«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

PAPA EXPLICA: "POR QUE OS JOVENS NÃO QUEREM SE CASAR?"

Jéssica Marçal

Reunido com fiéis na Praça São Pedro, Francisco refletiu sobre o casamento, que hoje em dia é uma realidade distante ou inexistente para muitos jovens
PAPA FRANCISCO
chegando à Audiência Geral da Quarta-feira
Praça de São Pedro - Vaticano

A catequese do Papa Francisco, nesta quarta-feira, 29 de abril, foi dedicada ao matrimônio. O Santo Padre segue no ciclo de catequeses sobre a família e, desta vez, concentrou-se no casamento, refletindo, por exemplo, sobre a realidade dos jovens que não querem se casar.

Francisco mencionou que o primeiro dos sinais prodigiosos de Jesus foi realizado no contexto do matrimônio: o milagre do vinho nas bodas de Caná. “Assim, Jesus nos ensina que a obra-prima da sociedade é a família: o homem e a mulher que se amam! Esta é a obra-prima!”.

Desta época até hoje, muita coisa mudou, disse o Papa, mas esse sinal de Cristo contém uma mensagem sempre válida. O Pontífice reconheceu que os jovens não querem se casar, que em muitos países aumenta o número de separações e diminui o número de filhos. Essas são as primeiras e mais importantes vítimas de uma separação, destacou o Papa, e isso pode ter reflexos futuros.

“Se você experimenta, desde pequeno, que o casamento é um laço ‘por tempo determinado’, inconscientemente para você será assim. Na verdade, muitos jovens são levados a renunciar ao projeto para si mesmo de um laço irrevogável e de uma família duradoura”.

Essa realidade dos jovens que não querem se casar constitui, segundo o Santo Padre, uma das preocupações dos tempos atuais. Ele lembrou que é importante tentar entender o porquê dos jovens agirem assim, de não terem confiança na família.

Para o Papa, as dificuldades financeiras não são o único motivo. Há quem cite como provável causa a emancipação da mulher, mas isso não é um argumento válido, segundo o Pontífice, mas sim uma forma de machismo que sempre quer dominar a mulher.

Na verdade, Francisco disse que quase todos os homens e mulheres gostariam de ter um casamento sólido, mas muitos têm medo de errar e, mesmo sendo cristãos, não pensam no matrimônio sacramental. “Talvez justamente esse medo de errar seja o maior obstáculo para acolher a Palavra de Cristo, que promete a Sua graça à união conjugal e à família”.

“Os cristãos, quando se casam ‘no Senhor’, são transformados em sinal eficaz do amor de Deus. Os cristãos não se casam somente para si: casam-se no Senhor em favor de toda a comunidade, de toda a sociedade”, concluiu Francisco, anunciado que, na catequese da próxima semana, dará continuidade à reflexão sobre a beleza da vocação do matrimônio cristão.

Leia, abaixo, a íntegra da catequese de papa Francisco:


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 29 de abril de 2015

Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

A nossa reflexão sobre o desígnio originário de Deus sobre o casal homem-mulher, depois de ter considerado as narrações de Gênesis, dirige-se agora diretamente a Jesus.

O evangelista João, no início do seu Evangelho, narra o episódio das bodas de Caná, na qual estavam presentes a Virgem Maria e Jesus, com os seus primeiros discípulos (cfr Jo 2, 1-11). Jesus não somente participou daquele matrimônio, mas “salvou a festa” com o milagre do vinho! Então, o primeiro dos seus sinais prodigiosos, com que Ele revela a sua glória, realizou-o no contexto de um matrimônio, e foi um gesto de grande simpatia por aquela nascente família, solicitado pelo cuidado maternal de Maria. Isto nos faz recordar o livro do Gênesis, quando Deus termina a obra da criação e faz a sua obra-prima; a obra-prima é o homem e a mulher. E aqui Jesus começa justamente os seus milagres com esta obra-prima, em um matrimônio, em uma festa de bodas: um homem e uma mulher. Assim Jesus nos ensina que a obra-prima da sociedade é a família: o homem e a mulher que se amam! Esta é a obra-prima!

Dos tempos das bodas de Caná, tantas coisas mudaram, mas aquele “sinal” de Cristo contém uma mensagem sempre válida.

Hoje não parece fácil falar do matrimônio como de uma festa que se renova no tempo, nas diversas épocas de toda a vida dos cônjuges. É um fato que as pessoas que se casam são sempre menos; este é um fato: os jovens não querem se casar. Em muitos países, em vez disso, aumenta o número de separações, enquanto diminui o número de filhos. A dificuldade em permanecer junto – seja como casal, seja como família – leva a romper os laços com sempre maior frequência e rapidez, e justamente os filhos são os primeiros a suportar as consequências. Pensemos que as primeiras vítimas, as vítimas mais importantes que sofrem mais em uma separação são os filhos. Se você experimenta, desde pequeno, que o casamento é um laço ‘por tempo determinado’, inconscientemente para você será assim. Na verdade, muitos jovens são levados a renunciar ao projeto para si mesmo de um laço irrevogável e de uma família duradoura. Creio que devemos refletir com grande seriedade sobre o porquê tantos jovens “não se sentem” para casar. Esta é uma cultura do provisório… tudo é provisório, parece que não há algo de definitivo.

Esta dos jovens que não querem se casar é uma das preocupações que emerge aos dias de hoje: porque os jovens não se casam? ; por que muitas vezes preferem uma convivência e tantas vezes a responsabilidade limitada? ; por que muitos – mesmo entre os batizados – têm pouca confiança no matrimônio e na família? É importante procurar entender, se queremos que os jovens possam encontrar o caminho justo a percorrer. Por que não têm confiança na família?

As dificuldades não são só de caráter econômico, embora estas sejam realmente sérias. Muitos acreditam que a mudança ocorrida nestas últimas décadas foram colocadas em movimento pela emancipação da mulher. Mas nem mesmo esse argumento é válido, é uma falsidade, não é verdade! É uma forma de machismo, que sempre quer dominar a mulher. Fazemos a bruta figura que fez Adão quando Deus lhe disse: “Mas por que você comeu o fruto da árvore?” e ele: “A mulher me deu”. E a culpa é da mulher. Pobre mulher! Devemos defender as mulheres! Na realidade, quase todos os homens e as mulheres gostariam de uma segurança afetiva estável, um matrimônio sólido e uma família feliz. A família está no topo de todos os indícios de satisfação entre os jovens; mas, por medo de errar, muitos não querem nem mesmo pensar nisso; mesmo sendo cristãos, não pensam no matrimônio sacramental, sinal único e irrepetível da aliança, que se torna testemunho da fé. Talvez justamente esse medo de errar seja o maior obstáculo para acolher a Palavra de Cristo, que promete a Sua graça à união conjugal e à família

O testemunho mais persuasivo da benção do matrimônio cristão é a vida boa dos esposos cristãos e da família. Não há modo melhor para dizer a beleza do sacramento! O matrimônio consagrado por Deus protege aquele laço entre o homem e a mulher que Deus abençoou desde a criação do mundo; e é fonte de paz e de bem para toda a vida conjugal e familiar. Por exemplo, nos primeiros tempos do Cristianismo, esta grande dignidade do laço entre o homem e a mulher derrotou um abuso considerado então de tudo normal, ou seja, o direito dos maridos de repudiar as esposas, mesmo com os motivos de maior pretexto e humilhantes. O Evangelho da família, o Evangelho que anuncia justamente este Sacramento derrotou esta cultura de repúdio habitual.

A semente cristã da radical igualdade entre os cônjuges deve hoje dar novos frutos. O testemunho da dignidade social do matrimônio se tornará persuasivo justamente por este caminho, o caminho do testemunho que atrai, o caminho da reciprocidade entre eles, da complementaridade entre eles.

Por isso, como cristãos, devemos nos tornar mais exigentes a esse respeito. Por exemplo: apoiar com decisão o direito à igual retribuição por igual trabalho; por que se supõe que as mulheres devem ganhar menos que os homens? Não! Têm os mesmos direitos. A disparidade é um escândalo puro! Ao mesmo tempo, reconhecer como riqueza sempre válida a maternidade das mulheres e a paternidade dos homens, em benefício sobretudo das crianças. Igualmente, a virtude da hospitalidade das famílias cristãs reveste hoje uma importância crucial, especialmente nas situações de pobreza, de degradação, de violência familiar.

Queridos irmãos e irmãs, não tenhamos medo de convidar Jesus para as festas de núpcias, de convidá-Lo para a nossa casa, para que esteja conosco e proteja a família. E não tenhamos medo de convidar também sua mãe Maria! Os cristãos, quando se casam “no Senhor” são transformados em um sinal eficaz do amor de Deus. Os cristãos não se casam apenas para si mesmos: casam-se no Senhor em favor de toda a comunidade e de toda a sociedade.

Desta bela vocação do matrimônio cristão, falarei também na próxima catequese.

Fonte: Canção Nova – Especiais – Papa Francisco – Quarta-feira, 29 de abril de 2015 – 13h54 – Moficado em: 29 de abril de 2015 às 13h55 – Internet: clique aqui e aqui.

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