Turismo sexual: Vergonha Mundial
Luis
Miguel Modino
Religión
Digital
27-06-2014
Um dos
elementos negativos que está relacionado com muitos megaeventos que ocorrem em
todo o planeta é o turismo sexual. Neste Mundial, não é diferente, o que foi
constatado por diferentes meios de comunicação, durante esses dias. Em todas as
cidades sedes está sendo comum que, junto com o desembarque de seguidores das
diferentes seleções, esta seja uma das principais demandas.
Pensando
em conseguir dinheiro rápido entre os que são vistos como endinheirados
visitantes, muitas mulheres, a maioria jovens e, inclusive, pertencentes às
classes mais castigadas entre a população brasileira, chegam de diferentes
lugares do país para oferecer este tipo de serviço para pessoas sem escrúpulos,
que, longe de suas casas, sentem-se livres para satisfazer seus desejos
carnais.
O
governo brasileiro lançou uma campanha coincidindo com o Mundial, mas de fato
não deixa de ser um desejo de manter as aparências frente a uma realidade que é
comum nesse país, que movimenta muito dinheiro e com a qual estão envolvidas
pessoas de todos os âmbitos sociais, inclusive daqueles que deveriam cuidar
para que isso não ocorresse.
Neste
sentido, cabe destacar as denúncias realizadas, nos últimos anos, pelo bispo
espanhol dom José Luis Azcona, da Prelazia de Marajó, na foz do rio Amazonas,
que defende que não há vontade política para solucionar este problema do
tráfico de pessoas para o comércio sexual, o que o levou a ser ameaçado de
morte.
A
Igreja Católica brasileira tentou ajudar a sociedade a se conscientizar sobre
este problema. De fato, foi um dos pontos abordados na Campanha da Fraternidade
deste ano, e também faz parte do material de conscientização que foi elaborado
para o Mundial.
Porém,
devemos constatar com dor que esta não é uma preocupação para a sociedade
brasileira, que vê este problema como uma coisa a mais entre os muitos
elementos negativos que estão presentes dentro do espectro social, sem tomar
uma providência sobre assunto para que as coisas mudem.
Cabe
destacar, como exemplo, o que aconteceu na véspera da abertura do Mundial,
quando a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, junto com outras
instituições, promoveu uma passeata em Brasília para conscientizar sobre o
tráfico de pessoas, durante este evento, e que contou com uma escassa
participação, poderíamos dizer insignificante para uma grande cidade como é a
capital do país.
Diante
deste tipo de situação, questiona-se até onde chega a capacidade humana para se
aproveitar de quem, por diferentes motivos, passa por isso. Este, como muitos
outros, é um problema que dificilmente será resolvido, caso a sociedade como um
todo não busque soluções comuns. Que em pleno século XXI tenha pessoas que se
aproveitam da necessidade alheia para, amparados no anonimato, satisfazer seus
desejos, sem se importar com as consequências, não deixa de ser preocupante e
indignante.
Por
fim, isto faz parte do todo que envolve o Mundial, que deseja que quem gasta o
dinheiro para enriquecer a FIFA possa voltar “satisfeito”, senão com o
resultado de sua seleção, sim com outros tipos de coisas, em relação às quais,
mais do que se gabar com os amigos, deveria sentir vergonha, pois, afinal, as
vítimas de todo este emaranhado são pessoas que estão vendendo o seu corpo,
sendo, muitas vezes, obrigadas ou como último recurso para levar um pedaço de
pão à boca.
Traduzido
do espanhol pelo Cepat.
Fonte: Instituto Humanitas Unisinos –
Notícias – Segunda-feira, 30 de junho de 2014 – Internet: clique aqui.
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