«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Acerto é um remendo melhorado e tardio por parte da Europa

VINICIUS TORRES FREIRE

DIFÍCIL EVITAR O CINISMO SOBRE A "HAPPY HOUR" NO MERCADO COM O ACORDO
"Perdão" da dívida grega virá atrasado, se vier; cúpula alivia crise no curto prazo, mas problemas continuam


É difícil não reagir com cinismo à "happy hour" no mercado devida ao "acordo de cúpula" sobre o que fazer do tumulto europeu.
"Happy hour" ou "happy day", a alegria não vai durar muito nem para os donos do dinheiro grosso. A não ser que os líderes políticos europeus se desmintam outra vez e salvem a banca do rombo que será deixado pela Grécia.


Do que se estava rindo ontem? O tal acordo, outro remendão, embora melhorado, é um atestado de incompetências no passado que deixa aberta a porta para inépcias nas próximas semanas.


Primeiro, trata-se de um arranjo que reconhece, tardiamente, depois de imensos danos à economia mundial, que a Grécia não tem como pagar sua dívida, o que Alemanha [foto ao lado: chancelar alemã Angela Merkel] e Banco Central Europeu se recusavam a admitir desde o início da crise, em 2009.


Segundo, o programa de arrocho fiscal, de corte de gastos públicos, continuará em toda a eurozona, o que vai puxar o crescimento europeu para baixo, ainda. A Itália, por exemplo, vai conseguir pagar suas dívidas com mais uma década de crescimento per capita quase zero (para nem falar de Portugal etc.)?


Terceiro, a reação dos bancos à "ordem" de melhorar seu nível de capitalização deve ser má notícia para o crescimento econômico da eurozona. Para lidar com as supostas e ainda desconhecidas perdas que terão com o calote grego "amigável", os bancos terão de levantar mais dinheiro em relação ao total de seus ativos ("empréstimos"). 
Mas, em vez de aumentar seu capital vendendo ações ora baratas, o que prejudica os atuais acionistas, tendem a emprestar menos ou a vender ativos (isto é, tendem a encolher os seus negócios).
Vão apelar para a "desalavancagem". Enfim, os governos podem entrar com dinheiro nos bancos, estatizar parte deles, evitar quebras e, assim, salvar a pele de grandes investidores/credores.


Quarto, está bem mal contada essa redução de 50% da dívida grega em títulos. Parece que vão trocar, por exemplo, um título de € 1000 por um de € 500 (valores apenas a título de ilustração). Mas quais serão os prazos e as taxas de juros dos empréstimos "reestruturados"? Com quais garantias? De quem? Dos governos europeus?
Sem saber tais coisas, não dá para dizer que a finança levou uma tunda de 50%.
Supondo que se corte de fato a dívida grega pela metade e a banca não perca metade do seu dinheiro (dados juros, garantias e prazos melhores, talvez), quem fica com a conta é o público.


Quinto, o pacote inteiro apenas alinhava diretrizes e intenções. O tamanho do "calote" a ser aceito ainda precisa ser negociado. E o novo fundo europeu para tapar rombos vai chegar a ter € 1 trilhão por qual tipo de mágica?


Fonte: Folha de S. Paulo - Mundo - Sexta-feira, 28 de outubro de 2011 - Pg. A 19 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2810201102.htm

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.