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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Não existem mais as religiões de antigamente

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Giancarlo Bosetti Jornal “La Repubblica” – Roma (Itália) 24-02-2017 A modernidade pluralista obriga a religião a não ser mais “naturalmente” aquela do lugar e da família onde se nasceu, mas o resultado de uma escolha entre as muitas possíveis, incluindo a de não ter nenhuma fé, mas de se considerar agnóstico ou ateu PETER L. BERGER O pluralismo não é um dos muitos elementos da modernidade secular. A convivência aproximada de diferentes visões de mundo, de diferentes escalas de valores na mesma sociedade, no mesmo vilarejo, no mesmo andar, no mesmo vídeo ou smartphone, na mesma família e também na mente do mesmo indivíduo em momentos diferentes do dia, tudo isso é a mudança que abalou a compacidade e a ordem “natural” da sociedade tradicional. É uma mudança que diz respeito tanto à consciência individual quanto à ordem das instituições. E propõe àqueles que creem um desafio duplo, o de conviver com realidades seculares e, ao mesmo tempo, o desafio diferente e aind...

Governo quer convencer o povo que é bom perder direitos!

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Enrolando o povo para que ele tome o veneno Eduardo Maretti Ao dizer que a recessão terminou, ministro da Fazenda usa estratégia midiática, em momento de fragilidade das pessoas. “Com argumento calculado e repetição, você convence pessoas que tomar veneno é bom” GUILHERME MELLO Economista - Unicamp A fala do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles , ontem (21 de fevereiro), segundo a qual a recessão brasileira acabou, “é o tipo de declaração para vender otimismo e um resultado que ainda não veio” . Mais do que isso, para o economista Guilherme Mello , professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a declaração de Meirelles faz parte de uma estratégia midiática que envolve milhões de pessoas, muitas das quais acabam sendo convencidas de que o país e a economia vão bem e que reformas contra seus próprios direitos são positivas para elas e para a nação . “Você consegue, com a: * propaganda certa , * o argumento calculado...

É isto que a crise econômica representa!

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Número de pobres no Brasil terá aumento de no mínimo 2,5 milhões em 2017 ONU Brasil Até o final de 2017, o Brasil deverá testemunhar um aumento de 2,5 milhões até 3,6 milhões no número de pessoas vivendo na miséria   O Programa Bolsa Família terá de ser ampliado para atender aos "novos pobres" vítimas da prolongada recessão em que o Brasil se encontra Resultado da prolongada crise econômica , a estimativa foi divulgada neste mês pelo Banco Mundial, que sugeriu um aumento do orçamento do Bolsa Família para atender os “novos pobres” . O organismo financeiro traça um perfil desses “novos pobres” — em média, brasileiros com menos de 40 anos, moradores de zonas urbanas, que concluíram pelo menos o Ensino Médio e estavam empregados em 2015, sobretudo no setor de serviços. Para mitigar os impactos da recessão sobre a população, o Banco Mundial recomenda a expansão do Bolsa Família, que deverá ter seu orçamento ampliado para 30,7 bilhões de reais em 20...

O que é decoro?

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Indecoro Roberto Romano Professor de Filosofia e Ética Se as mãos de muitos políticos estão sujas, ao menos limpem a língua. Com muito sabão! Quando a realidade política e social se degrada e atinge o insuportável, o discurso apodrece , evidencia sinais de morte . As formas administrativas do Brasil agonizam. Contra o que dizem muitos colegas da universidade, seguidos por inúmeros jornalistas, discordo da tese segundo a qual as nossas instituições “funcionam normalmente” . A menos, claro, que o critério da normalidade seja o hábito de formar quadrilhas para o roubo das riquezas físicas ou espirituais de um povo. Mesmo em situações de crise a instituição e os indivíduos que a manejam devem manter o decoro . Esse é um cálculo difícil. Um gramático inglês do século 16 exemplifica: se a duquesa vai à corte, ela não pode usar roupas mais brilhantes do que a rainha. Mas se a mesma pessoa usa vestimentas inferiores às de suas iguais, é indecorosa. No cálculo do aceitáve...

CARNAVAL

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Dom Helder Câmara (1909 –1999) Foi bispo auxiliar do Rio de Janeiro (1952-1964) Arcebispo de Olinda e Recife (1964-1985) Participou do Concílio Vaticano II, sendo um dos fundadores da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) «Carnaval é a alegria popular. Direi mesmo, uma das raras alegrias que ainda sobram para a minha gente querida. Peca-se muito no carnaval? Não sei o que pesa mais diante de Deus: se excessos, aqui e ali, cometidos por foliões, ou farisaísmo e falta de caridade por parte de quem se julga melhor e mais santo por não brincar o carnaval. Estive recordando sambas e frevos, do disco do Baile da Saudade: ô jardineira por que estas tão triste? Mas o que foi que aconteceu... Tú és muito mais bonita que a camélia que morreu ... Brinque meu povo querido! Minha gente queridíssima. É verdade que quarta-feira a luta recomeça. Mas, ao menos, se pôs um pouco de sonho na realidade dura da vida!» ( Fonte: trecho de sua crônica radiofô...

Como melhorar a formação de professores

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O cubo mágico da formação de professores Priscila Cruz * e Olavo Nogueira Filho ** Ações pontuais não vão resolver a questão, mudanças em várias frentes são necessárias Você já tentou resolver um cubo mágico? Se já conseguiu fazê-lo, sabe que pouco adianta resolver uma face toda e partir para as seguintes. É preciso ir resolvendo todas ao mesmo tempo, porque cada face, cada peça está relacionada com as demais e as influencia. Essa é uma boa imagem para ilustrar e ajudar a entender o desafio da estrutura de formação de professores no Brasil . Ainda que haja enorme convergência em torno do papel central do professor para mudarmos de patamar na educação , ações pontuais não vão resolver a questão . Serão necessárias mudanças em várias frentes, progressivas, simultâneas e articuladas, para de fato elevarmos a profissão docente ao patamar que lhe cabe, como a principal e mais importante do País . Como as seis faces do cubo mágico, destacamos aqui seis frentes – identi...

A perigosa febre Bolsonaro

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Bolsonaro: de acusado de terrorismo a fenômeno da internet Thaís Oyama Jornalista O deserto político é tão devastador que até o deputado Jair Bolsonaro, antes mero peão da direita baixo clero, é estrela da internet e saudado como “mito”   JAIR BOLSONARO Deputado Federal pelo PSC do Rio de Janeiro “Mito, mito, mito!”, gritam em coro cerca de 1   000 pessoas assim que o deputado Jair Bolsonaro desponta no saguão do aeroporto de Campina Grande, na Paraíba. Ele ergue os braços. As palmas aumentam: “Um, dois, três, quatro, cinco mil, queremos Bolsonaro presidente do Brasil!”. Abraçado, apalpado, fotografado, beijado e empurrado, o capitão da reserva do Exército , já sem conseguir pôr os pés no chão, vai sendo arrastado pela multidão até o estacionamento do aeroporto. Lá, erguido e carregado nos ombros, termina em cima de um carro de som, microfone na mão. Camisetas visíveis na plateia indicam a presença de alguns grupos: Direita Paraíba, Direita Ceará, Ordem dos...