«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Dilma propôs uma reforma ''conservadora''

Cristian Klein
Jornal  Valor Econômico
03-06-2013


Nada sobre o fim do voto obrigatório, a coincidência de todas as eleições num mesmo ano, a permissão de candidaturas avulsas ou a abolição do Senado, defendida pelos mais radicais.
O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, o vice-presidente da República, Michel Temer,
o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o presidente do Senado, Renan Calheiros,
durante entrega do documento com sugestões para a consulta popular para a  Reforma Política.
(Foto: Antonio Cruz / ABr)

A sugestão de reforma política da presidente Dilma Rousseff enviada ao Congresso contempla basicamente os assuntos que formam a peça de resistência do debate que se arrasta desde o último plebiscito, em 1993, e que manteve o presidencialismo.

O tripé composto por mudança no sistema eleitoral, financiamento das campanhas e fim das coligações nas disputas proporcionais, foi preservado. É o "núcleo duro", sistêmico, que veio acompanhado de outra velha questão incômoda, criticada como uma aberração: os suplentes de senadores sem voto. A única surpresa é o fim do voto secreto no Parlamento. Trata-se mais de um procedimento do Congresso, com impacto nas relações entre Executivo-Legislativo, do que um capítulo tradicional das discussões da reforma política.

Ou seja, quatro do cinco temas propostos por Dilma poderiam ser classificados como "top of mind" da agenda reformista. A presidente, neste sentido, fez uma proposta conservadora. Não inventou moda, não arriscou nada muito original.

A inclusão do voto secreto na pauta chama a atenção pelas razões do Executivo que poderiam estar por trás da sugestão. Com o fim do sigilo - previsto para casos como análises de vetos presidenciais - cresceria o controle do(a) presidente da República sobre a disciplina de sua base aliada.

A apreciação de vetos, no mandato de Dilma, tornou-se um ponto de atrito entre o Executivo e o Congresso - a exemplo do Código Florestal, dos royalties - depois de anos sem que os parlamentares analisassem as alterações feitas pelos presidentes.

A ameaça de derrubar vetos de Dilma à recém-aprovada MP dos Portos foi mais um exemplo da queda de braço. O grande desafeto da presidente, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), chegou a afirmar que cada vez mais lutará para que o Parlamento aprecie os vetos, quebrando a tradição da Casa. Com a crise dos royalties, soube-se que mais de 3 mil vetos presidenciais jamais foram analisados pelo Congresso, desde 2000.

Outra explicação é a vontade de que a presidente Dilma Rousseff tem de que pelo menos alguma mudança seja aprovada para 2014, de preferência por meio de plebiscito, como propôs. O fim do voto secreto é um assunto de fácil entendimento e com altíssima probabilidade de que seja aceito pela população. Especialmente porque torna transparente o comportamento de seu representante e dificulta o corporativismo nos processos de cassação - uma exceção ao voto secreto que, aliás, já está em tramitação e foi acelerada depois da onda de manifestações pelo país.

O fim dos suplentes de senador também vai neste sentido, de facilitar e fisgar o cidadão para o tema muitas vezes árido da reforma política. Esta é uma tarefa essencial para que a consulta popular avance e empolgue de alguma maneira. Pode ser a porta de entrada para todo o debate mais complexo - e de consequências mais profundas - que envolve os demais três pontos sugeridos.

Neste sentido, a lista de Dilma - ainda não fechada, pois o Congresso pode acrescentar ou tirar temas - não é nada conservadora. Vide o que pode acontecer caso a sociedade escolha qualquer modelo majoritário ou misto, ou mesmo o proporcional de lista fechada. Dada a extrema divergência do Congresso sobre o assunto, no entanto, é possível até que o plebiscito morra no nascedouro.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos - Notícias - Quarta-feira, 3 de julho de 2013 - Internet: http://www.ihu.unisinos.br/noticias/521609-dilma-propos-uma-reforma-conservadora

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