É o cúmulo do cúmulo!
O
bolsominion é tão burro e otário que
acredita
na própria mentira
Marcelo Coelho
Sociólogo e Escritor
Sociólogo e Escritor
Sem coerência e sem neurônios, a extrema
direita esquece
o que disse e o que fez
Primeiramente,
assista a este vídeo!
E tire
as suas próprias conclusões!
Clique
sobre a imagem, abaixo, para assistir:
Os melhores
instrumentos de análise podem se quebrar, entretanto, quando confrontados com
os atos de um verdadeiro energúmeno.
O
presidente Bolsonaro nem precisaria ter feito aquele discurso. Só a foto dele [veja
abaixo], com todos os ministros enfileirados, já vale por um atestado
clínico.
Qual o
sentido de chamar todo o gabinete para ouvir, com cara de pastel, aquelas
explicações sobre a demissão de Moro? Só se reconhecia, com isso, o
tamanho da crise.
JAIR BOLSONARO
Discursa em resposta às acusações de Sergio Moro de ingerência política na Polícia Federal
Sexta-feira, 24 de abril de 2020
|
O
presidente juntou Damares, Weintraub, Araújo, Mourão, Guedes e companhia, como
se estivesse anunciando um grande plano para o Brasil. O que apresentou foi um discurso
disperso, patético, mentiroso e oco, incapaz de responder à única pergunta
que importava no momento.
Por que
trocar o chefe da Polícia Federal?
Pela versão
de Bolsonaro, tratava-se apenas de atender a um pedido do próprio demitido. E,
confessadamente, de pôr alguém na Polícia Federal com quem ele pudesse se
entender, sem interferências de Moro.
Reduzido ao
seu ponto básico, o discurso de Bolsonaro é um escândalo.
Mas o
presidente é tão falto de inteligência que nem mesmo percebe o que está
dizendo.
Há burrices
e burrices. Uma das que predominam, hoje em dia, talvez seja efeito do
Facebook e das geringonças digitais.
As imagens,
as piadinhas e memes se sucedem com tanta rapidez, que o sujeito perde a
memória.
Presidentes
como Trump ou Bolsonaro escrevem qualquer coisa no Twitter, e no dia seguinte
já não se lembram mais.
Abre o
comércio, fecha o STF, usa a máscara, tira a máscara, tanto faz. As falas de
Bolsonaro se sucedem como disparos num estande de tiro esportivo.
Pá, pá, pá.
Aí o instrutor pega aquele cartaz com uma silhueta humana para ver quantas
balas chegaram ao alvo. Nosso herói nem mesmo se interessa pela pontuação que
obteve. “Acertei tudo, claro, está OK?”
No “está
OK?” se esconde uma insegurança. Mas a insegurança não se confunde com
autocrítica. Estimula, apenas, uma nova rodada de disparos.
Junto com a
falta de memória, surge a incapacidade de distinguir entre o anedótico e o
essencial. O discurso do presidente sobre a demissão de Moro se perdeu, como é
notório, em considerações sobre o aquecimento da piscina, os feitos do “número
quatro”, a certidão de nascimento da sogra.
É claro,
aquilo fazia sentido em sua argumentação — ele queria dizer que foi investigado
com base em suposições infundadas. Um advogado talentoso organizaria o discurso
nesse rumo, como quem demonstra um teorema.
Bolsonaro é
incapaz disso; vai pulando de fato em fato, de caso em caso, de anedota em
anedota, como quem clica nas histórias do Instagram ou vagueia num game
tipo “GTA”.
É
esse o comportamento mental do bolsominion típico:
1) Primeiro, ignora
o sentido mais amplo de um fenômeno para se aferrar a um detalhe de
fácil compreensão.
Aparece um
livro sobre educação sexual, por exemplo. O bolsominion não leu, mas fica
sabendo que ali tem uma ilustração meio estranha. Será o pretexto para gritar,
espernear, denunciar o diabo a quatro.
Mas ninguém
vive sem entender as coisas num contexto. Depois de tirar um fato de seu
contexto, o bolsominion terá de achar outro.
2)
Aí entra o papel de alguma grande conspiração internacional, que
de tão “evidente” não tem como ser contestada.
3)
Se alguém contestar, entra a terceira fase do processo. Trata-se de rotular
o inimigo: comunista, petralha etc. Os nazistas preferiam falar em judeus.
O tiro sempre “acerta”, porque o atirador é completamente míope e confunde
tudo.
4) Segue-se a
fase autocongratulatória. Moro abandona o barco? Não faz mal. Ele era
falso; e nós estamos lutando “o bom combate”, como diz Bolsonaro.
5) Se, apesar
de tudo, vier o desmentido, o desastre, o vexame, nenhum problema. Basta
se esquecer do que foi dito e do que foi feito. “Torturador? Eu?” Como
assim?
Os próprios
eleitores de Bolsonaro já se esquecem que votaram nele. “Bolsonarista? Eu?
Votei no Amoêdo.”
O
bolsominion mente. Mas não tem a inteligência do mentiroso comum. É tão burro
que acredita na própria mentira; é otário até quando se arrepende.
Fanatismo
dos bolsonaristas já supera qualquer cálculo ou interesse racional
Marcelo Coelho
Sociólogo
e Escritor
Viva o Bozo, viva o vírus, viva a morte
MARCELO COELHO |
O
interessante é que muitos deles usam máscara para se proteger do vírus.
Aparentemente, essa turma não segue por completo a ideia de que a Covid-19 na
maioria dos casos teria apenas o efeito de uma “gripezinha”.
Não. Esses
fanáticos acham, sem dúvida, que o vírus mata mesmo. São contra a
quarentena mesmo assim.
Carreata a favor do presidente Jair Bolsonaro e contra o governador Doria, em São Paulo (SP) |
1) A primeira
é que, protegidos por algum plano de saúde privado, eles querem
simplesmente sair de casa e continuar tocando suas empresas.
O
isolamento busca evitar o colapso na saúde pública? Que se dane a saúde
pública. Meu quarto no Einstein ou no Sírio-Libanês — caso o pior
aconteça — está garantido de qualquer jeito.
2) Querer
o fim da quarentena tem pouco a ver com algum tipo de solidariedade com o
pessoal realmente pobre.
Sei que o
desempregado, o diarista, o catador de lata, todos precisam sobreviver; o
contaminado que mora num quartinho com quatro filhos não conhece os prazeres e
confortos do meu isolamento movido a Amazon, Spotify e Netflix.
É claro que
a ajuda financeira aos mais prejudicados, votada rapidamente pelo Congresso
(ah, o Congresso!) e reforçada pelo próprio Bolsonaro, poderia ser estendida.
Imagino que ainda haja milhares de problemas específicos, casos particulares e
dramas pessoais por resolver.
Quem prega
o fim da quarentena pode dizer, como Bolsonaro, que se preocupa com essa gente.
Desconfio
que seja o contrário. Preocupa-se, isto sim, com o fato de o Estado ajudar —
mesmo que de forma provisória — toda essa ralé.
Os
bolsonaristas já não eram contra o Bolsa Família? Já não diziam que “nossos
impostos” sustentam a vagabundagem no Nordeste? Já não eram a favor da
“meritocracia”?
Querem o
fim da quarentena para que a vida “volte ao normal”. Ou seja,
com o catador de lata voltando a ganhar o que merece, e com a empregada fazendo
faxina.
Claro que
eles também lutam pelo futuro das próprias atividades — a loja
de bijuterias, a butique pet, a consultoria de moda, a assessoria de eventos, a
decoração de interiores para festas de noivado, o recolhimento do dízimo.
A
propriedade é o valor supremo!
O
jornalista Eugênio Bucci observou certa vez que
o pensamento da direita se resume a um princípio simples. Trata-se,
dizia ele, de pôr o direito à propriedade acima de qualquer outro direito.
A sobrevivência
do planeta, a terra dos índios, a educação gratuita, o acesso
à saúde — tudo para a direita pode ser posto em segundo plano. A liberdade,
para a direita, tampouco tem valor.
Registro,
de passagem, minha repugnância diante do velho ramerrão de Norberto Bobbio, que num livro de muito sucesso
identificou a esquerda com a defesa da igualdade e a direita, com a defesa da
liberdade.
Santo
equilíbrio! Esqueceu-se da América Latina, da Grécia, da Espanha, de Portugal,
da Alemanha e da própria Itália — para falar só nas ditaduras do século 20.
Em nome da
“liberdade”, os bolsonaristas defendem o fechamento do Congresso. É o
direitismo clássico, sem novidade.
Mas quem
buzina em frente ao hospital e chama Doria de comunista já foi muito além.
O mundo
fanático — no islã de Osama Bin Laden, no Camboja de Pol Pot, na
Alemanha de Hitler e no Brasil de Bolsonaro — ignora qualquer cálculo
racional.
A caveira
nos quepes da SS e nas insígnias do Bope simboliza o que constitui um
verdadeiro culto da morte, do genocídio e (por que não?) do autosacrifício
até.
Tirem as
máscaras, seus dementes.
Um dos mais
fanáticos seguidores do direitismo franquista, o general espanhol Millan Astray, celebrizou-se por um discurso feito em
1936, na Universidade de Salamanca.
“Morra a
inteligência”, disse ele, um mutilado de guerra. “Viva a morte!”
“Viva la
muerte!” Na foto, Bolsonaro e seus filhos comem espigas de milho; uma
metralhadora está pendurada na parede.
Os
fanáticos gritam na frente do quartel; querem prisões, sangue, tortura e
violência.
Buzinam na
frente dos hospitais: querem a contaminação, querem os cadáveres dos pobres
empilhados no meio da rua, querem a solução final para a miséria
brasileira.
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