«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 20 de maio de 2015

QUE "REFORMA" É ESSA?

Reforma política
 
Vladimir Safatle
Folha de S. Paulo
19-05-2015

«O projeto que o Congresso propõe a votar é um desrespeito ao povo brasileiro. Ele foi feito sob medida para a perpetuação da classe política que é parte atual do problema. Há uma casta que se consolidou através de uma estrutura partidária viciada e distorcida.»

Hoje [terça-feira, 19 de maio] deve ocorrer a votação do projeto de reforma política na Comissão Especial composta pelo Congresso para este fim.

Desde as manifestações de 2013, com o claro descontentamento da população com sua classe política igualmente corrupta e seu sistema movido a acordos de bastidores, permeado por interesses dos agentes econômicos mais fortes, este tema veio a tona.

Era clara a vontade popular por uma experiência política na qual a população tivesse presença mais direta e efetiva nos processos de decisão, veto e gestão. O slogan "não me representa" dizia ainda algo a mais, a saber, "cansei de existir politicamente apenas se sou representado por outro".

Em várias partes do mundo, fica evidente os limites da democracia representativa e a necessidade de pararmos com esta postura cínica que consiste em repetir que a "a democracia é a pior forma imaginável de governo, à exceção de todas as outras que foram experimentadas", isto na esperança de que nenhuma transformação estrutural do que entendemos por democracia seja sequer tentada. A constituição de novas formas de democracia é uma necessidade não apenas brasileira, mas mundial.

Foi com o espírito de discutir uma experiência política capaz de fazer jus às demandas que o tema da reforma política tem circulado nos últimos dois anos. No entanto, o projeto que o Congresso propõe a votar é um desrespeito ao povo brasileiro. Ele foi feito sob medida para a perpetuação da classe política que é parte atual do problema. Há uma casta que se consolidou através de uma estrutura partidária viciada e distorcida.

Com propostas como:

·        o "distritão",
·        o mandato de dez anos para senadores e
·        o financiamento misto de campanha,
a vida política nacional corre o sério risco de ficar pior do que está.

Não há nada, absolutamente nada a respeito do problema político central de nosso país, a saber, a baixa densidade da participação popular nos processos decisórios e de gestão.

O povo brasileiro é algo que é pontualmente convocado em época de eleição para aclamar e referendar coeficientes eleitorais. Depois disto, ele desaparece.

Afinal, alguém perguntou ao povo brasileiro o que a maioria acha sobre projetos como a terceirização geral das relações trabalhistas?

Mesmo sobre o famigerado projeto de redução maioridade penal, alguém organizou um verdadeiro debate calmo com a população para que os vários aspectos do problema fossem expostos?

É assim, de costas para a população, que a casta que nos governa continuará seu trabalho, com ou sem reforma política.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos – Notícias – Quarta-feira, 20 de maio de 2015 – Internet: clique aqui.

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