«Quando devemos fazer uma escolha e não a fazemos, isso já é uma escolha.» (William James [1842-1910]: filósofo e psicólogo norte-americano)

Quem sou eu

Jales, SP, Brazil
Sou presbítero da Igreja Católica Apostólica Romana. Fui ordenado padre no dia 22 de fevereiro de 1986, na Matriz de Fernandópolis, SP. Atuei como presbítero em Jales, paróquia Santo Antönio; em Fernandópolis, paróquia Santa Rita de Cássia; Guarani d`Oeste, paróquia Santo Antônio; Brasitânia, paróquia São Bom Jesus; São José do Rio Preto, paróquia Divino Espírito Santo; Cardoso, paróquia São Sebastião e Estrela d`Oeste, paróquia Nossa Senhora da Penha. Sou bacharel em Filosofia pelo Centro de Estudos da Arq. de Ribeirão Preto (SP); bacharel em Teologia pela Pontifícia Faculdade de Teologia N. S. da Assunção; Mestre em Ciências Bíblicas pelo Pontifício Instituto Bíblico de Roma (Itália); curso de extensão universitária em Educação Popular com Paulo Freire; tenho Doutorado em Letras Hebraicas pela Universidade de São Paulo (USP). Atualmente, realizo meu Pós-doutorado na PUC de São Paulo. Estudei e sou fluente em língua italiana e francesa, leio com facilidade espanhol e inglês.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Mundo em mudança!

Ásia assumirá a liderança em economia global

Entrevista com Peter Petri
Especialista em comércio e integração internacional da Universidade Brandeis (Waltham, Massachusetts)

Cláudia Trevisan

As consequências da política protecionista de Donald Trump
para os Estados Unidos e o mundo
PETER A. PETRI

A saída dos Estados Unidos da América (EUA) da Parceria Transpacífico (TPP) representa um recuo na liderança global do país em questões econômicas e levará os países asiáticos, entre os quais a China, a assumirem essa posição, avaliou Peter Petri, especialista em comércio e integração internacional da Universidade Brandeis.

Segundo ele, vários dos outros 11 países que integram o TPP indicaram que pretendem implementar o acordo mesmo sem a participação de seu maior parceiro. “Os países que estão crescendo e mudando mais rapidamente no mundo estão na Ásia e eles estão comprometidos em aprofundar sua integração econômica”, disse Petri ao Estado. Em sua avaliação, a estratégia de Trump de negociar acordos comerciais bilaterais trará apenas uma fração dos benefícios que poderiam ser obtidos com os tratados multilaterais. A seguir, trechos da entrevista.

Qual é o impacto da saída dos EUA do TPP?

Peter Petri: É uma má notícia, mas já esperávamos. Ela deve dar impulso a outros acordos que estão sendo concluídos, como a Parceria Econômica Regional Abrangente (que reúne 16 países do Pacífico, entre os quais a China). Além disso, alguns países devem assinar o próprio TPP. Dos 11 países que restaram, vários já indicaram que estão interessados nisso. O Japão e a Nova Zelândia já assinaram e outros, como a Austrália, declararam que estão dispostos a fazer o mesmo. Isso vai requerer algumas mudanças, porque, da maneira como está escrito, o TPP exige que os Estados Unidos sejam signatários para entrar em vigor. Com essa mudança, pode ser adotado pelos demais países.

É uma golpe sobre a ideia de comércio global?

Peter Petri: Certamente é um recuo dos Estados Unidos do comércio global, mas não estou tão seguro de que seja um grande golpe na ideia de livre-comércio. Os países que estão crescendo e mudando mais rapidamente no mundo estão na Ásia e eles estão comprometidos em aprofundar sua integração econômica. O Japão disse claramente que quer continuar (no TPP). O presidente Xi Jinping, da China, disse que eles pretendem assumir a liderança na defesa do livre-comércio, ainda que a China não tenha muita credibilidade nessa área.
As economias asiáticas serão forçadas a assumir a liderança. Não acredito que a ideia de comércio está morta, mas a participação dos Estados Unidos na construção desses sistemas diminuirá no curto prazo.

Qual será a consequência para os Estados Unidos?

Peter Petri: Será negativa, mas os Estados Unidos têm uma enorme economia, que é movida em grande parte por fatores domésticos. O efeito será maior em indústrias nas quais os Estados Unidos são líderes globais, como serviços financeiros internacionais, serviços de dados, entretenimento, farmacêuticos. Esses setores vão enfrentar mais protecionismo internacional, regras mais rígidas, o que levará a perda de fatias de mercado para a Europa, a China e outras partes do mundo.

O senhor mencionou que a China está se apresentando como a defensora do livre-comércio. Qual é o impacto sobre a liderança global dos EUA?

Peter Petri: Eu acredito que os EUA se retraíram de uma posição muito importante de liderar o mundo na direção de uma economia mais aberta e integrada. Mas os EUA e outros países têm ondas políticas, que vêm e passam. Tenho confiança na economia americana e no povo americano no longo prazo. Mas no curto prazo, os EUA não serão os líderes em questões econômicas globais. Outros países ou grupos de países vão desempenhar esse papel.

O porta-voz de Trump disse que os Estados Unidos buscarão acordos bilaterais. Isso faz sentido no atual estágio de integração econômica global?

Peter Petri: É uma estratégia que, no melhor cenário, pode dar uma pequena fração dos benefícios dos acordos multilaterais. É como usar escambo para negociar com um parceiro por vez, quando se poderia usar o moderno sistema financeiro global. Não faz muito sentido. Ainda assim, os EUA podem fechar acordos com o Reino Unido e com o Japão, que era o mais importante parceiro no TPP e depende dos EUA para seu guarda-chuva de segurança. Eles podem render benefícios, mas serão uma fração do que viria de um acordo multilateral. O comércio internacional não está crescendo no mesmo ritmo de antes e a economia mundial precisa de todos os motores disponíveis para crescer mais rapidamente. E o TPP era um motor em potencial que poderíamos usar.
As medidas protecionistas que Trump ameaça adotar também não vão ajudar.
Nós não apenas não estamos investindo no sistema de comércio, mas parece que vamos impor uma série de medidas protecionistas, que devem ser respondidas por medidas protecionistas de outros países, trazendo o risco de uma guerra comercial. Pela história, nós sabemos que guerras comerciais podem ter consequências muito negativas.

Fonte: O Estado de S. Paulo – Internacional – Terça-feira, 24 de janeiro de 2017 – Pág. A10 – Internet: clique aqui.

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