Rodoviária vira casa para turistas assustados com os preços!!!
Paula
Bianchi
Turistas acampados na rodoviário do Rio de Janeiro - Junho de 2014 |
O
professor de geografia argentino Diego Maro, 30 anos, chegou ao Rio poucos dias
antes do início oficial da Copa do Mundo, na semana passada. Assim como
muitos estrangeiros na cidade, se dirigiu primeiro a um hostel. Conforme a
abertura do Mundial foi se aproximando, no entanto, viu o preço da diária
aumentar e seus pesos minguarem. Como saída, migrou para a praia. A chuva que
começou a cair sobre a cidade na quarta-feira, mais uma vez, o obrigou a se
mudar, desta vez para a rodoviária.
“Quando
cheguei a diária era R$ 40, depois passou para R$ 130, não havia como
continuar”, conta Diego.
Como
ele, dezenas de outros turistas tiveram a mesma ideia e fizeram do lounge
montado no primeiro andar do terminal seu lar durante o Mundial. Com direito a
grama falsa, puffs com padronagem de bolas de futebol, faixas de tecido nas
cores verde e amarelo e telão, o local reúne desde mochileiros solitários a
famílias, que dormem lado a lado ao movimento regular de chegadas e partidas da
rodoviária.
Ao
todo, cerca de 60 pessoas dividem o espaço, em que se ouvem os mais diversos
sotaques do espanhol - do "ll" com som de "ch" argentino,
ao corrido chileno, passando pelo colombiano, uruguaio e até costarriquenho.
Entre um jogo e outro no telão, tomam mate, cerveja e cantam.
A
comerciante chilena Emily Valdivia, 23 anos, completa sete dias de estadia no
terminal nesta sexta. Ela descansava sobre um colchão inflável ao lado da filha
Âmbar Yañaz, 5 anos, e do marido Cristofer, 30 anos, enquanto assistia à
partida do Japão contra a Grécia. O casal passou cinco dias viajando de ônibus
do norte do Chile até o Rio. Tinham planos de acampar, mas ao encontrar o
espaço decidiram permanecer na rodoviária.
Desde
que chegou, a família segue a mesma rotina. Acorda por volta das 7h, quando os
guardas da rodoviária passam despertando os “moradores” - só a pequena Âmbar
tem direito a mais uns minutos de sono -, coloca as malas no guarda-volumes e
sai com a família para passear pela cidade, retornando ao fim do dia. Paga R$ 5
para tomar banho e R$ 1,50 para usar os sanitários.
“Aqui
no Rio está tudo muito caro, cobram por tudo. No meu país as pessoas são mais
solidárias”, reclama Emily. Pela suas contas, a família só tem como se manter
por mais quatro dias na cidade. O que salva é a passagem para casa, já
comprada.
Em
média, a rodoviária em tem recebido 15 mil passageiros a mais por dia desde o
início da Copa, sendo 40% a mais de estrangeiros se comparado com o mesmo
período do ano passado. Segundo o site Trivago, a diária durante a final da
Copa do Mundo pode custar até o triplo do Carnaval.
Fonte: Portal TERRA –
Terra na Copa
– 20 de junho de 2014 – 07h28 – Internet: clique aqui.
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