«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

PMDB está se lixando...

Honra ao demérito

Dora Kramer
Jornalista

Mais que demitir, é preciso não admitir
MICHEL TEMER
Presidente da República parece não se importar com o juízo da opinião pública e a ética!

Moreira Franco é ministro, Alexandre de Morais está praticamente assegurado no Supremo Tribunal Federal, Antonio Carlos Mariz, crítico da Lava-Jato, foi por isso preterido na lista dos preferidos ao Ministério da Justiça. Em boa hora, diga-se. Nessa toada, o presidente Michel Temer assegurou que denunciados serão afastados e os réus demitidos do governo.

Com isso, pela ótica do Palácio do Planalto os flancos abertos por passos em falso na política foram fechados e a situação administrada. Na visão do público, cuja opinião é crucial, contudo, nada está resolvido. Disso dão notícia quaisquer conversas entre pessoas comuns sobre os inúmeros inquéritos, citações e processos envolvendo o grupo do presidente. Turma, diga-se, da pesada. [Michel Temer está brincando com a opinião pública!]

É com ela e em nome dela que Michel Temer tem transitado da posição de preferido para dar um jeito no país à condição de preterido na lista dos políticos mais bem aceitos pela sociedade.

Seus índices de popularidade caem na proporção inversa dos sinais de reorganização da economia. Dado irrelevante, caso essa queda não se relacionasse aos erros do governo no campo dos bons costumes e sim aos acertos decorrentes de medidas rigorosas tomadas no intuito de recolocar o Brasil no rumo certo.

Temer não é candidato em 2018, mas seu partido (PMDB) é candidatíssimo a sentar no banco do carona do PSDB. Não irão a lugar algum sem levar em conta o julgamento moral do público, no qual se inclui a irritabilidade com a mentira e com o abuso do discernimento alheio. Instrumentos dos quais Planalto de adjacências têm feito uso – se me permitem a repetição – abusivo.

O anúncio da decisão presidencial de impor critério à permanência (ou não) de ministros nos respectivos cargos encerra lição mais eloquente que a aula de fisiologismo explícito dada pelo ministro Eliseu Padilha sobre a utilidade do balcão de votos como método para escolha de ministros.

Na semana passada, o ministro Eliseu Padilha, sem saber que era gravado, afirmou em uma palestra que o governo queria um “notável” na Saúde mas, no fim, decidiu fazer o de sempre: trocar o cargo pelos votos do PP no Congresso.
ELISEU PADILHA (PMDB-RS)
Ministro admite que o critério para ser Ministro no governo Temer é, de fato, ter votos e não ter competência!

“Normal”, diz Padilha para espanto de quem esperava outro tipo de eficiência – aquele firmado no preceito de honra ao mérito -, uma vez que os atuais inquilinos no poder substituíram seus antecessores alegando, entre outros motivos, a prática sistemática da concessão de honra ao demérito. Já Temer em seu pronunciamento foi além: consignou a licença para transgredir.

Sem denúncia ou pronúncia de sentença, agentes públicos são imunes ao julgamento moral daqueles a quem devem servir. O presidente inverte conceitos, usando a presunção da inocência em prol da suposição de livre indecência. Por essa régua, os nomeados podem tudo, menos ser pegos, quando o correto seria não os admitir a fim de que não fosse necessário demiti-los.

Com essa e várias outras, Temer contratou uma volta às ruas marcado para depois de o Carnaval chegar.

Fonte: Revista VEJA – Colunista – Edição 2518 – Ano 50 – Número 8 – 22 de fevereiro de 2017 – Pág. 47 – Edição impressa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.