma alguma, senão será a última entrevista que o senhor dará." Baía circulou pelo Aterro, passou pela Avenida Rio Branco e foi deixado em frente à Biblioteca Nacional - um trajeto de 10 minutos. "O recado está dado", disse um dos homens ao liberar Baía.

"Não estou amedrontado, mas estou sob tensão. É um atentado a minha pessoa, mas também à liberdade de imprensa. O motivador foi a matéria publicada hoje (19)", afirmou Baía. Ele contou que foi a primeira ameaça que sofreu e que pretende mudar a rotina.

"Estou impactado, um pouco traumatizado. Esta é uma posição nova para mim - a de vítima. Já vim a essa casa (MP) muitas vezes, trazendo vítimas. Já trabalhei em casos complicados, até mesmo com o crime organizado, mas nunca passei por isso", disse o professor, que também se encontrou com a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, e registrou o caso na 5.ª DP.

Baía vem estudando há cinco anos a demanda da população por reconhecimento, respeito e novos direitos. Ele tem participado das manifestações e mapeou os grupos que participam dos atos, identificando, inclusive, aqueles que fazem depredações e saques. "É um grupo que comete crime, não vandalismo. Vandalismo é um termo impreciso, incorreto e que desqualifica a manifestação. Esses que fazem saques são criminosos. E fico muito surpreso de a polícia assistir aos crimes e não agir", afirmou o sociólogo. 

Fonte: ESTADÃO.COM.BR - Notícias - 19 de julho de 2013 - 19h33 - Internet: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,sociologo-que-estuda-protestos-e-vitima-de-sequestro,1055224,0.htm
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ENTRE OS MANIFESTANTES HÁ ATÉ CRIMINOSOS,
AFIRMA SOCIÓLOGO


Vera Araújo


Cientista político da UFRJ divide vândalos em três correntes
Loja saqueada no Leblon, RJ (18/07/2013)
Foto: Marcelo Carnaval / Agência O Globo

Nem todos que usam roupa preta e uma máscara encobrindo o rosto são integrantes do grupo Black Bloc. Assim como também nem todos os jovens que usam o corte de cabelo do tipo moicano são punks. Os protestos do Rio trouxeram para as ruas várias tribos anônimas e até ligadas a partidos políticos. Numa pesquisa acadêmica sobre a classe média, que engloba as manifestações de rua, o sociólogo e cientista político da UFRJ Paulo Baía dividiu os grupos que praticam atos mais violentos em três faixas: 
  • os que seguem uma política ideológica
  • aqueles de natureza sociocultural e há ainda 
  • as pessoas ligadas ao crime.
A primeira linha [político-ideológica] é formada por anarquistas, trotkistas, leninistas, partidos de oposição que acreditam na violência como meio de revolução. 
— A outra faixa [sociocultural] tem funkeiros, skinheads e Black Bloc, que se tornaram visíveis com as manifestações, além dos punks e das torcidas organizadas
— Por último, temos os bandos com vínculos com facções criminosas, como traficantes, milicianos e bandidos comuns — explicou Baía.

Ao identificar os grupos políticos, o sociólogo ressaltou que percebeu a ação deles em cidades que visitou, como Rio, São Paulo, Recife, Fortaleza, Porto Alegre, Brasília e Belo Horizonte. Ele lembra que há também bombeiros e policiais militares favoráveis à PEC 300, proposta de emenda constitucional que propõe igualar os salários dos militares estaduais de todo o Brasil.

— O que une os manifestantes, levando-os para as ruas, é que todos eles querem ser respeitados e desejam que as instituições funcionem. Não dá para comparar os movimentos de hoje com o Maio de 68 ou a Primavera Árabe, por exemplo. Trata-se de um movimento distinto, mas a maioria quer que o ato criminoso seja coibido. Infelizmente, no episódio do Leblon, a polícia viu o crime acontecendo e não agiu. O recado da polícia foi o seguinte: agora eu vou dar porrada em todo mundo — disse Baía.
Eloísa Samy - advogada - RJ

Advogada: há pessoas infiltradas

A advogada Eloísa Samy, que presta auxílio jurídico voluntário aos manifestantes, acompanhou alguns protestos e conhece bem os grupos. Ontem, na página na internet dos Black Bloc RJ, ela fez um apelo para que seus integrantes procurassem coibir saques e depredações. Ao GLOBO, ela disse que há pessoas infiltradas nos protestos, com o objetivo de desmoralizá-los.

— O que eu vi foram cerca de dez pessoas infiltradas e insuflando as outras, com sangue nos olhos. Vários manifestantes tentaram evitar que isso acontecesse, mas não deu para segurar. Tinha bandido no meio — disse a advogada. — As pessoas precisam saber que essa situação (de vandalismo) pode acarretar um estado de sítio. O movimento não pode parar.
Eloísa defendeu o Black Bloc, ressaltando que os vândalos não se vestiam totalmente de preto.
— Não conheço os Black Bloc pelo nome, mas é fácil de identificá-los.

Fonte: O GLOBO - Publicado: 19/07/13 às 5h00 - Atualizado: 19/07/13 às 9h45 - Internet: http://oglobo.globo.com/rio/entre-os-manifestantes-ha-ate-criminosos-afirma-sociologo-9093745

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