Rosanne
D'Agostino
Novo índice sobre
vulnerabilidade racial foi divulgado pela Presidência.
Segundo estudo, jovens
negros são as principais vítimas da violência.
Jovens negros são as principais vítimas da violência e têm
2,5 vezes mais chances de serem assassinados no Brasil do que jovens brancos,
segundo relatório divulgado nesta quinta-feira (7 de abril) pela Secretaria
Nacional de Juventude da Presidência da República, em Brasília.
Os dados fazem parte do Índice
de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial 2014,
elaborado em parceria da secretaria, Fórum
Brasileiro de Segurança Pública, Ministério
da Justiça e o escritório da Unesco
(Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) no
Brasil. Os dados utilizados são de 2012.
De acordo com o levantamento, em todos os estados
brasileiros, exceto o Paraná, os negros, que incluem pretos e pardos, com idade
de 12 a 29 anos, correm mais risco de exposição à violência, ou seja, estão
mais vulneráveis que os brancos (que incluem brancos e amarelos), na mesma
faixa etária.
O relatório traz um
índice inédito, que mostra que a cor da pele dos jovens está diretamente
relacionada ao risco de exposição à violência. O cálculo leva em conta
mortalidade por homicídios e acidentes de trânsito, frequência à escola e
situação de emprego, pobreza no município e desigualdade.
Com relação à vulnerabilidade,
Alagoas é o estado com maior índice,
seguido da Paraíba, Pernambuco e Ceará. São Paulo tem a menor, junto de Rio
Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Distrito Federal.
Homicídios
Levando em conta somente o critério de homicídios, a Paraíba
é o estado com maior risco relativo aos jovens negros. No estado, um jovem
negro tem 13,4 vezes mais chance de ser assassinado do que um jovem branco.
Pernambuco possui a segunda maior taxa (11,57).
O Paraná é a única
unidade da federação onde um jovem branco corre mais risco de ser assassinado
que um jovem negro. O Distrito Federal tem baixa vulnerabilidade, mas uma
das maiores taxas de desigualdade na mortalidade entre jovens negros e brancos.
Com relação a 2007, houve agravamento em 21 das 27 unidades
da federação, diz o relatório, com exceção de Espírito Santo, Rio de Janeiro,
Pernambuco, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná.
O Nordeste é a região com maior distância entre a taxa de
homicídios de jovens negros e brancos. Em 2012, foram assassinados 87 negros
para cada grupo de 100 mil jovens negros na região, contra 17,4 jovens brancos
para cada grupo de 100 mil jovens brancos.
O Sudeste tem a menor taxa de homicídios de jovens negros.
Ainda assim, ela é 49,1% superior à taxa de homicídios entre jovens brancos. O
Piauí foi o estado em que o índice mais cresceu (25,9% de 2007 a 2012). O Rio
de Janeiro teve a maior queda (43,3%).
Os dados de homicídios foram obtidos no Sistema de
Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde.
Municípios
Cabo de Santo
Agostinho (PE) foi a cidade mais vulnerável à violência. O município em
melhor situação era São Caetano do Sul
(SP), com índice 0,174, o mais baixo verificado.
A Região Nordeste possui o maior número de municípios com
"alta" e "muito alta" vulnerabilidade juvenil à violência,
englobando 35 das 59 cidades avaliadas neste grupo.
O estudo incluiu todos os municípios com mais de 100 mil
habitantes nas 27 unidades da federação, o que corresponde a 288 cidades e 107
milhões de habitantes (pouco mais de 55% da população brasileira).
Entre os municípios analisados, 24 estão na Região Norte, 59
no Nordeste, 139 no Sudeste, 48 no Sul e 18 no Centro-Oeste.
Segundo o governo, o novo indicador será utilizado pelo Plano Juventude Viva, da Secretaria
Nacional de Juventude, para orientar políticas públicas de redução da violência
contra jovens no país.
Fonte: Portal G1 –
Política – 07/05/2015 às 10h00 – Atualizado em 07/05/2015 às 12h26 –
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