“O respeito pela Criação é uma exigência da nossa fé” - diz Papa Francisco
Andrea
Tornielli
Vatican
Insider
24-05-2015
«O
mundo tem necessidade de homens e mulheres que não estejam fechados, mas
repletos do Espírito Santo.»
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Papa Francisco: pregando durante a Missa de Pentecostes Basílica de São Pedro (Vaticano), 24 de maio de 2015 |
“O mundo tem necessidade de homens e mulheres que não estejam
fechados, mas repletos do Espírito Santo”; entre
as diferentes maneiras de se fechar estão o “egoísmo do próprio interesse”, o
“legalismo rígido” e o “interesse pessoal”. Disse-o Papa Francisco na homilia da missa de Pentecostes,
celebrada na manhã do domingo [24 de maio] na Basílica de São Pedro, durante a
qual também indicou que o respeito pela Criação é “uma exigência da nossa fé”.
São da cor vermelha os paramentos que simbolizam o fogo do
Espírito Santo, que 50 dias depois da Páscoa desce sobre o cenáculo “de maneira
fragorosa, como um vento que se abate impetuoso sobre a casa e irrompe nas
mentes e nos corações dos Apóstolos”, disse o Papa. “Em consequência, recebem
uma energia tal que os impele a anunciar, nas diferentes línguas, o evento da
ressurreição de Cristo”.
Aos Apóstolos, acrescentou o Papa, “incapazes de suportar o
escândalo da Paixão do seu Mestre, o Espírito dará uma nova chave de leitura
para introduzi-los na verdade e beleza do evento da Salvação. Estes homens,
antes temerosos e bloqueados, trancados no Cenáculo para evitar repercussões da
Sexta-Feira Santa, já não se envergonharão de serem discípulos de Cristo, já
não tremerão perante os tribunais humanos. Graças ao Espírito Santo, de que
estão repletos, compreendem ‘a verdade completa’, ou seja, que a morte de Jesus
não é a sua derrota, mas a máxima expressão do amor de Deus”.
Francisco, em seguida, recordou que o Espírito Santo que
“Cristo mandou junto do Pai, e o Espírito Criador que deu vida a cada coisa,
são uma só e mesma pessoa. Por isso, o respeito pela criação é uma exigência da
nossa fé: o ‘jardim’ no qual vivemos não
nos é confiado para que dele abusemos, mas para que o cultivemos e o guardemos
com respeito (cf. Gn 2, 15). Mas isso é possível somente se Adão – o homem
formado com terra – se deixa, por sua vez, renovar pelo Espírito Santo, se se
deixa reformar pelo Pai segundo o modelo de Cristo, novo Adão”. Assim se pode
viver em harmonia com a Criação e reconhecer em cada criatura “um reflexo” do
Criador.
O Papa acrescentou que “o mundo tem necessidade de homens e
mulheres que não estejam fechados, mas repletos do Espírito Santo. O fechamento
ao Espírito não é apenas falta de liberdade, mas também pecado. Existem muitas
maneiras de fechar-se ao Espírito Santo: no egoísmo do próprio benefício, no
legalismo rígido – como a atitude dos doutores da lei que Jesus chama de
hipócritas –, na falta de memória daquilo que Jesus ensinou, no viver a
existência cristã não como serviço, mas como interesse pessoal, e assim por
diante”.
E o mundo,
acrescentou, “necessita da coragem, da esperança, da fé e da perseverança dos
discípulos de Cristo. O mundo
precisa dos frutos do Espírito Santo: ‘amor, alegria, paz, paciência,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio’”. Francisco
concluiu a homilia expressando este desejo: “fortalecidos pelo Espírito e seus
múltiplos dons, nos tornemos capazes de lutar, sem abdicações, contra o pecado
e a corrupção e dedicar-nos, com paciente perseverança, às obras da justiça e
da paz”.
Traduzido do italiano por André Langer. Para acessar a versão
original deste artigo, clique aqui.
Fonte: Instituto
Humanitas Unisinos – Notícias – Terça-feira, 26 de maio de 2015 – Internet:
clique aqui.
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