«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sábado, 22 de outubro de 2011

Falta de unidade é maior ameaça à Europa

GABRIELA MANZINI
EM LONDRES

Para professor de Cambridge, bloco precisa aprofundar integração para conseguir sair da crise da dívida pública
Economista defende que governos europeus aumentem os gastos para suprir o recuo da demanda privada

É falta de unidade política, e não endividamento, a principal ameaça para o crescimento da zona do euro.
É o que pensa o economista sul-coreano Ha-Joon Chang [foto ao lado], professor de Cambridge que ganhou fama no mundo todo, inclusive no Brasil, por ser o autor de "Chutando a Escada" [foto abaixo], livro em que acusa os países desenvolvidos de terem sabotado o crescimento dos demais negando-lhes estratégias das quais eles mesmos utilizaram.


Ele defende que a criação da moeda europeia foi precipitada e ignorou, por exemplo, a necessidade de criar mecanismos formais para a quebra de países.
O remédio, diz, não são as medidas recessivas que vêm sendo adotadas, mas o aprofundamento da integração.
Leia abaixo a entrevista concedida por Ha-Joon, por telefone, de Cambridge.

Folha - Qual é a extensão da crise na Europa? A zona do euro está em risco?
Ha-Joon Chang - Quando falamos de um país, a estrutura federal mantém a unidade porque há a possibilidade de transferir recursos e mão de obra. Mas a União Europeia possui uma pequena margem de manobra, o que a deixa em apuros.
Se a Grécia fosse um Estado brasileiro, como Mato Grosso, e algo saísse muito mal lá, São Paulo ajudaria. Mas quantos gregos podem arranjar um emprego na Alemanha?
Quando há esse tipo de situação, fica exposta a falta de unidade política dentro do projeto europeu de unidade monetária. E a tendência é a de que essa crise de identidade se arraste, porque alemães e holandeses, por exemplo, que poderiam salvar Grécia, Espanha e Portugal, não querem fazê-lo.
Mas é preciso deixar claro que a zona do euro, como um todo, não está em crise financeira grave. Seu deficit total é de 6% do PIB, menos do que o dos EUA e o do Reino Unido, que têm 10%, 11%.


Há legitimidade na hesitação?
Quando criaram a unidade monetária, eles [europeus] não imaginaram viver isso. E um sistema projetado com base na previsão de que não haveria crise, quando confrontado com uma, entra em impasse.
Muita gente vê, sim, legitimidade quando os alemães dizem: "Por que nós deveríamos pagar?". Ao que os gregos respondem: "Somos uma economia única, vocês têm de pagar". Não existe certo ou errado porque eles nunca tinham discutido isso.


Essa crise pode levar à saída de algum país do bloco?
Minha visão é a de que Grécia, Portugal e a Espanha estariam melhores se nunca tivessem entrado na zona do euro. Mas, uma vez dentro, é melhor que fiquem.
Os líderes europeus têm de aceitar que, uma vez que acordaram com a união monetária, precisam preservá-la, e que o único meio de fazê-lo, no momento, é aprofundando a integração.
Precisam aceitar o projeto político, a criação de mecanismos como o eurobônus - um título apoiado por todos os membros do bloco - e o fortalecimento do Banco Central Europeu.


A presidente Dilma Rousseff disse que a crise da dívida latino-americana "demonstra que ajustes fiscais extremamente recessivos só aprofundam o processo de estagnação e de desemprego". O sr. concorda? 
Sim. Quando se tenta resolver esse tipo de problema com medidas recessivas, com frequência, só se consegue agravá-lo, porque a receita não para de cair.
No momento, a principal causa da crise é a falta de demanda por parte do setor privado, muito endividado.
Como há grande incerteza, ninguém está investindo, e as pessoas estão com medo de gastar e perder seus empregos. Em uma situação dessa, a única entidade que poderia gastar é o governo, mas ele está cortando investimento.


RAIO X

HA-JOON CHANG

NASCIMENTO
Em 1963, em Seul (Coreia do Sul) 

ATUAÇÃO
É professor na Faculdade de Economia da Universidade de Cambridge desde 1990

PUBLICAÇÃO
Escreveu e coescreveu 13 livros, que foram publicados em 19 países, inclusive no Brasil

Fonte: Folha de S. Paulo - Mundo - Sexta-feira, 21 de outubro de 2011 - Pg. A15 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2110201109.htm e

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