«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

sexta-feira, 6 de março de 2015

NÃO É POR AÍ...

Salvar o navio

Celso Ming

Os empresários querem ação para salvar a indústria.
Mas sem antes salvar a economia não é possível a indústria.
Lideranças de 39 entidades representativas da Indústria e das centrais sindicais redigiram um documento intitulado Manifesto da Coalizão Capital-Trabalho, em que reivindicam políticas de socorro para a indústria e o respeito aos direitos trabalhistas.

O foco é a desidratação da indústria por quatro fatores principais:

·        juros altos demais,
·        câmbio valorizado (dólar barato),
·        excessiva carga tributária e
·        impostos cumulativos (em cascata).

Os signatários do manifesto reivindicam uma política que dê horizonte à indústria nacional.

Os obstáculos e as travas de que se queixam industriais e sindicalistas são reais. A indústria perdeu competitividade por todos esses problemas e por outros não mencionados, como:

·        a infraestrutura ruim e cara,
·        a falta de reformas [p. ex.: fiscal],
·        excesso de burocracia,
·        corrupção,
·        Justiça lenta demais e
·        falta de acordos comerciais que abram espaço para o produto industrial no exterior.

No entanto, de nada adianta derrubar os juros, puxar o câmbio e desonerar a indústria se antes o problema de base não for equacionado. E o problema de base é o da enorme fragilidade dos fundamentos da economia. Nenhuma política industrial se mantém de pé e nenhum crescimento econômico será sustentável se as contas públicas estiverem tão desarrumadas como estão agora.

Não dá para dizer, por exemplo, que o primeiro mandato da presidente Dilma não teve política industrial:

·        Os juros foram afundados na marra,
·        o crédito avançou cerca de 75% nesses quatro anos por indução do governo,
·        as despesas públicas foram fortemente expandidas para criar mercado interno,
·        os impostos sobre vendas de veículos, de aparelhos domésticos e de materiais de construção foram reduzidos,
·        o ex-ministro Guido Mantega determinou ampla desoneração das folhas de pagamentos que custou R$ 25 bilhões por ano,
·        o governo criou reservas de mercado e exigências mínimas de conteúdo local para setores considerados estratégicos.
·        Além disso, a política alfandegária continua altamente protecionista, e
·        as tarifas de insumos importantes para a produção, como energia elétrica e combustíveis foram deliberadamente achatadas.

Tudo isso não foi pouca coisa. E com que resultado. A indústria está arriada como todos estão vendo. Por trás do fracasso está um fracasso maior: a desarrumação das contas públicas, que atirou a inflação para acima dos 7% ao ano, o que obriga o governo a fazer agora essa enorme operação de aperto de cintos e de distribuição de contas à sociedade.

A partir do momento em que os fundamentos da economia voltarem à ordem e se puder dispensar o concurso dos bombeiros, as incertezas se desvanecerão e o setor produtivo terá chão firme para planejar seus negócios. Além disso, haverá campo para que o governo federal, seja de que orientação for, possa definir uma política industrial com um mínimo de realismo.

O manifesto em questão padece de um problema de base. O de não levar em conta os problemas originais da economia. Desfila reclamações, como o passageiro que reclama da água que entra por debaixo da porta de sua cabine, mas ignora o rombo no casco do navio. A hora é de salvar o navio e não de enxugar a água com rodo e pano de chão.

CONFIRA

Esta é a evolução das vendas do setor de veículos.

Desabando

Fevereiro foi um mês de queda livre nas vendas de veículos. As estatísticas nesta quinta-feira divulgadas pela Anfavea, a instituição do setor, mostram que, no mês passado, o licenciamento de veículos foi 26,7% menor do que em janeiro e 28,3% menor do que em fevereiro de 2014. A redução do poder aquisitivo causada pela inflação, a antecipação às compras por força da redução do IPI e o comportamento conservador do consumidor explicam a maior parte dessa fase ruim.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Economia – Sexta-feira, 6 de março de 2015 – Pg. B2 – Internet: clique .

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