«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

VATICANO NÃO QUER QUE VISITA DO PAPA SEJA USADA POLITICAMENTE

VATICANO REJEITA ALIANÇA COM O GOVERNO

Jamil Chade

Santa Sé insiste que não quer que a visita seja usada politicamente 
pela presidente Dilma
Papa Francisco e Dilma Rousseff - Palácio Guanabara (RJ) - 22 de julho de 2013

O Vaticano se distancia da tentativa do governo brasileiro de propor uma aliança para o combate à pobreza, enquanto nos bastidores a Santa Sé insiste que não quer ser usada politicamente no Brasil pelo governo, principalmente em um momento delicado, de manifestações pelas ruas e preparação para as eleições de 2014.

Na segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff não perdeu a chance de, no primeiro discurso ao lado do papa Francisco, descrever a política social do governo e formular uma proposta de se aliar ao Vaticano para desenvolver uma política internacional baseada no combate à pobreza. O papa tem cobrado governantes e até mesmo a Igreja para que adotem um discurso e atitudes concretas para ajudar os mais pobres.

A Santa Sé confirmou que, além do discurso, Dilma levantou essa questão com o papa no encontro que mantiveram. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, garantiu ao Estado de S. Paulo que o pontífice "apreciou" o tom do discurso e que existem "pontos de sintonia". Mas ele insistiu que não há nada concreto quanto a uma aliança e que, no momento, a Santa Sé não tem a intenção de assinar acordos nessa direção. "Não existe compromisso nesse sentido."

Lombardi explicou que não se trata de um desacordo com a linha adotada pelo Brasil. Mas, ao Estado de S. Paulo, pessoas próximas ao papa garantiram que o argentino e o Vaticano sabem do momento vivido pelo Brasil e da necessidade de Dilma de colar sua imagem à popularidade de Francisco. Para completar, a Santa Sé aponta que tanto na Organização das Nações Unidas (ONU) quanto em outros organismos internacionais, o Vaticano e o Brasil já têm uma posição de sintonia.

O distanciamento do Vaticano não significa, segundo seus auxiliares, que o papa não reconheça que tem um papel político importante. "O papa quer ter esse papel. Mas ele defende uma ação política com P maiúsculo, e não a política partidária", explicou um auxiliar.

Carta
Dilma fez de tudo para politizar a viagem do papa ao Brasil. Ela enviou uma carta ao argentino pedindo que ele a transformasse em uma "visita de Estado" e fosse a Brasília. Mas Francisco rejeitou o convite. Nos próximos meses, o governo tentará promover uma aproximação das diplomacias do Vaticano e do Itamaraty para debater estratégias de ação conjunta em fóruns internacionais.

O Vaticano também já deixou claro que nesta quarta-feira, 24, quando o papa visitar a favela de Varginha, no Rio, ele não quer a presença de políticos. "O contato é com o povo, e justamente com o povo mais esquecido pelos governantes", declarou um representante do Vaticano.

Fonte: ESTADÃO.COM.BR - Brasil/Notícias - 24 de julho de 2013 - 00h27 - Internet: http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,vaticano-rejeita-alianca-com-o-governo,1056635,0.htm
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O PAPA E O PALANQUE DE DILMA

Editorial
Presidente Dilma Rousseff discursa ao Papa Francisco
Recepção no Palácio Guanabara (RJ): 22 de julho de 2013

Fiel à ideia, por ela mesma proclamada, de que em campanha eleitoral é permitido fazer "o diabo", a presidente Dilma Rousseff transformou seu encontro protocolar com o papa Francisco num ato de palanque. 

Esse comportamento condiz perfeitamente com um governo fundado em artimanhas marqueteiras e disposto a fazer de tudo para recuperar a popularidade perdida.

Em lugar de dirigir algumas palavras de boas-vindas ao papa e desejar-lhe sucesso na Jornada Mundial da Juventude, Dilma fez um discurso mais longo que o do próprio pontífice, o que já foi, em si, um despropósito. Em seu pronunciamento, a presidente Dilma Rousseff empenhou-se não em recepcionar o papa, mas em explorar a figura do pontífice para fazer o elogio dos governos lulopetistas e reafirmar sua missão quase mística de salvar os miseráveis de todo o mundo.

"O Brasil muito se orgulha de ter alcançado extraordinários resultados nos últimos dez anos na redução da pobreza, na superação da miséria e na garantia da segurança alimentar à nossa população", discursou Dilma, reafirmando o evangelho petista segundo o qual só houve avanços sociais "nos últimos dez anos" e que, antes disso, só havia trevas.

Investida da condição de missionária, Dilma destacou também que seu governo "tem buscado apoiar a disseminação das experiências brasileiras em outros países", como o Bolsa Família, o programa assistencialista que deveria ser apenas temporário, mas que vai se perpetuando graças à incapacidade do governo de criar condições para que seus beneficiários possam dele abrir mão.

Em seguida, a presidente achou adequado convidar Francisco a integrar uma "ampla aliança global de combate à fome e à pobreza, uma aliança de solidariedade, uma aliança de cooperação e humanitarismo", naturalmente liderada pelo messianismo lulista.

A título de dar razão à voz dos jovens que saíram às ruas em protestos, Dilma tornou a dizer que as manifestações foram o efeito da melhoria de vida dos brasileiros, pois "inclusão social provoca cobrança de mais inclusão social, qualidade de vida desperta anseios por mais qualidade de vida". E então a presidente e candidata à reeleição fez escancaradas promessas de campanha: "Para nós, todos os avanços que conquistamos são só um começo. Nossa estratégia de desenvolvimento sempre vai exigir mais, tal como querem todos os brasileiros e todas as brasileiras. Exigem de nós aceleração e aprofundamento das mudanças que iniciamos há dez anos". Só faltou entregar um santinho a Francisco e pedir-lhe voto.

O contraste com o sereno discurso do papa acentuou ainda mais o deslocamento da fala eleitoreira de Dilma. Em seu rápido pronunciamento, Francisco não fez menção aos protestos nas ruas nem a questões políticas, preferindo dirigir-se aos jovens e deixando claro que sua visita tem caráter eminentemente religioso. Ele disse que a juventude é "a janela pela qual o futuro entra no mundo" e cobrou de sua geração que dê aos jovens condições para seu pleno desenvolvimento intelectual, material e moral.

"Não trago nem ouro nem prata", disse Francisco, repetindo fala de São Pedro, o primeiro papa, para enfatizar o despojamento de seu papado e a necessidade de retomar a essência dos valores espirituais. Segundo o Vaticano, essa mensagem norteará os discursos de Francisco sobre temas políticos, nos quais refutará "a opressão de interesses egoístas".

Em outras oportunidades, quando ainda era o cardeal Jorge Mario Bergoglio, o papa já criticou a substituição da política pela mera propaganda. "Endeusamos a estatística e o marketing", disse Bergoglio, no que poderia ser uma descrição dos governos lulopetistas. Para ele, "seria necessário distinguir entre a Política com P maiúsculo e a política com P minúsculo".

Como Francisco deve ter percebido logo em seu primeiro dia no Brasil, é longo o caminho para o resgate da política como atividade nobre, para, em suas palavras, acentuar valores "sem se imiscuir na pequenez da política partidária".

Fonte: O Estado de S. Paulo - Notas e Informações - Quarta-feira, 24 de julho de 2013 - Pg. A2 - Internet: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,o-papa-e-o-palanque-de-dilma-,1056707,0.htm
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Enquanto isso...
O Brasil dá um triste espetáculo ao mundo 
da precariedade de sua infraestrutura de transporte e despreparo para grandes eventos.

METRÔ FALHA E RIO VIVE DIA DE TUMULTO NO 
1º DIA DA JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE

Serviço só começou a se normalizar após 2 horas; 
50 argentinos chegaram a ficar 40 minutos presos em vagão parado
Estação de Metrô no Rio de Janeiro superlotada - terça-feira, 23 de julho

No primeiro teste da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o sistema de transporte público do Rio falhou. Com milhares de peregrinos, voluntários e fiéis tentando chegar à Praia de Copacabana, na zona sul, local da missa de abertura oficial da JMJ, o rompimento de um cabo de energia fez com que todas as estações do metrô fossem fechadas e as duas linhas, interrompidas. Pontos de ônibus em toda a cidade ficaram lotados; quem conseguia entrar num dos coletivos, se espremia.

O problema começou por volta das 16h30. Pouco depois, todas as estações foram fechadas. Só às 18h40, começaram a ser reabertas, ainda com intervalos irregulares entre as viagens. O evento de terça-feira, 23, sem a presença do papa, era um ensaio para os dois principais, com a presença do pontífice - que reunirão um número ainda maior de pessoas -, na quinta e na sexta, também em Copacabana.

Antes que a concessionária MetrôRio esclarecesse o motivo do problema, a Light, companhia de energia elétrica do Rio, informou que não tinha "nada a ver com a ocorrência". Minutos depois, o MetrôRio informou que um cabo se rompeu na Estação Uruguaiana, no centro, por onde passam as linhas 1 e 2. A energia foi cortada "para que as equipes trabalhassem em segurança".

Segundo passageiros, foi possível ouvir uma pequena explosão (seguida por chamas) por volta das 16h30 na Uruguaiana. Passageiros passaram mal dentro da estação - entre eles, uma grávida, que teve de ser socorrida por bombeiros - e formaram-se longas filas de pessoas em busca da devolução do dinheiro. Revoltados, passageiros quebraram uma porta de vidro da sala de segurança da estação. O quadro de caos se verificou também em outras paradas.

Na de Inhaúma, cerca de 50 argentinos ficaram 40 minutos dentro de um vagão. Na de Botafogo, a PM foi acionada para reforçar a segurança numa das saídas, na Rua Voluntários da Pátria, após um grupo tentar invadir a estação. Os passageiros teriam se revoltado porque queriam entrar, mas só o desembarque era permitido.

Moradora de Madureira, a vendedora Antônia Souza Silva, de 28 anos, passou duas horas e meia na frente da Estação Carioca, das 16h às 18h30. "Não tenho escolha. O ônibus é lotado e demora muito, tenho de pegar mais de um. É esperar ou ir para casa a pé", disse. Às 17h30, o MetrôRio informou que todas as estações estavam fechadas. Os pontos de ônibus, principalmente no centro e nas zonas norte e sul (regiões atendidas pelo metrô), estavam lotados.

O secretário municipal de Transportes, Carlos Osório, afirmou que o plano de contingência foi acionado. "Determinamos que as empresas colocassem 100% da frota nas ruas no eixo centro/zona sul/zona norte. As cooperativas de táxi também foram avisadas para reforçar a frota nessa região", disse.

Problemas
Antes mesmo da pane no metrô, peregrinos que seguiam para a missa em Copacabana já enfrentavam problemas. Também na Estação Carioca, chegaram a esperar duas horas para conseguir validar o cartão do metrô, recebido no kit peregrino. As catracas também não davam conta do número elevado de passageiros.

(Colaboraram nesta reportagem: ANTÔNIO PITA, SÍLVIO BARSETTI, CLARISSA THOMÉ, NATALY COSTA e TIAGO ROGERO)

Fonte: O Estado de S. Paulo - Metrópole - Quarta-feira, 24 de julho de 2013 - Pg. A12 - Internet: http://www.estadao.com.br/noticias/cidades,metro-falha-e-rio-vive-dia-de-tumulto-no-1-teste-da-jornada-mundial,1056634,0.htm

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