«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sábado, 23 de julho de 2011

Livro mostra felicidade como tema para corajosos

LUIZ FELIPE PONDÉ
COLUNISTA DA FOLHA

Hoje é quase uma obsessão "querer ser feliz", e normalmente entende-se isso na forma mais banal: realizar desejos. A história da felicidade é mais semelhante à história da guerra do que da dança, segundo o filósofo e imperador romano Marco Aurélio.

Esta definição me parece ser a melhor síntese do livro "A História da (in)Felicidade" de Richard Schoch [foto acima]. Trata-se de boa leitura para quem quiser ter uma ideia do tema, ainda que a conclusão pareça um pouco aquém da erudição demonstrada pelo professor de história da cultura da London University.

Saber que a felicidade depende da felicidade dos outros, de nossa história pessoal, de nossas crenças na vida após a morte, soa banal depois de ler o livro, maior no "corpo de problemas" do que na conclusão.


A felicidade se tira das pedras. E, nesta guerra, quatro são os princípios que movem nosso movimento:

  • prazer, 
  • desejo, 
  • razão e 
  • sofrimento.

Devemos aprender a moderar o prazer, do contrário ficamos escravos de sua deliciosa tirania e do vazio que o prazer implica quando nos tornamos obsessivos por ele.

Devemos aprender a controlar o desejo ou ficamos cegos diante da cobiça. Devemos transcender a razão e, ao mesmo tempo, aprender que sem ela não somos plenamente humanos.

Mas por que "transcender a razão"? Talvez, como diria o filósofo francês do século 17 Blaise Pascal, porque "nada mais típico da razão do que saber seus limites".

Por último, talvez o mais importante, aprender que, sem suportar o sofrimento, não existe felicidade possível porque a vida sempre deságua em alguma forma de dor.

Para demonstrar os princípios, nos leva além dos muros da filosofia ocidental.

Quanto ao prazer, vamos da otimização deste nos utilitaristas à percepção dos epicuristas de que o prazer sempre é um bem em si.

Quanto ao desejo, para conquistá-lo e não ser um escravo dele, Schoch escolhe como parceiros o hinduísmo, com a opção pelo cuidado com a própria ação na vida, e o budismo, que vê na "iluminação" a superação da obsessão do "eu" por si mesmo.

Quanto à transcendência, as ideias de "paraíso" cristão e de "alquimia da felicidade" do islamismo surgem como indicações de que o materialismo pode não ser suficiente para a vocação espiritual.

E, para suportarmos o sofrimento, Schoch conversa com os estoicos e a afirmação de que devemos controlar as expectativas para com o vão sucesso no mundo.

Além de voltarmos ao tema de viver com "Deus no inferno", como os judeus no holocausto. Deus "se esconde" para que vivamos a sofrida liberdade de escolha e daí, talvez, chegarmos a vê-Lo nos detalhes. A felicidade é assunto para corajosos.

A HISTÓRIA DA (IN)FELICIDADE
AUTOR: Richard Schoch
EDITORA: Best Seller
TRADUÇÃO: Elena Gaidano
QUANTO: R$ 44,90 (280 págs.)
AVALIAÇÃO: bom

Fonte: Folha de S. Paulo - Ilustrada/livros - Sábado, 23 de julho de 2011 - Pg. E6 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq2307201123.htm

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