«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sábado, 16 de julho de 2011

Os motivos da moda anti-Brasil [Quem viver, verá!]


 VINICIUS TORRES FREIRE

Críticas na mídia global agora são quase diárias; 
mas qual o motivo da inversão dos humores?

PEGOU MESMO a moda de falar mal da economia brasileira, ao menos na mídia financeira global. A frequência do zum-zum crítico é agora praticamente diária. Por quê?

Velhos defeitos e esquisitices do país não haviam desaparecido quando a febre de amores pelo Brasil estava no auge, entre 2009 e 2010, embora tenha havido progressos contínuos na década passada - progressos do ponto de vista do economista padrão e dos "mercados".

Talvez os críticos tenham notado que os empecilhos "estruturais" podem minar o recente ciclo de bonança. Esse boom deveu-se a uma combinação de:
1) reformas econômicas;
2) estabilidade financeira;
3) alta do preço das exportações;
4) melhora na distribuição de renda.

Alguns desses motivos do boom e seus obstáculos foram mencionados ontem numa conferência sobre o Brasil organizada pela empresa de notícias e serviços financeiros Bloomberg. A linha de crítica mais "estrutural" foi sintetizada assim por Augusto de La Torre, economista-chefe para América Latina do Banco Mundial: "As expectativas [positivas] superaram a capacidade. O Brasil atingiu o limite".

A moda de críticas, porém, enfatiza uma deterioração mais conjuntural. Há uma boataria em geral incompetente sobre uma "bolha de crédito" no Brasil. Há riscos, embora os indicadores conhecidos de crédito não apontem para nenhuma desgraça. Mas sabemos muito pouco das condições do enorme endividamento externo das empresas.

Críticos mais espertos dizem que, dado o excesso de gasto do governo, a taxa de investimento do país não vai aumentar sem que o deficit externo (financiamento externo) cresça a ponto de causar uma crise cambial (desvalorização da moeda). Dadas as necessidades "normais" de investimento, mais o empenho em desenvolver o pré-sal, as inúteis obras esportivas e o gasto social crescente, essa crise estaria marcada para ocorrer.

Outra crítica aponta o dedo para a inflação. Os juros vão ficar altos por um tempo prolongado, até 2013, o que vai minar o crescimento. Inflação e juros altos mais crescimento baixo seriam ainda uma explicação para o horrível desempenho da Bolsa brasileira (muito cara para uma expectativa de lucro cadente para as empresas). O real forte nubla ainda mais o cenário.

O real forte seria resultado, aliás, da "armadilha do sucesso" em que caiu o país. Com boas perspectivas, mas sem infra para crescer de modo duradouro, atraiu capital externo demais, dinheiro sobrante no mundo e de resto atraído pela nossa taxa de juros estrambótica.

Mas a opinião "real" dos mercados sobre o país seria tão ruim? Na semana passada, o governo brasileiro tomou empréstimo no exterior por dez anos a uma taxa anual de 4,2%, bem baixa. É sinal de que o setor privado pode continuar a se financiar em dólar a juros miúdos.

Os críticos, porém, perguntam-se se isso é bom ou mau sinal. O país é "confiável" e rentável ou é apenas vítima de mais uma mania financeira, como as que acabaram por quebrar a Ásia em 1997, a Rússia em 1998, a Argentina em 2001 etc.?

Defeitos temos muitos - mas são antigos. As críticas sobre a deterioração recente são mal fundamentadas. Mas manadas de mau humor e preconceito são perigosas.

Fonte: Folha de S. Paulo - Mercado - Sexta-feira, 15 de julho de 2011 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me1507201109.htm

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