«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Somos 7 bilhões - é possível oferecer bem-estar a todos?

Ulrike Mast-Kirschning
Deutsche Welle
26.10.2011

Cada habitante da Terra tem direito a uma vida digna, água, comida, educação, moradia e saúde. Se todos seguirem o estilo de vida dos países ricos, seriam necessários três planetas, dizem os especialistas.

Ela nasce por estes dias: a pessoa que, até o final de outubro, elevará a 7 bilhões o cálculo estatístico do crescimento populacional do planeta. O termo empregado pelos especialistas é "explosão demográfica": nos últimos 200 anos ocorreu o mais veloz crescimento da população na história da humanidade.

Até 2050 deverão ser até mesmo 9,1 bilhões de habitantes. Cada um deles com direito a uma vida digna, água e alimento, educação, moradia e saúde. E quase todos sonham com um pouquinho de prosperidade, geralmente segundo os padrões ocidentais de qualidade de vida.

Mas o globo será capaz de comportar tudo isso? "Se todos seguirem o estilo de vida norte-americano ou ocidental, isso não será possível", descarta o cientista Ernst Ulrich von Weizsäcker [foto ao lado], especialista em meio ambiente e membro do Conselho para o Futuro do Mundo (WFC, em inglês), fundado em 2007, em Hamburgo. "Para tal, seriam necessários três planetas Terra."

Modelo falido

Há 40 anos, a ideia do crescimento ilimitado já era posta em dúvida pelo Clube de Roma em seu famoso estudo Limits to growth (Limites do crescimento). "Diante da população crescente, contudo, o fim do crescimento é mera ficção", afirma o político verde alemão Ralf Fücks.

Jean Ziegler, perito das Nações Unidas para o assunto, não vê problemas mesmo para alimentar 12 bilhões de pessoas no globo. Contudo somente se os alimentos forem melhor distribuídos e as regiões rurais e os pequenos agricultores no hemisfério sul receberem apoio de forma sustentável. Devido à carência de recursos em diversos setores, "continuar do jeito que está" só é possível por mais algum tempo.

Segundo os prognósticos da ONU, em breve a Índia tomará o lugar da China como o país mais populoso do mundo, enquanto mingua o número de habitantes das nações industrializadas ocidentais. Ao mesmo tempo, essas sociedades minguantes e os populosos emergentes são os maiores consumidores de recursos naturais: alimentos, água, terras e combustíveis fósseis, assim como metais nobres envolvidos na produção de tecnologia digital.

É a era fóssil que de fato chega aos seus limites, diagnostica Fücks. Segundo o político verde, nem o atual sistema de energia nem o sistema de transportes erguido sobre o petróleo barato são "globalizáveis".

Multiplicar recursos

Há projeções de que, devido às mudanças climáticas globais já em curso, as temperaturas médias em todo o mundo possam se elevar em cerca de 4ºC no decorrer do século. Caso esses temores se tornem realidade, dentro em breve 330 milhões de pessoas serão forçadas por devastadoras inundações a abandonar seus locais de residência.

Somente em Bangladesh [foto ao lado], a cifra dos atingidos chegaria a 70 milhões. Porém outros extremos climáticos também podem tornar inabitáveis certas regiões do mundo, elevando ainda mais a pressão sobre as reservas de água potável, os alimentos e as terras.

Não se pode mais tentar superar o problema da escassez de recursos seguindo o modelo progressista do "cada vez maior, mais alto e mais forte". Tal noção é absurda, afirma Von Weizsäcker. Também a promessa de progresso através dos mercados globais e liberalizados perdeu a validade. Pelo contrário, critica o cientista:


"A crença religiosa no poder criador dos mercados revelou-se avassaladoramente equivocada, o mais tardar desde a crise financeira de 2008. Os mercados podem causar danos inacreditáveis".

É preciso "re-regulamentar", paralelamente a reformas radicais em direção à eficiência no uso de recursos, exige Von Weizsäcker. "Em termos bem banais, isso significa retirar de um metro quadrado de terra, de um kilowatt/hora ou de um metro cúbico de água três, quatro, dez vezes mais bem-estar. E isso é tecnicamente possível." Não se trata de nenhuma utopia, enfatiza, mas sim de uma nova meta real, na qual a Alemanha deveria ser pioneira.

Nova onda verde

Essa noção de uma era moderna ambiental é discutida na Alemanha – e não apenas pelo Partido Verde e no recém-inaugurado Fórum do Progresso, da Fundação Friedrich Ebert (ligada ao Partido Social Democrata). O tema também concerne uma recém-formada comissão do Parlamento alemão. Sob o título "Crescimento, bem-estar, qualidade de vida", o grupo de trabalho transpartidário examinará possibilidades de desvincular o crescimento do consumo de recursos.

Empregos "verdes" para as gerações futuras de uma população em crescimento também estão entre as prioridades da Organização Mundial do Trabalho. Recentemente, seu secretário-geral, Juan Somavia [foto ao lado], manifestou-se a favor de organizar uma economia pobre em emissões de CO2, em conexão com uma nova política ambiental e social.

No entanto, a atenção de políticos e parlamentos ainda está voltada para o atual modelo econômico e para a superação da crise econômica. Até que ponto a comunidade internacional já está comprometida com o bem-estar de uma população mundial em crescimento só ficará claro em dezembro próximo, quando se realiza na África do Sul a cúpula do clima da ONU.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos - On-Line - 27/10/2011 - Internet: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=48771
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População do planeta chega a 7 bilhões


ONU afirma que desafios são imensos: reduzir a desigualdade, elevar o acesso à educação e saúde e garantir crescimento sustentável
A quatro dias de atingir a marca de 7 bilhões de habitantes, segundo estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), o mundo de forma geral e o Brasil em particular têm uma série de desafios para reduzir a desigualdade e aumentar o acesso à educação e saúde, além de garantir um crescimento sustentável. As condições de vida da população melhoraram, mas ainda há grandes disparidades entre regiões e países, além de discriminação étnica e de sexo.


É o que aponta o relatório Pessoas e Possibilidades em um Mundo de 7 bilhões, divulgado ontem pelo Fundo da População das Nações Unidas (UNFPA), simultaneamente em cem países. Segundo o relatório, a população mundial está aumentando em velocidade acelerada, mas, mantendo-se a atual tendência, deve reduzir o ritmo de crescimento. Há 2 mil anos, havia 300 milhões de pessoas no planeta, número que deve saltar para 10 bilhões em 2083.


O relatório mostra também que a população mundial nunca esteve, ao mesmo tempo, tão jovem e tão velha. Isso porque, dos 7 bilhões de pessoas, 43% (3,01 bilhões) têm menos de 25 anos. Enquanto isso, as pessoas que têm mais de 60 anos, que eram 384 milhões em 1990, já somam 893 milhões de pessoas e devem chegar a 2,4 bilhões até 2050.


Isso, segundo o relatório, se deve ao aumento da expectativa média de vida, que passou de 48 anos em na década de 1950 para 69 anos atualmente. “Essa marca (7 bilhões) mostra o sucesso da humanidade. As pessoas estão tendo vidas mais longas e saudáveis, com menos mortalidade infantil. Mas o envelhecimento da população preocupa”, ressaltou o representante da UNFPA no Brasil, Harold Robinson [foto acima].


Robinson observa que o envelhecimento vai exigir mais investimentos dos governos em políticas sociais, assim como maior inserção dos jovens no mercado de trabalho para manter o mesmo nível de produtividade.


Pobreza e sustentabilidade
Outros desafios apontados pelo relatório da UNFPA são a redução das desigualdades “entre e dentro” dos países, assim como a necessidade de se manter o crescimento e desenvolvimento sem “exaurir os recursos naturais”. Segundo a UNFPA, os 20% mais ricos da população mundial detêm 77% da renda - em 1960 eram 70% -, enquanto os 20% mais pobres reduziram sua participação de 2,3% para 1,5% no mesmo período.


A representante auxiliar do UNFPA no País, Taís Ferreira Santos, salientou ainda que, paralelamente, as 500 mil pessoas mais ricas do mundo, que representam 7% da população, são responsáveis por 50% das emissões de dióxido de carbono, enquanto a metade mais pobre da população é responsável por outros 7% de emissões. “O problema é o padrão de vida. Há um excesso de consumo”, diz.


“O número de pessoas não ameaça tanto a sustentabilidade quanto o estilo de vida. O mundo não precisa de uma política para a população. Precisa de política de desenvolvimento. É um direito das pessoas e dos países se desenvolver, mas o (atual) padrão de consumo não é sustentável”, afirma Robinson.


Brasil
O Brasil, segundo o UNFPA, segue um caminho inverso ao de diversos países em desenvolvimento. Apesar de a população brasileira ainda estar em crescimento, o órgão estima que há uma tendência à estabilização da população até 2025 e uma queda no número absoluto de habitantes a partir daí. O País, que hoje é o 5.º mais populoso, deve cair para 7.ª posição em 2050 e para a 10.ª até 2100.


Segundo o diretor de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Jorge Abrahão de Castro, essa tendência é comprovada por números e resultado de uma ampliação do acesso a informações - principalmente sobre saúde e planejamento familiar -, além da expansão de iniciativas como o Programa Saúde da Família (PSF). “Só o acesso à informação já faz as pessoas mudarem o planejamento. Principalmente as mulheres”, observou.


Fonte: O Estado de S. Paulo - Internacional - Quinta-feira, 27 de outubro de 2011 - Pg. A24 - Internet: http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,populacao-do-planeta-chega-a-7-bilhoes,791037,0.htm

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