Filosofia & coronavírus
Saiba o que os grandes filósofos estão dizendo sobre coronavírus
Úrsula Passos
Um guia para navegar nos debates
intelectuais do momento
"Das Novas Espécies de Plantas, Glorianalia Coronavirilis" (2020), aquarela sobre papel Camila Rocha |
Ameaça
representada pelo coronavírus mobiliza diversas áreas do conhecimento, da
medicina à filosofia. O que dizem os filósofos contemporâneos? Há os que
apostam numa mudança de paradigma e há também os céticos, que
apontam certo misticismo em prognósticos sobre grandes transformações políticas
e econômicas. Veja a seguir um roteiro de navegação pelos debates filosóficos
do momento, travados em sites e publicações internacionais.
Desde que a
epidemia do novo coronavírus surgiu num horizonte então ainda distante, chamado
Wuhan (China), configurava-se uma ameaça potencial à vidas e modos de viver em
todo o planeta.
O assunto
mobiliza cientistas envolvidos nas pesquisas relativas à Covid-19 e estudiosos
e pensadores de diversas áreas, como as chamadas ciências humanas. Refletir
sobre nossas sociedades e as maneiras pelas quais enfrentamos e poderemos
sair dessa inesperada crise também tem ocupado os filósofos de nosso tempo.
A urgência
do pensamento encontra na internet seu meio de veiculação ideal, que vê surgir
debates como o que opôs, de um lado, o italiano Giorgio Agamben, e, de
outro, o francês Jean-Luc Nancy e o também italiano Roberto Esposito,
grandes nomes da filosofia política contemporânea, sobre as políticas de
contenção do vírus.
Para ajudar
o leitor a navegar por essa série de esforços do pensamento, a Ilustríssima
apresenta este guia do debate, com um resumo do que cada um desses autores diz.
O
DEBATE SOBRE A EXCEÇÃO
Giorgio Agamben
Em 26 de
fevereiro, o filósofo italiano publicou um artigo chamado “A Invenção de uma
Epidemia” no site de sua editora [clique aqui].
O texto provocou uma série de respostas no blog coletivo italiano Antinomie em
parceria com a revista European Journal of Psychoanalysis.
Um dos
maiores pensadores da atualidade, Agamben é autor de “Homo Sacer” (editora
UFMG), no qual explicita o conceito mais caro de sua filosofia, o de estado
de exceção — que se refere à situação em que, para conter um conflito ou
uma ameaça, o governo usa de sua soberania para cassar ou suspender direitos
e estabelecer um estado de guerra.
No texto,
ele qualifica as medidas de contenção tomadas pelo governo italiano como “frenéticas,
irracionais e totalmente imotivadas”. A mídia e as autoridades, segundo
ele, estariam espalhando um clima de pânico que legitimaria o estado de
exceção.
Para o
filósofo, as medidas fazem parte de uma tendência crescente de usar o estado
de exceção como paradigma normal de exercício do poder. A epidemia não
seria mais que um pretexto para instaurar o pânico e tornar as limitações de
liberdade aceitáveis em nome do desejo de segurança.
Jean-Luc Nancy
No dia
seguinte à publicação, o filósofo francês (autor de, entre outros, “Corpus”, no
qual aborda sua experiência de transplante de coração), respondeu ao colega afirmando
a gravidade da Covid-19 [clique aqui].
O pensador,
para quem a noção de comunidade é central, considerou que Agamben falhava ao
não perceber que a exceção já se tornou a regra no mundo atual, em que a
intervenção da técnica sobre todas as coisas atinge uma dimensão nunca antes
vista.
Para ele, desconsiderar
que o governo é apenas um executor do que é preciso ser feito parece mais
uma manobra diversionista do que uma reflexão política.
Roberto Esposito
Dois dias
depois foi a vez do filósofo italiano [clique aqui],
que também trabalha com o conceito de estado de exceção em seus estudos sobre
biopolítica, responder a seu conterrâneo. O autor de “Categorias do
Impolítico” (Autêntica) afirma ser um exagero falar em riscos à democracia
neste momento.
Esposito,
porém, admite que o estabelecimento da emergência empurra a política para
procedimentos excepcionais que desfazem o equilíbrio do poder. Segundo ele, uma
crescente politização da medicina distorce as tarefas de controle social
porque seus objetivos não incluem mais indivíduos ou classes, mas segmentos de
população diferenciados por saúde, idade, sexo e até etnia.
“Parece-me”,
escreve ele, “que o que acontece hoje na Itália, com a caótica e um tanto
grotesca sobreposição de prerrogativas estatais e regionais, tem mais o caráter
de uma decomposição dos poderes públicos que o de uma dramática
contenção totalitária”.
Giorgio Agamben
No dia 17
de março, o italiano voltou ao debate [Clarifications: clique aqui],
mas sem mudar a postura. Segundo ele, o pânico mostrou que a
sociedade não acredita em nada além de “vidas nuas” e que os italianos
estão dispostos a sacrificar tudo para evitar ficarem doentes.
Agamben se
pergunta no que as relações humanas se transformariam se nos acostumássemos a
viver assim, como se outros seres humanos fossem apenas possíveis contaminadores.
“O que é uma sociedade cujo único valor é a sobrevivência?”, pergunta.
Os homens,
acostumados a viver em permanente crise, não percebem que a vida foi
reduzida à condição biológica, perdendo suas dimensões social, política e
emocional. Uma sociedade em permanente estado de emergência, diz, não pode
ser livre.
Sua
preocupação é com o pós-pandemia, se, passada a emergência médica,
os experimentos que os governos conseguiram implementar se mantiverem e
continuarmos com escolas e universidades fechadas, sem encontros para debater
política e cultura, trocando mensagens virtuais e interagindo somente com
máquinas.
O
DESCRENTE
Alain Badiou
O filósofo
francês, autor de “Em Busca do Real Perdido” (Autêntica), em que
questiona a compreensão do real apenas pela ciência e economia, escreveu no
final de março um artigo no qual se mostra descrente de uma grande mudança
política após a pandemia [original em francês, clique aqui;
em inglês, clique aqui].
Ele recusa
a ideia de que estejamos vivendo algo inédito com o novo coronavírus, apontando
ameaças anteriores, como o HIV e a Sars. “É verdade que esses deveres
[como o de ficar em casa] são cada vez mais urgentes, mas, ao menos num
exame inicial, não requerem nenhum grande esforço analítico ou a constituição
de um novo modo de pensar”, escreve. Quanto às medidas tomadas pelos
governos, são simplesmente as necessárias nesta situação.
Para
Badiou, o Sars-CoV-2 evidencia uma grande contradição contemporânea: a
economia está sob a égide do mercado global, enquanto os poderes políticos
continuam sendo essencialmente nacionais.
Cético
quanto ao que alguns aventam como possibilidades políticas na atual crise, ele
percebe uma dissipação da atividade da razão que está levando a “misticismo,
fabulação, profecias e maldições” e que, no pós-pandemia, será preciso
avaliar tais perspectivas que acreditaram que algo politicamente inovador
poderia surgir.
VALOR
DAS VIDAS
Judith Butler
A filósofa
americana, responsável pelo conceito de performatividade de gênero e
pela teoria queer, autora de “Problemas de Gênero” (Civilização
Brasileira), parte da tentativa de Donald Trump de garantir apenas aos Estados
Unidos uma possível vacina contra a Covid-19 para tratar do acesso desigual à
saúde no país.
Ela volta
às ideias [artigo original, em inglês, clique aqui]
expostas no livro “Vida Precária: Os Poderes do Luto e da Violência”
(Autêntica), em que o luto aparece como elemento fundamental de um sentimento
de comunidade que se opõe ao individualismo.
Embora
todas as vidas sejam precárias e o vírus possa contaminar qualquer um, a
desigualdade social e econômica permite que o vírus discrimine.
“Por que
nós, como povo, ainda nos opomos à ideia de tratar todas as vidas como se
tivessem o mesmo valor?”, pergunta.
TCHAU
EUROPA, OLÁ CHINA
Theodore Dalrymple
Dalrymple é
o pseudônimo do psiquiatra e crítico cultural conservador britânico Anthony
Daniels, autor, entre outros, de “Nossa Cultura... ou o Que Restou Dela”
(É Realizações), conjunto de ensaios sobre a degradação dos valores.
Em dois
textos sobre a Covid-19, ele trata do novo protagonismo da China e do fim da
Europa como liderança e modelo para o mundo, tendência exacerbada pela
pandemia.
O primeiro
texto [clique aqui],
do início de março, mostra como epidemias ou guerras fazem com que tanto a
população quanto a classe política vivam uma dialética entre complacência e
pânico, entre a análise de estatísticas e o medo do desabastecimento que
leva à corrida a supermercados.
Ali,
Dalrymple comenta o fato de que, com a falta de insumos, os governos
acordaram para o perigo de deixar que a China seja a fábrica do mundo,
confiando ao país diversas partes da cadeia produtiva.
O segundo
texto [clique aqui]
trata de como os europeus, para se consolarem do fato de não terem respondido
ao vírus com a mesma eficiência de países asiáticos, se apegam à ideia de
que são livres e de que não vivem sob regimes autoritários.
SOCIEDADE
DO MEDO
Frank Furedi
Nascido na
Hungria e professor da Universidade de Kent, na Inglaterra, o sociólogo e autor
de “Politics of Fear” (política do medo) tem escrito diversos artigos
sobre a Covid-19 na revista online Spiked.
No final de
janeiro [cf. artigo aqui],
Furedi alertava para que a reação à doença não fosse extrema, dizendo
que neste século já vimos o surgimento de outros vírus e que já começavam as
teorias da conspiração e o apontar de dedos em busca de culpados.
Em texto de
meados de março [cf. artigo aqui],
ele trata de como a pressão para que políticos ajam de forma a aquietar a
opinião pública pode impedir que as melhores decisões sejam tomadas. Mas não
são os governos, e sim as comunidades, diz ele, que asseguram que a dor e o
sofrimento sejam minimizados.
Em “Um
Desastre sem Precedentes” [ler, em inglês, aqui],
de 20 de março, Furedi aborda os impactos do coronavírus, não pelo
aspecto da saúde, mas pelo ângulo da reação de governos, entidades
internacionais e comunidades.
“É como a sociedade responde a um desastre que determina que
legado, a longo prazo,
o desastre terá”, escreve.
O modo como
se responde a uma pandemia é mediado pela maneira como se percebe a ameaça,
pela sensação de segurança existencial e pela capacidade de dar significado ao
imprevisto.
Ele então enumera
questões do nosso cenário cultural que influenciam a nossa resposta:
* no século
21 os indivíduos deixaram de se enxergar como resilientes e passaram a se
definir por suas vulnerabilidades;
* existe uma
grande “psicologização” dos problemas da vida cotidiana e da existência;
e
* uma
percepção contemporânea de que a existência humana está ameaçada — “o
termo extinção humana é usado casualmente nas conversas cotidianas”.
Em oposição
a isso, Furedi fala da necessidade de desenvolver a coragem como valor
compartilhado — e valores compartilhados são essenciais à solidariedade.
No artigo
mais recente [ler, em inglês, aqui],
de 2 de abril, ele volta a tratar da sanha por achar culpados pelo novo
coronavírus. A maior parte das narrativas de culpa é, segundo ele,
influenciada por inimigos de seus autores. Setores da esquerda culparam
a austeridade e a falta de investimento no setor público, enquanto a direita
responsabilizou migrantes e estrangeiros pela situação.
Para
compreender tal busca por culpados, o sociólogo enumera três fases da
maneira como a humanidade lida com catástrofes ao longo da história:
a) Antes
apontavam para Deus e outras forças sobrenaturais;
b) após o
Iluminismo, passamos a culpar a natureza;
c) agora, buscamos
culpados entre os seres humanos.
Ainda hoje
os desastres devem ter significados por trás deles e raramente são
percebidos como acidentes.
RESPOSTA
IMUNOLÓGICA
Byung-Chul Han
O filósofo
sul-coreano radicado em Berlim, autor de “Sociedade do Cansaço” (Vozes),
em texto de meados de março [para ler, em português, clique aqui]
passa em revista os modos distintos com que Ásia e Europa enfrentaram a
Covid-19 — testagem em massa e controle digital de um lado, isolamento
social de outro.
Ele aponta
questões culturais que levam a tais diferenças, como a tradição
confucionista que engendra uma mentalidade autoritária, a maior obediência
e menor relutância, mais confiança no Estado e sobreposição da coletividade
sobre o indivíduo nos países asiáticos.
Han também
aborda uma mudança na ideia de soberania, que, segundo ele, está
ultrapassada como é vista na Europa. É soberano, afirma, quem dispõe de
dados. E a vigilância digital impera na Ásia.
“O
capitalismo continuará com ainda mais pujança”, diz ele. E agora a China
poderá vender seu Estado policial digital com orgulho para o Ocidente.
O vírus não vencerá o capitalismo, pois, ao nos isolar e não gerar
nenhum sentimento coletivo, não mobiliza revoluções.
A
SOLUÇÃO SOCIALISTA
David Harvey
O geógrafo
marxista britânico, autor de “Os Limites do Capital” (Boitempo), no qual
reinterpreta Marx à luz das dinâmicas espaciais da urbanização, publicou “Políticas
Anticapitalistas em Tempos de Covid-19” [leia aqui]
em seu site, em meados de março.
Não há,
segundo ele, desastres naturais, porque todos dependem, mais ou menos, da ação
humana. Os impactos econômicos e demográficos do vírus dependem de fissuras
e vulnerabilidades que já existiam no modelo econômico.
Em diversos
países as autoridades regionais não tiveram acesso a recursos para a saúde
pública por conta de políticas de austeridade que subsidiaram corporações e os
ricos, escreve.
Ele
contesta, ainda, a ideia de que a doença atinja igualmente a todos, pois a
força de trabalho que cuida dos doentes é racializada e feminina. A
diferença também está naqueles que podem ou não trabalhar de casa, e nos que
podem ou não se isolar.
Os
trabalhadores na maior parte do mundo, segundo ele, foram ensinados a se
comportar como bons sujeitos neoliberais, mas as únicas políticas que
surtirão efeitos agora serão socialistas.
NADA
DEVE SER COMO ANTES
Bruno Latour
O francês,
sociólogo e filósofo da ciência, é autor de, entre outros, “Jamais Fomos
Modernos” (editora 34), sobre como a noção de moderno é usada no Ocidente
em oposição a outras culturas. Em texto do final de março [clique aqui para ler], defende que não voltemos ao estado anterior, de superprodução e
consumismo, após a pandemia.
Segundo
ele, os globalistas vão se aproveitar da crise para voltarem mais fortes,
ignorando os sinais climáticos. “É agora que devemos lutar para que, uma
vez terminada a crise provocada pela pandemia, a retomada da economia não traga
de volta o mesmo velho regime climático que temos tentado combater”,
escreve.
Não se
trata mais de retomar ou de transformar um sistema de produção, mas de abandonar
a produção como o único princípio de relação com o mundo. Ao final, ele
propõe um exercício ao leitor: fazer um inventário das atividades que não
gostaria que fossem retomadas e daquelas que, pelo contrário, gostaria de
ampliar.
A
NOVA FRONTEIRA
Paul B. Preciado
No começo
de março [ler, em inglês, aqui],
o filósofo trans espanhol, autor do “Manifesto Contrassexual” (N-1
edições), um marco dos estudos de gênero, adoeceu pela Covid-19. Logo
depois, escreveu um texto a respeito dos dias que passou alheio aos
acontecimentos e sobre como pensou que a nova realidade poderia agora ser
escrita em pedra. “Valeria a pena viver nos moldes do confinamento?”, ele se
perguntava.
No dia 28
de março [ler, em espanhol, aqui],
voltou ao assunto em outro artigo, no qual enfatiza a filosofia de Michel
Foucault da biopolítica, segundo a qual o corpo é o objeto central de toda
política.
As
diferentes epidemias, segundo ele, materializam na esfera do corpo de cada um
as obsessões que dominam a gestão política da vida e da morte das populações.
Sendo assim, o vírus atua replicando e estendendo a todos as formas
dominantes de gestão da vida e da morte que já existiam, mas em dimensões
nacionais.
Estamos, em
nossa época, passando de uma sociedade orgânica para uma digital, de uma
economia industrial para uma imaterial.
As pessoas não são mais reguladas pela passagem por
instituições disciplinares,
como escola, fábrica, casa, mas por tecnologias
biomoleculares,
digitais e de transmissão de informação.
“O que está
sendo testado em escala planetária por meio do gerenciamento do vírus é uma
nova maneira de entender a soberania em um contexto em que a identidade
sexual e racial está sendo desarticulada”, escreve.
GOLPE
NO CAPITALISMO
Slavoj Zizek
No fim de
fevereiro [leia, em inglês, aqui],
o esloveno, o mais pop dos filósofos, publicou um artigo no qual define o
novo coronavírus como um golpe à la “Kill Bill” no capitalismo.
O autor de
livros como “Menos que Nada” (Boitempo), no qual articula Hegel e Lacan,
faz referência ao golpe mortal aplicado pela protagonista em seu inimigo ao
final do longa de Quentin Tarantino.
Para Zizek,
o novo coronavírus sinaliza que uma mudança radical é necessária. A crise
econômica que se espera como consequência da pandemia mostra a urgência de
uma reorganização da economia global em que não se esteja à mercê dos
mecanismos do mercado.
Ele prepara
novo livro sobre a pandemia, que já está em pré-venda. Zizek fala de um socialismo
de emergência, no qual trilhões serão gastos, violando as leis de mercado,
mas que ainda assim corre o risco de ser um “socialismo para os ricos”,
ajudando apenas a elite, como em 2008.
E
MAIS ALGUNS PENSADORES
Noam Chomsky
O linguista
americano conversa com o filósofo croata Srećko Horvat em vídeo do final
de março [assista, em inglês, aqui].
Ele diz que o coronavírus é preocupante, mas que estamos sob duas maiores
ameaças, uma iminente guerra nuclear e o aquecimento global, além
da ameaça de deterioração da democracia. Neste momento, os países
pobres, num mundo civilizado, deveriam estar recebendo ajuda dos países ricos
para que as pessoas não morressem de fome.
Ao
superarmos a crise teremos algumas opções, de estados altamente autoritários e
brutais, com os quais o neoliberalismo ficaria feliz, à reconstrução radical
da sociedade em termos mais humanos, em que o lucro não seja o mais
importante.
Naomi Klein
A escritora
e ativista canadense, autora de “A Doutrina do Choque”, falou à Vice
[ler, em inglês, aqui]
e ao Intercept [assistir ao vídeo com legendas em português,
clicando aqui]
sobre o novo coronavírus. Klein diz que em momentos de crise as ideias mais
inesperadas de repente se tornam possíveis de serem executadas e defende o
chamado “green new deal”, que investe em indústrias limpas.
Peter Singer e Paola
Cavalieri
O filósofo
australiano, grande voz na defesa dos animais, e a jornalista e filósofa
italiana, autora de um projeto que estende aos grandes primatas os direitos
humanos, publicaram no início de março um texto [leia, em inglês, aqui]
no qual traçam um panorama do possível surgimento do Sars-Cov-2 em mercados
de animais silvestres na China.
Eles
defendem que não apenas leis que protejam espécies sejam instituídas, mas
que o mundo todo proíba mercados em que animais são vendidos vivos.
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