«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sábado, 30 de julho de 2011

Carta aberta ao Papa Bento XVI e aos Bispos da Austrália

Catholica
08/07/2011

"Agora é a hora para que os católicos comuns se pronunciem sobre as suas preocupações com a sua Igreja 
e para que os seus pastores os ouçam" 

Assim afirma a Carta Aberta dirigida ao Papa Bento XVI e aos bispos católicos da Austrália, que publicamos abaixo.

O Catholics for Renewal [Católicos para a renovação], um grupo comunitário de base recém-formado que preparou a Carta Aberta, indica que, de acordo com o Direito Canônico, todos os fiéis de Cristo têm o direito e o dever de dar voz às suas preocupações pelo bem da Igreja.

Eis a carta.

Caro Papa Bento XVI e Bispos da Austrália,


Nós, os/as católicos/as abaixo-assinados da Austrália, escrevemos para vocês a respeito das nossas preocupações pela Igreja. Pedimos que vocês considerem estas questões durante a visita Ad Limina de 2011.


Como fiéis de Cristo, temos que nos pronunciar. De acordo com o Direito Canônico, temos um direito e um dever, de acordo com o nosso conhecimento, competência e posição, para manifestar aos nossos pastores nossos pontos de vista sobre questões que concernem ao bem da Igreja (cânon 212.2-3).


A Igreja já não inspira mais adequadamente muitas de nossas comunidades. Ela afastou muitos adultos que nasceram em famílias católicas, que frequentaram escolas católicas e que viviam uma vida sacramental. Ela se tornou desconectada e irrelevante para as vidas de muitos de nossos filhos.


Com menos padres, sua capacidade de providenciar a Eucaristia regular em nossas paróquias, especialmente nas zonas rurais, tornou-se cada vez mais limitada. Como instituição, ela ainda não encarna a visão do Concílio Vaticano II de uma Igreja verdadeiramente colegial, em que as decisões respeitam as culturas, comunidades e circunstâncias locais.


Ao contrário, ela se parece a uma instituição focada no centralismo, no legalismo e no controle, com poucas estruturas eficazes de escuta e de diálogo, e, muitas vezes, mais preocupada com a sua imagem e interesses institucionais do que com o espírito de Cristo.


Nossa Igreja tem sido contaminada pela injustiça e manchada por más decisões. Ainda nos recuperamos do escândalo do abuso sexual, em que a resposta inicial da Igreja foi manifestamente inadequada, e em que algumas autoridades, em suas tentativas de proteger a instituição, expuseram jovens inocentes a um grave dano.


Ficamos chocados com a falta do devido processo na forma como Dom Morris [foto acima: ver matéria neste blog - dia 3 de maio de 2011], um pastor dedicado, foi removido de sua diocese. 


Ficamos desanimados com a falta de consulta apropriada sobre as novas traduções ao inglês da nossa liturgia. Não podemos mais aceitar a atitude patriarcal para com as mulheres dentro da nossa Igreja e tememos que uma reivindicação expandida à infalibilidade esteja sufocando a discussão sobre muitas questões importantes. Essas questões incluem alguns ensinamentos sobre a sexualidade humana, assim como sobre as novas formas de ministério para mulheres e homens casados; sendo que este último é uma anomalia para uma Igreja comprometida com a igualdade e que acolhe ministros casados de outras tradições cristãs. Essas preocupações minam a confiança e a confidência em vocês, nossos líderes.


Queremos e rezamos por uma Igreja renovada que siga a Cristo mais de perto em todos os sentidos. Precisamos de uma Igreja comprometida com a colegialidade e subsidiariedade autênticas. Buscamos uma Igreja aberta, transparente e responsável, que respeite o devido processo, rejeite toda forma de discriminação, ouça seu povo, promova a corresponsabilidade em todas as facetas da sua missão e do seu ministério, e seja compassiva até o fim.


Pedimos uma Igreja voltada ao exterior, totalmente comprometida com a justiça, a paz, o ecumenismo e o diálogo com outras fés, e que defenda de forma inequívoca os direitos dos oprimidos e dos desfavorecidos, enquanto se volta praticamente para as suas necessidades.


Precisamos e queremos uma Igreja em que sejamos "todos um em Cristo, sem mais diferenças (...) entre homem e mulher" (Gálatas 3,28) e cujos líderes leiam bem os sinais dos tempos e os interpretem à luz do Evangelho.


Como um primeiro passo para a colegialidade e a subsidiariedade, pedimos que cada bispo diocesano convoque, para uma data próxima, um sínodo em sua diocese, nos termos do Direito Canônico (cânon 460-468), para discutir como a Igreja local pode ser uma testemunha mais autêntica no século XXI. Também pedimos que o Papa Bento permita um retorno a um processo mais responsável e consultivo para a nomeação de bispos, dando aos sacerdotes e ao povo uma voz real, como era a prática da Igreja primitiva. Isso poderia começar com a nomeação do próximo bispo de Toowoomba.


Para todos nós, Jesus é o caminho, a verdade e a vida. Como Povo de Deus e seus irmãos e irmãs em Cristo, que, juntos, buscam o Reino de Deus, rezamos para que o Espírito guie a todos nós para cada vez mais perto de Jesus na crítica tarefa da renovação.


Católicos/as da Austrália

Tradução é de Moisés Sbardelotto.

Fonte: Instituto Humanitas Unisinos - On-Line - 30/07/2011 - Internet: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=45851

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