«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

"Ameaças levam professor ao esgotamento"

Márcia Vieira
RIO

Especialista, que atende docentes com estresse pós-traumático, diz que não há vida saudável com violência e sofrimento

Vera Lemgruber, chefe do setor de Psicoterapia da Santa Casa de Misericórdia, abriu as portas para o tratamento gratuito de uma professora. E no rastro vieram outras oito, com os mesmos sintomas.


Metade delas foi diagnosticada com síndrome do estresse pós-traumático. As outras tinham depressão ou sofriam de estresse agudo.


Nesta entrevista ao Estado, a especialista ajuda a entender a doença, motivada por episódios ameaçadores e composta de três aspectos diferentes: revivência da ameaça, reação semelhante a um ataque de pânico e retração social.


O que provoca a síndrome do estresse pós-traumático?


O fator estressante tem de ser considerado muito grave para a maioria dos seres humanos. Essas reações ocorrem depois de guerras, estupros, ocorrências de violência doméstica, assaltos, sequestros ou qualquer episódio de agressão em que você se sinta ameaçado.


Como a síndrome do estresse pós-traumático se manifesta?


A reação do paciente envolve três aspectos: 

  • O primeiro é o flashback. A pessoa revive a ameaça, como se ela estivesse acontecendo de novo. É o caso de um ex-combatente de guerra que revive a batalha ao ouvir um estrondo qualquer.
  • O segundo é uma reação muito forte do sistema nervoso, que provoca uma descarga de adrenalina e também elevação de batimentos cardíacos, tremores, sensação de desmaio. É como se a pessoa estivesse tendo um ataque de pânico.
  • E o terceiro é o ensimesmamento, a pessoa se retrai socialmente.

Uma pessoa pode passar por essas situações de ameaça à vida e conseguir não desenvolver a síndrome do estresse pós-traumático?


Pode. A probabilidade de desenvolver a síndrome do estresse pós-traumático é pequena, de apenas uns 5%.
O ser humano tem uma capacidade de adaptabilidade darwiniana. Nós somos bichos. É a lei da sobrevivência.
O que determina se uma pessoa vai ter ou não a síndrome do estresse pós-traumático é a vulnerabilidade pessoal, que pode ser genética ou da própria experiência de vida. O tratamento é terapia e medicação.


Por que estas professoras desenvolveram a síndrome do estresse pós-traumático?


As condições na escola não são favoráveis. Elas sofrem com um estresse muito grande. Mas o mais comum é desenvolverem o burnout, uma reação de esgotamento agudo. Algumas profissionais são mais sensíveis a isso. São anos de sofrimento.
É como o jovem que trabalha no mercado financeiro. Ele vive estressado, mas tem recompensa financeira. Enquanto o professor não tem dinheiro, não tem formas de compensações, como viajar nas férias.
O Estado poderia minimizar o sofrimento. Não é só dinheiro que compensa o estresse. Se elas tivessem respeito e reconhecimento da sociedade, se os colégios fossem mais decentes, elas ficariam melhores. Mas vai chegando a um ponto em que fica tudo insuportável. E aí elas adoecem.


Fonte: O Estado de S. Paulo - Vida - Domingo, 30 de outubro de 2011 - Pg. A25 - Internet: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,ameacas-levam-professor-ao-esgotamento-,792385,0.htm

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