«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Paraísos fiscais: Como os pontos de crack

ELIANE CANTANHÊDE

BRASÍLIA - Mais de 50 organizações em todo o mundo colhem milhões de assinaturas pelo fim dos paraísos fiscais para levar à reunião do G-20 (países ricos mais os emergentes), em novembro, na França.

Aqui, no Brasil, a campanha será lançada hoje pela ONG Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos), que reuniu dados assustadores sobre como o país perde quando empresas driblam a Receita e despejam bilhões de dólares nas Ilhas Cayman, Bahamas, Ilhas Virgens Britânicas ou Luxemburgo.

Eles agasalham dinheiro ilegal - ou porque não pagou imposto na origem ou por ser fruto de desvios públicos, contrabando, tráfico de drogas... Depois dos paraísos fiscais, volta limpo e legal.

Os países mais afetados são emergentes ou pobres, como os africanos, onde ditadores se escondem sob variadas ideologias para dilapidar os recursos naturais, enriquecer muitas gerações da família e manter o povo faminto, analfabeto e submisso.


Paraísos fiscais são, pois, instrumentos de sonegação fiscal, de falta de educação e saúde e até de autoritarismo.

No rastro de cada CPI brasileira (quando eram para valer) e das investigações cabeludas da PF sempre surgiam paraísos fiscais, especialmente as Ilhas Cayman. Mas, mais do que os corruptos, interessam os corruptores. Boa parte das empresas recorrem aos paraísos fiscais para fugir de suas responsabilidades com o Brasil e com os brasileiros.

Estudos (precários, é verdade) estimam que a sonegação corresponde a 9% do PIB. O gasto público com educação é de 5%.

A campanha tem algo de juvenil, quixotesco ou nórdico, mas é, no mínimo, educativa e pede que os líderes do G-20 incluam o tema na agenda e sugiram medidas pró-transparência e antissonegação.
Seria o fim da hipocrisia, pois os paraísos fiscais são como pontos de crack: todo mundo sabe onde ficam, para que servem e o mal que causam, mas ninguém faz nada.

Fonte: Folha de S. Paulo - Opinião - Terça-feira, 26 de julho de 2011 - Pg. A2 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2607201104.htm

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