«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

A velhice dos tempos modernos

IVES GANDRA DA SILVA MARTINS

A expressão "conservadores" seria mais aplicável aos que repetem "costumes flexíveis", e não os valores abraçados pelos construtores das civilizações

O desconhecimento da história e a pouca atenção que, nas grades escolares, principalmente universitárias, se dá à importância do estudo de toda espécie de acontecimentos passados, principalmente na política e nos costumes, faz com que aquele que vive o momento presente termine por repetir os mesmos erros, vícios e "novidades" pretéritas.

Na política, como procurei demonstrar em meu livro "Uma Breve Teoria do Poder", o homem pouco evoluiu. Se uma democracia formal foi conquistada a duras penas, a verdade é que nem por isso a sociedade consegue controlar a figura do detentor do poder, que quer o poder pelo poder, sendo a prestação de serviços públicos apenas efeito colateral de seu exercício.

A corrupção endêmica nas entidades estatais, nos tempos modernos, é tão velha quanto a dos primeiros tempos. Apenas mais sofisticada. Carl Schmitt ("O Conceito do Político") e Maquiavel ("O Príncipe") continuam atualíssimos.

Nos costumes, a denominada liberdade sexual, em que dar vazão aos instintos é modelo da modernidade, remonta, pelo menos, ao tempo da decadência babilônica, quando as mulheres conseguiam seus dotes para o casamento entregando-se livremente no templo, ou à decadência do Império Romano.

Políbio ("História"), este historiador grego que viveu em Roma, demonstrou que tal liberdade estava desfazendo as famílias romanas, prevendo o fim do Império pela deterioração dos costumes.
É de se lembrar que, no período anterior, quando da República, as famílias respeitavam valores e a sociedade se representava perante o Senado e os cônsules por meio do Tribunato da Plebe (Fustel de Coulanges, "A Cidade Antiga"). A cidadania romana tornou-se um bem que protegia não só os romanos, mas aqueles que a conquistavam dentro de suas fronteiras.

É de se lembrar que, antes da queda de Esparta, a liberdade sexual das mulheres espartanas faria inveja às mais desinibidas senhoras da atualidade. O próprio homossexualismo, praticado em Atenas, tornou-se bem evidente quando do início de sua decadência, que termina, de rigor, com a derrota na Guerra do Peloponeso, tão bem narrada por Tucídides.

Tais breves e perfunctórias reminiscências históricas sobre costumes e política objetivaram apenas mostrar que as denominadas conquistas dos tempos modernos são muito velhas e, quase sempre, coincidem com a decadência de civilizações formadas, como o Império Romano, à luz de valores diferentes.

Parece-me, portanto, que a denominação "conservadores" seria mais aplicável àqueles que repetem, através da história, "costumes flexíveis" - para adotar uma terminologia politicamente correta -, e não os valores abraçados pelos verdadeiros construtores das civilizações, que, como Toynbee afirma ("Um Estudo da História"), nasceram, fundamentalmente, dos preservados pelas grandes religiões.

Uma última observação, de caráter apenas explicativo.

Nos tempos de costumes condenáveis, em que as mulheres, em algumas nações, tinham um estatuto inferior, foi Cristo que abriu a perspectiva da igualdade entre o homem e a mulher, ao dar ao matrimônio a dignidade de Estado, com obrigações e direitos mútuos rigorosamente idênticos, com deveres de lealdade e fidelidade necessários para criar os valores próprios para a correta educação da prole que geravam. E elevou uma mulher à condição de mais importante figura da humanidade, para os católicos, acima de todos os homens, ou seja, santa Maria.

Política e costumes merecem sempre uma reflexão histórica.
Pouco comum, mas necessária.

* IVES GANDRA DA SILVA MARTINS, 76, advogado, professor emérito da Universidade Mackenzie, da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército e da Escola Superior de Guerra, é membro das Academias Paulista de História e de Letras, da Academia Brasileira de Filosofia e da Academia Internacional de Cultura Portuguesa (Lisboa).

Fonte: Folha de S. Paulo - Tendências/Debates - Quinta-feira, 28 de julho de 2011 - Pg. A3 - Internet: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/fz2807201107.htm

Um comentário:

  1. Bom dia

    Um Parte das Escrituras, sem motivo especifico por ter deixado no seu blogger, mas especifico para que leia, simplesmente pela leitura das Escrituras de Deus, que sempre fala ao nosso SER.

    Acredito que poderia escrever um bom texto sobre o assunto e publicar no seu blogger. Pessoas estão sofrendo muito não seguindo a palavra de Deus.

    ISAIAS 8
    19 – Quando disserem: Consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram entre dentes - não recorrerá um povo ao seu Deus? A favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos?
    20- À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva.

    “A palavra do Senhor nos traz todo o caminho, e a direção que devemos seguir, por isso acautelai-vos das doutrinas que imperam no mundo”

    GÊNESIS
    7 E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; ....

    ECLECISATES CAP. 12
    7 E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.


    “O espírito volta a Deus, por tanto não há como acreditar numa doutrina que pregue que os espíritos podem orientar as pessoas, ou ser consultados, ou voltar para deixar alguma mensagem, ou pregar outro evangelho, estas doutrinas que passam por cima da palavra de Deus estão sendo expostas a enganos pelas manifestações malignas.

    Por tanto, busque na palavra de Deus, busque em Jesus Cristo e no Espírito Santo de Deus. Por isso Jesus Cristo veio, para nos trazer a Salvação”.

    Gostaria de voltar ao seu blogger, e ler um texto, sobre o assunto.

    Abraços. fica com Deus!

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