«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

FREIRA IRAQUIANA DENUNCIA "GENOCÍDIO CRISTÃO E CULTURAL"

Salvatore Cernuzio

Irmã Diana Momeka, religiosa dominicana de Mosul que, em um primeiro momento teve o seu visto negado pelas autoridades norte-americanas, falou ontem na assembleia de Washington 
Ir. Diana Momeka - dominicana que atua no Iraque
Uma autêntica bomba o discurso que a irmã Diana Momeka, religiosa dominicana iraquiana de Mosul, dirigiu ontem ao Parlamento dos Estados Unidos reunido em Washington. Com coragem e humildade, testemunhando os horrores experimentados em seu país, mas também a esperança do seu povo, a freira – que, em um primeiro momento, teve o seu visto negado pelas autoridades norte-americanas, como informou a agência Asia Newsdenunciou o “genocídio humano e cultural” que padecem os cristãos no Iraque há quase cinco anos. Ou seja, a partir daquele terrível junho de 2014, em que um grupo desconhecido de terroristas, em seguida autoproclamado Estado Islâmico no Iraque e na Síria (Isis), invadiu a planície de Nínive, arrastando "toda a região à beira de uma catástrofe terrível".

Catástrofe que irmã Diana viveu em primeira pessoa, vendo passar na frente dos seus olhos nestes meses cenas sem precedentes de barbaridade:
  • homens, mulheres, crianças forçados a deixar as próprias casas “com nada mais do que as próprias roupas”;
  • edifícios destruídos,
  • igrejas depredadas e bombardeadas,
  • lugares arqueológicos e sagrados, patrimônio da humanidade, reduzidos a uma pilha de escombros.

Território influenciado pelo Estado Islâmico no Oriente Médio
"A perseguição que nossa comunidade enfrenta hoje é a mais brutal da nossa história", disse a dominicana, sublinhando que "o plano do Estado Islâmico é esvaziar a terra dos cristãos e limpar o solo da menor prova que dê testemunho da nossa existência no passado”.

Um genocídio, de fato. Não menos cruento do que aqueles que a história conta tristemente e que continua a acontecer a cada dia, sob os olhares de todos, há já um ano. Faltam, de fato, poucas semanas para o “aniversário” do assalto do Isis à cidade de Mosul, depois do qual os jihadistas tomaram posse "de uma cidade após a outra", colocando três alternativas para a população cristão da região:
  • “converter-se ao islamismo;
  • pagar um tributo (jizya) para o Estado islâmico,
  • abandonar as cidades".
A partir de junho, disse a freira, "mais de 120 mil pessoas estão refugiadas e sem casa na região do Curdistão do Iraque, deixando para trás o seu patrimônio e tudo o que trabalharam durante séculos. Essa erradicação, a depredação de todos os bens pertencentes até agora aos cristãos, transformou-lhes em refugiados no corpo e na alma, despojando-lhes de toda humanidade e dignidade”.

"Não só fomos roubados de nossas casas, propriedades e terras, mas também foi destruído o nosso patrimônio”, continuou, recordando “crimes” como a destruição de preciosas áreas arqueológicas, também de caráter sagrado, como Mar Behnam e Sara, um mosteiro do século IV, ou antiguíssimo mosteiro de São Jorge em Mosul.

Tudo isso a freira dominicana chamou simplesmente de “uma situação grave”. Mas grave é pouco se pensamos que, atualmente, “os únicos cristãos que permaneceram na planície de Nínive são aqueles que foram mantidos como reféns”.
Em Mosul (Iraque), famílias cristãs abandonaram seus lares e meios de subsistência

A ATUAÇÃO DA IGREJA CATÓLICA

Em meio a estas tragédias, não falta, porém, “a esperança", disse irmã Diana. "Graças a Deus", e graças também à Igreja que "na região do Curdistão tomou a iniciativa e cuidou pessoalmente dos cristãos refugiados, fazendo realmente o melhor para lidar com o desastre”. “Os edifícios da Igreja – disse Momeka – foram abertos e colocados à disposição para servir de abrigo para os deslocados; forneceram-lhes comida e outros itens essenciais de primeira necessidade, para sanar as necessidades imediatas das pessoas; também ofereceram assistência sanitária gratuita”.

Além disso, "a Igreja lançou apelos aos quais responderam muitas organizações humanitárias, que prestaram auxílio aos milhares de pessoas em situações de extrema necessidade. Hoje – disse a religiosa – estamos gratos por tudo o que foi feito, com a maior parte das pessoas que encontraram um abrigo em pequenos containers pré-fabricados ou em algumas casas”.

Mas o trabalho à frente ainda é muito. A irmã iraquiana se dirigiu, portanto, à comunidade internacional e ao governo dos Estados Unidos da América, elencando uma série de iniciativas a serem adotadas “com a máxima urgência” para que seja possível "restaurar, reparar e reconstruir a comunidade cristã no Iraque":
  • Primeiro, disse ela, é necessário “livrar as nossas casas da presença do autoproclamado Estado Islâmico e favorecer a nossa volta”;
  • depois deve ser promovido “um esforço comum e coordenado para reconstruir o que foi destruído – estradas, água, fornecimento elétrico, incluindo os nossos mosteiros e nossas igrejas".
  • Finalmente, é preciso "incentivar as empresas a contribuir para a reconstrução do Iraque e do diálogo inter-religioso".
Tudo isso, de acordo com a Irmã Momeka, "pode ​​ser feito através das escolas, das faculdades e de projetos pedagógicos e educacionais orientados”. O importante, concluiu, é que todos tenham realmente no coração que “a diplomacia e não o genocídio”, e “o bem comum e não as armas”, deverão determinar “o futuro do Iraque e de todos os seus filhos”.

Fonte: ZENIT.ORG - Roma, 14 de Maio de 2015 – Internet: clique aqui.

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