«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sábado, 9 de julho de 2011

PR trabalhando, cuidado! [Fiquemos de olho neles!]

FERNANDO DE BARROS E SILVA

O PR (Partido da República, hahaha!) concentra o que há de pior na política brasileira.
Não é à toa que esteve no centro do mensalão. Chamava-se, então, PL, que viria se fundir ao Prona em 2006. Também não é à toa que o PL-PR está no comando do Ministério dos Transportes desde o início do governo Lula, de 2003 até hoje.

A pasta está cronicamente associada a escândalos de corrupção. Mas Dilma Rousseff acaba de fazer o que seu antecessor nunca fez. Diante de reportagem neste final de semana sobre esquema de propinas cobradas de empreiteiras e empresas de consultoria, demitiu liminarmente a cúpula do ministério, sem esperar esclarecimentos.

Caíram o poderoso diretor-geral do Dnit, Luiz Antônio Pagot [foto ao lado], o presidente da Valec Engenharia, José Francisco das Neves, e o chefe de gabinete do ministro, Mauro Barbosa Silva, além de um assessor. Sobrou Alfredo Nascimento, a cabeça do ministério pendurada no ar.

Em maio, o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), também aliado do governo, disse em público que Nascimento era "inepto, incompetente e desonesto". Disse ainda que o Dnit era uma "quadrilha". Ontem, a presidente disse em nota confiar no seu ministro (hahaha!).

Nascimento pode (e deve) até cair, mas o PR já cobra antecipadamente a conta. Diz que foi humilhado por Dilma. O peso do partido está no Congresso: 40 deputados e 5 senadores. É isso o que vale o PR.

O subtexto da chantagem é mais ou menos o seguinte: Dilma (que agiu, neste caso, como manda o figurino republicano) não foi eleita para ser honesta. Ela não está aí para isso. Se Lula, que pairava acima dos partidos e tinha controle sobre sua base, deixava que o Dnit fosse o que é, como é que essa mulher, que não tem o mesmo poder sobre os aliados, quer vir estragar a festa?

A governabilidade tem um preço, literalmente. O caso parece didático para mostrar quanto cobram da República partidos como esse no presidencialismo à brasileira.

Fonte: Folha de S. Paulo - Opinião - Terça-feira, 5 de julho de 2011 - Pg. A2 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz0507201103.htm
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Carreira do homem forte do PR
 floresceu à sombra de Maluf e do PT 

 Vandson Lima

Nos idos de 1969, Valdemar Costa Neto [foto ao lado], homem forte do PR [Partido da República], dono da quinta maior bancada da Câmara dos Deputados, era apenas o "Boy", filho do então prefeito de Mogi das Cruzes, Waldemar Costa Filho. Enquanto o pai cultivava a fama de valentão, adquirida desde os tempos em que chegou à cidade para trabalhar na Mineração Geral do Brasil - mesmo quando prefeito, Waldemar andava sempre armado - "Boy" ia e vinha pelas ruas de Mogi, então um município com pouco mais de 40 mil habitantes, a bordo de motocicletas e carros, inacessíveis à maioria dos jovens locais na época.

Waldemar, o pai, fez toda sua carreira política na cidade, que comandou quatro vezes. Muito próximo a Paulo Maluf (PP), usou da influência junto ao ex-governador para fazer as grandes obras viárias da cidade, como a rodovia Mogi-Bertioga, concluída durante a gestão de Maluf, que o levou para sua única incursão em uma administração fora de Mogi, fazendo-o secretário de abastecimento da prefeitura de São Paulo, entre 1993 e 1996. Já o filho, que se formou em Administração de Empresas, queria seguir carreira na política, mas mirava Brasília, para onde seguiu em 1991 e atualmente cumpre seu sexto mandato consecutivo como deputado federal pelo PR.

Os votos mogianos foram decisivos à ascensão política de Valdemar, mas minguaram nos últimos anos. Os 18,6 mil votos recebidos na cidade em 2010 foram um bom aumento em relação a 2006 quando, abatido pelo mensalão, Valdemar teve apenas 9,6 mil votos. As duas votações parecem ínfimas se comparadas ao que o deputado conseguiu em 2002, quando amealhou 45,7 mil votos em Mogi (27% do total).

No entanto, seu prestígio e influência junto às lideranças da região se mantém. Hoje secretário de Desenvolvimento Econômico de Mogi das Cruzes, Marcos Damásio (PR), conta um episódio que mostra o trânsito privilegiado de Valdemar: "Fiz parte de um grupo de vereadores que foi ao ministério da Agricultura pedir que eles cedessem um terreno que lhe pertencia na região, para a construção de um hospital. Fomos recebidos maravilhosamente, coisa fina mesmo. Tudo por influência do Valdemar".

Recentemente, o secretário-geral do PR viabilizou R$ 48,4 milhões para a construção de dois viadutos no município. "Seria um projeto impossível de realizar se não tivesse um deputado influente como ele", afirma o vereador Jolindo Rennó (PSDB). Na cerimônia de assinatura do contrato, em maio, Valdemar levou Luiz Antônio Pagot, diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), um dos afastados por conta do suposto esquema de corrupção no ministério dos Transportes, que derrubou o ministro e correligionário de Valdemar, Alfredo Nascimento.

Na região do Alto Tietê, o PR fez prefeitos em Guararema, Itaquaquecetuba e Arujá. Na Assembleia Legislativa de São Paulo, o PR elegeu um deputado, André do Prado (PR), ex-prefeito de Guararema e afilhado político de Valdemar.

Em Mogi, o prefeito Marco Bertaiolli (DEM) recebeu apoio de Valdemar. O PR comanda a secretaria de Desenvolvimento Econômico. Para 2012, o PR anseia dobrar sua bancada, hoje de três vereadores (são 16 no total). Para isso, usará no município do mesmo "efeito Tiririca" do plano federal, lançando o palhaço Bubu, popular em Mogi, como candidato à vereança. A uma rádio local, Valdemar declarou que apoiará Bertaiolli à reeleição. Muito próximo a Kassab, o prefeito chegou a anunciar sua ida para o PSD, mas desistiu.

Valdemar só fala com a imprensa de seu município. Depois de 2005, quando foi capa de uma edição da revista Época, recusou qualquer pedido de entrevista. Em 2009, resolveu falar ao jornal "O Diário de Mogi". Nesta entrevista, abriu o jogo sobre sua estratégia em relação ao processo do mensalão, que se baseará em declarações dadas pelo vice-presidene José Alencar, falecido este ano, ao programa Roda Viva, da TV Cultura: "Quando o Zé Alencar foi responder [sobre o caixa dois que abasteceu o PL], falei: 'tô morto'. Ele tinha acabado de sair de uma operação de 18 horas, não ia se lembrar. Mas o camarada contou a história toda. Vou abrir a minha defesa contando que fiz um acordo com o PT, 'tá aqui a confirmação do Alencar'. Eles só podem me condenar por crime eleitoral, que já está prescrito".

Em março, à Rádio Metropolitana, Valdemar contou que é recebido "com certa freqüência" pela presidente Dilma Rousseff (PT), mas que ingressa no gabinete presidencial pela garagem, para evitar falatório.

No início deste mês, um dia antes de a revista "Veja" denunciar um suposto esquema de superfaturamento no Ministério dos Transportes, o deputado voltou a ser entrevistado pela rádio de Mogi:


"Vamos falar claro: movimentei o caixa dois da campanha. Isso, todos os políticos brasileiros faziam. Todos. Se um camarada falar que não fazia isso antes, é um covarde, porque todos os políticos faziam isso". 

Disse ainda que o bloco que formou na Câmara cobrava a presidente, via Nascimento, mais espaço na máquina federal:

"E o que é que eu quero? Quero uma diretoria na Caixa Econômica Federal, no Banco do Brasil. O dinheiro não sai na Caixa [Econômica Federal]. Eles não assinam coisa na Caixa. Eu tendo um diretor, sai na hora", disse.

Fonte: VALOR Econômico - Segunda-feira, 11 de julho de 2011 - Citado por: Instituto Humanitas Unisinos - On-Line - 11/07/2011 - Internet: http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=45229

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