«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sábado, 2 de julho de 2011

Dinheiro público, ganho privado [Vergonha!]

FERNANDO DE BARROS E SILVA

O BNDES está disposto a patrocinar a fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour. O contribuinte vai desembolsar cerca de R$ 4 bilhões a fim de viabilizar a transação. Janio de Freitas foi ao ponto ao dizer, ontem, que a participação do banco estatal "compromete o governo Dilma Rousseff com um negócio privado de futuro juridicamente incerto e com esperáveis efeitos negativos para os consumidores e a economia social".

Não há como separar a decisão do BNDES que beneficia a maior rede de supermercados do país da amizade estreita entre Abilio Diniz e Lula. No Brasil, o velho provérbio funciona de ponta-cabeça: amigos, amigos, negócios incluídos.

Sérgio Cabral [governador do Rio de Janeiro], que agora pretende criar um código de ética para si mesmo - parece até piada -, entende bem dessa promiscuidade.

Não é outra a lógica que orienta a ação da Prefeitura de São Paulo para viabilizar a construção do Itaquerão [fogo do projeto - acima]. A Câmara Municipal já aprovou em primeiro turno a liberação de R$ 420 milhões em incentivos fiscais - na prática, dinheiro público - para a Odebrecht e o Corinthians - a maior empreiteira do país e um clube privado.

O Kassab que torra assim o dinheiro do paulistano é o mesmo prefeito que prometeu construir hospitais que não saíram do papel e resolver a carência de creches - hoje faltam 127 mil vagas [com condenação da Prefeitura pelo Supremo Tribunal Federal].

Pão de Açúcar e Itaquerão são bons exemplos de desvio (legal, mas nem tanto) do dinheiro público para interesses privados. É o patrimonialismo no atacado.

No varejo da política, é também o que ocorre com a maior parte das emendas parlamentares, usadas para satisfazer demandas paroquiais ou, pior, patrocinar maracutaias com verba pública. Entre a opção do BNDES, a ação de Kassab e o apetite dos deputados para garantir suas obrinhas a diferença é de escala, não de natureza. Simultâneos e sem ligação entre si, são todos episódios didáticos de como funciona (e a quem serve) o Estado no Brasil.

Fonte: Folha de S. Paulo - Opinião - Sexta-feira, 1º de julho de 2011 - Pg. A2 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0107201103.htm
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Concentração de supermercados sobe para 46% no país, diz estudo

MARIANA SALLOWICZ
CLAUDIA ROLLI
DE SÃO PAULO


Em 2004, percentual era de 40%, segundo o Provar/Ibevar; em São Paulo, índice chega a 60%
Consumidores não são beneficiados quando as opções de compra são reduzidas, segundo avaliação da ProTeste  

As cinco maiores redes de supermercados do país têm aumentado a participação no setor durante os últimos anos. Juntos, esses grupos faturaram R$ 93,46 bilhões em 2010 - o equivalente a 46% das receitas das empresas que atuam no segmento.

Em 2004, o percentual era de 40%. Os dados foram elaborados pela Felisoni Consultores e Provar/Ibevar, a partir de informações da Abras (Associação Brasileira de Supermercados).

O estudo mostra que a concentração no setor de supermercados é uma tendência que deve se acentuar no país - principalmente se a fusão entre o Grupo Pão de Açúcar e o Carrefour de fato ocorrer.

Caso a união seja aprovada, as duas redes terão, juntas, 2.386 pontos de venda em 178 municípios, com receita anual de R$ 65 bilhões.

No Estado de São Paulo, região de maior consumo do país, a estimativa é que a participação dos três principais grupos seja ainda maior: 60% se considerado o faturamento de Pão de Açúcar, Carrefour e Walmart. Os dois primeiros respondem por 47%.

"O aumento na concentração é uma tendência porque os produtos vendidos nos supermercados têm margens [de lucro] reduzidas. Para aumentar os ganhos, os supermercados buscam mais escala com maior participação nesse mercado. É o que temos visto nos últimos anos", diz Claudio Felisoni, coordenador do Provar/Ibevar.

Já a Apas (Associação Paulista de Supermercados) considera que a concentração no setor supermercadista é menor - de cerca de 42%.
"Esse percentual tem se mantido estável nos últimos sete anos se levado em conta somente o setor alimentar", diz João Galassi, presidente da associação, ao se referir ao fato de o estudo do Provar incluir as operações das Casas Bahia e do Ponto Frio nos números do Pão de Açúcar.
Galassi considera "razoável" o nível de concentração no setor e afirma que, em 2000, o percentual era de 29%. "Após a compra de pequenas e médias empresas, houve estabilidade."

Apesar do aumento na concentração nos últimos anos no Brasil, o percentual ainda é inferior ao de outros países, como França (70%), Reino Unido (63%), Portugal (63,2%) e a média da União Europeia (48,9%).

"O grau de concentração no Brasil é até baixo se comparado ao de outros países e se for considerada a polarização que existe entre as redes. Ou seja, as três primeiras detêm percentual expressivo do mercado. E a quarta e quinta colocadas têm 1,7% (G. Barbosa) e 1,2% (Bretas)", diz João Carlos Lazarini, diretor do Provar/Ibevar.

CONSUMIDOR
A concentração no setor - e a proposta de fusão de Pão de Açúcar e Carrefour - não é benéfica ao consumidor, segundo Maria Inês Dolci, coordenadora da ProTeste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor).

"Quanto maior é o mercado, maior é a disputa para atrair o consumidor com melhores preços, com qualidade de serviços e com investimento em tecnologia que beneficiem o consumidor", diz.

Para Felisoni, em um primeiro momento a fusão poderá ser prejudicial aos consumidores. "Mas, com a atuação do Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica], os efeitos serão minimizados." Isso porque o órgão determina a venda de algumas lojas em regiões onde a concentração supera o permitido pela legislação.

Fonte: Folha de S. Paulo - Mercado - Sexta-feira, 1º de julho de 2011 - Pg. B4 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me0107201109.htm

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