«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

domingo, 23 de outubro de 2011

Adolescência modifica cérebro e altera QI

Gisela Telis
ScienceNOW *

Estudo realizado no University College London revela que quociente intelectual pode aumentar ou abaixar no período dos 13 aos 18 anos
Um estudo divulgado recentemente nos EUA confirma o que os pais há muito suspeitavam: a adolescência pode acarretar modificações no cérebro. Pesquisadores descobriram que o quociente intelectual (QI) pode aumentar ou baixar entre os 13 e os 18 anos - e a estrutura do cérebro reflete o aumento ou declínio.
Os resultados mostram a primeira evidência direta de que a inteligência pode se modificar após os primeiros anos da infância e proporciona esperanças quanto à possibilidade de melhorar a capacidade do cérebro.


Embora os pesquisadores ainda discutam o que os testes de QI medem, eles concordam que suas avaliações podem prever a capacidade de aprender e desempenhar determinadas tarefas - e, até certo ponto, nossas futuras realizações acadêmicas e nosso desempenho no trabalho.


Durante muito tempo, acreditou-se que as avaliações permaneciam relativamente estáveis ao longo da nossa vida; os poucos estudos que mostraram alguma variação do QI não excluíram erros ou divergências nas medições quando se testou o ambiente como a causa.


Portanto, a neurocientista Cathy Price [foto acima], do University College London, e seus colegas foram além das avaliações. Em 2004, testaram 33 jovens - 19 meninos e 14 meninas -, que, na época, tinham entre 12 e 16 anos, e repetiram o teste em 2008, quando tinham 15 e 19, respectivamente.


Cada vez, os adolescentes realizaram testes de QI que avaliavam capacidades verbais e não verbais. Depois, usando a ressonância magnética, os pesquisadores escanearam os cérebros dos adolescentes enquanto eles realizavam tarefas verbais, como ler ou dar nomes a objetos, e tarefas não verbais, como solucionar quebra-cabeças. A ideia era comparar as avaliações com uma imagem da estrutura e atividade do cérebro todas as vezes.


Os resultados dos testes revelaram mudanças drásticas: entre o primeiro e o segundo teste, as avaliações verbais e não verbais do QI subiram ou caíram até 20 pontos, em uma escala cuja média era 100.


Entre 1º e 2º teste, avaliação oscila 20 pontos


A constatação de que as avaliações verbais e não verbais do QI subiram ou caíram até 20 pontos (em uma escala cuja média era 100) confirmou mudanças drásticas nos resultados dos dois testes. Alguns adolescentes melhoraram ou regrediram apenas em suas habilidades verbais ou não verbais - ou então melhoraram em uma área apenas e regrediram na outra.


As imagens do cérebro refletiram as diferenças das avaliações. Nos adolescentes cujas avaliações do QI nas atividades verbais aumentaram, por exemplo, as imagens mostraram densidade da matéria cinzenta em uma região do cérebro ativada pela fala. Os adolescentes cujas habilidades não verbais haviam melhorado mostraram mudanças numa região do cérebro associada aos movimentos da mão.


"Essas mudanças são reais e se refletem no cérebro", diz Price, cuja equipe divulgou recentemente as conclusões online na revista Nature. "A atitude das pessoas é, em função disso, decidir mais cedo que uma criança é inteligente e a outra, não. Entretanto, o estudo sugere que não podemos fazer esse tipo de avaliação na adolescência."


Os resultados são "realmente animadores", diz John Gabrieli [foto ao lado], um neurocientista do Massachusetts Institute of Technology, em Cambridge, que não participou do estudo. "As pessoas achavam que o QI é fixo ou se torna estável muito cedo na vida. No entanto, há uma considerável evidência de que existe uma variação que continua ao longo da adolescência." 


O estudo não oferece indicações sobre o motivo pelo qual tais flutuações ocorrem. Mas levanta a possibilidade de que o treinamento ou outras intervenções podem melhorar o desempenho, diz Frances Jensen, neurologista e neurocientista da Harvard Medical School e do Children's Hospital de Boston.


"Essa é realmente uma mensagem muito boa para os adolescentes", Frances afirmou. "Ela sugere que nessa fase da vida há ainda plasticidade, de modo que podemos trabalhar os pontos fracos e melhorar os fortes." Ela observa ainda que o estudo tem outra implicação extremamente importante.


Embora a angústia e o menosprezo tão comuns nos adolescentes possam desaparecer com o tempo, a capacidade do cérebro de melhorar ou de perder sua capacidade intelectual talvez não desapareça. 


"Será que a história acaba nos anos da adolescência ou essa plasticidade persiste nos cérebro do jovem adulto ou além? Acho que nós ainda não temos conhecimento disso."


* TRADUÇÃO DE ANNA CAPOVILLA.


Fonte: O Estado de S. Paulo - Vida - Domingo, 23 de outubro de 2011 - Pg.  A29 - Internet: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,adolescencia-modifica-cerebro-e-altera-qi-,789136,0.htm e http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,entre-1-e-2-teste-avaliacao-oscila-20-pontos-,789133,0.htm

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